G1/AFP em 25 de Agosto de 2016
AP Foto/Juan Karit
Mineiros de greve bloqueiam estrada em Panduro, na Bolivia; eles exigem libertação de detidos e negociação de documento do setor
Na quarta (24), Panduro foi palco de confrontos entre mineiros e policiais. Illanes estava no local do bloqueio, tentando uma aproximação com os mineiros que se mantêm entrincheirados nas montanhas, segundo a versão oficial. Um dirigente do setor, Agustín Choque, citado pela rádio Compañera, alegou que o ministro "não está sequestrado, está apenas retido".
Exigências
Esses mineiros, que estão agrupados em cooperativas privadas, tomaram as estradas na segunda-feira, exigindo a libertação de dez detidos sob acusação de atentar contra a vida de policiais e contra bens do Estado. A acusação remete a confrontos esporádicos ocorridos no início de agosto.
Eles também exigem negociar diretamente com o presidente Evo Morales, seu aliado político, um documento setorial rejeitado de antemão pelo governo. Esse coletivo ocupa importantes cargos no Executivo, em uma Superintendência do ramo e no Congresso, onde conta com senadores e deputados.
Segundo Romero, os mineiros do setor cooperativo pressionam para alugar suas concessões mineradoras para empresas privadas, ou estrangeiras, uma ação proibida pela Constituição. "Os que protestam são cooperativistas comprometidos com transnacionais", denunciou. A imprensa divulgou o conteúdo de 36 contratos desse tipo firmados pelos mineiros.
Confrontos
Até o meio-dia desta quinta, havia confrontos muito esporádicos em Sayari, Cochabamba (centro), e as estradas estão cheias de pedras e escombros. No pior dia de violência, ontem, dois mineiros morreram em estradas de Cochabamba, segundo a Federação Nacional de Cooperativas de Mineiros (Fencomin). Já o governo anunciou um morto.
"O Plano de Operações da Polícia Boliviana não contempla o uso de armas letais", de acordo com um comunicado do Ministério de Governo. A possibilidade de iniciar negociações, abertas por gestões da Defensoria do Povo, havia fracassado nesta quinta, devido às baixas na categoria. Por causa do clima de tensão, Romero insistiu em que "as portas do diálogo estão abertas", com a condição da "suspensão definitiva de todos os bloqueios".
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