PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Aids: jovens ignoram uso de preservativo e muitos não sabem que estão infectados

Caline Galvão em 13 de Outubro de 2016

A aids continua sendo uma doença incurável e perigosa, mas os dados mostram que os brasileiros não estão muito preocupados com essa realidade. O Brasil sozinho responde por mais de 40% das novas infecções pela doença na América Latina e os números de infectados no País cresceram de 700 mil casos em 2010 para 830 mil em 2015. Cerca de 15 mil pessoas morrem ao ano no Brasil vítimas da aids.

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou, no final de janeiro deste ano, que os casos da doença em pessoas entre 15 e 24 anos havia aumentado em 40% desde 2006. Antônio Ruiz, coordenador do Programa Municipal de DST/Aids/HIV, fez o alerta à juventude corumbaense para que se previna contra a doença porque, embora haja estudos em busca da solução para o problema da aids, ela ainda é uma doença incurável e que mata de crianças a idosos todos os anos.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Melhor forma de se prevenir contra a Aids continua sendo o preservativo

“Hoje os jovens são os que mais têm acesso à informação, porém, muitos deles não fazem o bom uso dessa informação. Muitos acreditam até que a epidemia da aids acabou, por ser pouco difundida. Esses jovens iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo e são desconhecedores dessa informação da epidemia da aids. Pouquíssimos deles usam preservativos”, afirmou Antônio Ruiz ao Diário Corumbaense.

Embora ignorem ou desconheçam a epidemia e a gravidade da doença, a maioria desses jovens sabe que o preservativo é o principal meio de prevenção. “A grande maioria sabe que o preservativo previne o HIV, mas menos da metade faz o uso contínuo e frequente do preservativo. O que eu diria para os jovens é que usem o preservativo em suas relações sexuais. Fazer sexo é bom, mas deve ser feito com consciência e responsabilidade. É importante também que o jovem sempre procure a unidade de saúde para saber qual a sua condição sorológica para realizar teste de HIV, hepatite B e C e também sífilis”, alertou Antônio Ruiz.

Em Corumbá estão sendo tratadas entre 200 e 250 pessoas, número que abrange pacientes do município e também de Ladário e da fronteira. Esse número varia muito porque alguns dos pacientes desistem do tratamento, ignorando que a continuidade da ingestão dos medicamentos pode levar o paciente a ter sua carga viral suprimida, diminuindo em até 96% o risco de infecção. Há pessoas hoje que vivem com HIV com carga viral quase zerada ao ponto de ter a possibilidade de em contato sexual com outra pessoa, não transmitir o vírus, segundo Antônio Ruiz. Em Corumbá, a grande maioria da população infectada, segundo dados oficiais, está na faixa etária dos 30 aos 50 anos.

Na região, há três crianças soropositivas infectadas verticalmente, ou seja, doença contraída da mãe, que estão sendo tratadas no município. Duas delas, de mães bolivianas que não tomaram os medicamentos necessários para impedir a infecção da criança pela gestante, e uma criança de Corumbá. “A gente tenta monitorar todas as mães soropositivas para que façam seu pré-natal e a gente acompanha também no parto, levando medicação e a gente fornece o leite para essas crianças porque a mãe não pode amamentar”. Ruiz lembra que a criança que tem pai ou mãe soropositiva deve nascer sem o vírus HIV quando a medicação necessária antes do parto é utilizada para que nasça saudável. Nos primeiros seis meses, o Ministério da Saúde fornece o leite necessário a essas crianças; dos seis meses a um ano, o Governo do Estado financia esse leite; e de um ano a dois anos de vida, o município é que fornece esse alimento.

João de Brito, centro de referência no tratamento de DSTs, Aids e Hepatites virais

Em Corumbá, o posto de saúde João de Brito é referência no tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), Aids e Hepatites virais. Os pacientes são acolhidos por psicólogos e realizam pré-consulta que pode gerar exame laboratorial para detectar HIV, hepatite e sífilis. Em caso negativo, a pessoa recebe orientações para continuar se prevenindo. Em caso positivo, o paciente é encaminhado para o atendimento médico e é feito exame que faz contagem das células de defesa do organismo e células do HIV. Com o resultado, é prescrito tratamento específico. Os medicamentos são gratuitos e disponíveis pelo município. Quem recebe o resultado positivo também é orientado a ter uma vida alimentar e hábitos mais saudáveis.

Para Antonio Ruiz, a juventude desconhece a informação de que a Aids é uma doença perigoso e epidêmica

“O número de pessoas que tem HIV e não sabe é muito grande, assustador. Às vezes, o período de incubação do vírus pode ser confundido com uma gripe forte, com sintomas de dengue ou até de uma simples virose porque os sintomas não são determinantes. Às vezes a pessoa se sente mal, mas depois isso passa e o vírus fica incubado. Nesse período, a pessoa infectada pode não demonstrar sintomas, mas pode passar o vírus. O ideal é que as pessoas façam o exame, saibam sua sorologia e, em caso positivo, inicie logo o tratamento”, recomendou Antônio Ruiz.

Sífilis

Na terceira semana de outubro, o município de Corumbá oferecerá testes rápidos de sífilis para lembrar o Dia Nacional de Combate à Sífilis, marcado pelo Ministério da Saúde para o terceiro sábado do mês de outubro. A Sífilis está com números alarmantes em todo o Brasil. Doença Sexualmente Transmissível, se não tratada em gestantes, pode gerar consequências graves para o feto e em casos mais sérios pode levar à morte do infectado. Os testes poderão ser feitos no posto de saúde João de Brito e em outras unidades básicas de saúde.

PUBLICIDADE