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Estudantes de escolas rurais apresentam projetos na Feira de Ciências do Pantanal

Caline Galvão em 19 de Outubro de 2016

Estudantes das escolas municipais rurais de Corumbá estão envolvidos em cerca de vinte projetos na Feira de Ciências do Pantanal (Fecipan), promovida pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, através do campus de Corumbá. A feira de ciência e tecnologia começou na segunda-feira (17) e será encerrada na tarde desta quarta (19), com resultado dos projetos vencedores. As escolas rurais Eutrópia Gomes Pedroso e Luís de Albuquerque de Melo Pereira estão participando com estudantes do 6º ao 9º ano.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Clarissa Andrade, de 11 anos, à esquerda, desenvolveu projeto de energia eólica que será implantado em sua própria casa

O projeto de Clarissa Andrade, de 11 anos, aluna do 8º ano da Escola Municipal Rural Eutrópia Gomes Pedroso é muito mais do que uma simples experiência escolar. A ideia sairá da maquete para ser reproduzida em sua casa, localizada na zona rural de Corumbá. Com seu trabalho, ela expõe a possibilidade de geração de energia renovável através da força do vento. “Esse é o projeto do gerador eólico. Ele funciona com a força do vento que vai bater na hélice e vai girar. Quando girar, vai ativar o motor e esse motor vai enviar uma carga de energia para uma bateria recarregável que está dentro da casa. Essa energia acumulada vai ser usada depois para acender as luzes da casa e tudo o que usa eletricidade”, explicou Clarissa mostrando a maquete.

A estudante esclareceu também porque a energia eólica é melhor do que aquela produzida pelas hidrelétricas. “As hidrelétricas ocupam a água para fazer energia. Essa água vai ser desviada para outro lugar e essa água desviada vai causar inundações em outros lugares, prejudicando vidas de animais e pessoas. Com a energia eólica, dependendo da potência do motor, vai poder gerar uma quantia de energia para poder suprir um quarteirão inteiro. Esse projeto será construído na minha casa”, disse a aluna ao Diário Corumbaense.

Alex Gomes Ferreira, de 15 anos, estuda na Escola Municipal Rural Polo Luís de Albuquerque e está apresentando projeto realizado com alunos do 7º e 8º anos sobre a construção de microscópio caseiro a partir de um smartphone. “Estávamos conversando entre amigos sobre como muitas vezes não dá para enxergar nada a olho nu como conseguimos ver utilizando o microscópio. A gente desenvolveu esse projeto para ser apresentado na escola mostrando como é fácil fazer um microscópio usando poucas coisas que temos em casa”, afirmou o estudante.

Estudantes construíram microscópio caseiro e conseguiram ampliar imagem

Alex explicou que o único produto comprado foi o acrílico. Os alunos utilizaram lente de laser, iluminação e o smartphone para ampliar a imagem de uma folha e de uma formiga em 160 vezes. “Você enxerga as nervuras da folha, a formação da formiga e tudo a gente fez usando coisas que temos em casa”, disse Alex Gomes.

Da mesma escola de Alex, os estudantes Caroline Aparecida e Maxwell Mendes estavam representando Darienne Motta de Oliveira, de apenas 13 anos, que juntamente com o colega Henrique conseguiu desenvolver projeto de irrigação manual para que as plantas pudessem germinar sem encharcar. “A proposta é para ser aproveitada por famílias porque há famílias que não têm tempo suficiente para molhar as plantas”, explicou Caroline. O trabalho consiste em duas garrafas pet, uma aberta com terra e plantas e outra fechada com água. Através de um canal entre as duas garrafas, a água passa pelo caminho e chega à terra irrigando a plantação. “Fica molhando o dia inteiro a planta e o melhor é que ela não encharca”, disse a estudante que afirmou que o projeto também está sendo usado em sua escola.

Esta quarta-feira (19) é o último dia de apresentação da Fecipan 2016. O público poderá visitar a feira somente à tarde, das 13h às 15h30. A partir das 16h30, haverá cerimônia de premiação dos melhores trabalhos separados por áreas.

Fecipan é oportunidade de promover a ciência entre estudantes da zona rural

A secretária municipal de Educação, Roseane Limoeiro, vê a participação desses estudantes na feira como o fortalecimento da educação no campo, através das diretrizes deliberadas da Secretaria de Educação visando a alcançar qualidade do processo de ensino-aprendizagem nessas escolas rurais. Só da Escola Municipal Rural Eutrópia Gomes Pedroso são quinze projetos sendo apresentados na feira.

A Escola Luís de Albuquerque já está aproveitando o projeto de alunos sobre irrigação manual que não encharca plantio

“A escola do campo está em igualdade com qualquer escola urbana, já tem todo o acesso a caminhos que levam a uma educação de qualidade. Essa gestão deu visibilidade à criança do campo, que ensinou a criança do campo a fazer o processo de iniciação científica e o interessante é que são escolas de educação integral. Uma das características principais da educação integral é a formação da educação além dos muros da escola. Esse processo, com a parceria do Instituto Federal, vem fortalecer a importância da educação integral nas escolas do campo e de uma educação específica para atender a essas crianças e mostrar o quanto elas têm capacidade. Para mim, isso é motivo de muito orgulho. É a pesquisa científica sendo efetivada dentro da escola de educação integral”, disse Roseane Limoeiro. 

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