Professor e escritor de Corumbá tem texto publicado em coletânea portuguesa

“Tocos para o fogão de lenha”. Esse é o título do poema do professor e escritor Gilmar Fernandes Martins que será publicado em Portugal, dentro da coletânea “Entrelinhas”, organizada pela Pastelaria Studios Editora, do Grupo Múltiplas Histórias (GMH), daquele país europeu. A publicação conta com textos (prosa e poesia) de 51 autores brasileiros e portugueses.

“É um texto baseado numa história contada por um amigo, o fotógrafo Marcos Boaventura. Foi escrito após ouvir uma história de que ele, quando criança, vivia à beira do trilho da Noroeste do Brasil. Vinha o trem da Bolívia e eles eram presenteados com tocos de angico. Esses tocos de angico o Marcos levava para casa para que a mãe fizesse o almoço no fogão de lenha. O mote foi esse”, contou ao Diário Corumbaense o professor e escritor.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Radicado em Corumbá há 26 anos, Gilmar busca exaltar o município em muitos de seus textos

A coletânea com o poema “Tocos para o fogão de lenha” será lançada num evento em Portugal, daqui um mês – no dia 24 de setembro – junto com a publicação “O Mar e as Palavras”, que contará com outros dois textos de Gilmar, que são “O mar, as palavras” e “O mar me prende e me liberta”.  

Histórias, imagens, gestos e comportamentos que para muitas pessoas podem parecer triviais, vistos sob a ótica de Gilmar, viram poesias e contos. “Tenho algumas publicações em Portugal, inicialmente mandei para a coletânea 'Perdidamente' um texto chamado 'Amolar', que fala sobre a Serra do Amolar, que teve como inspiração uma foto do Marcos Boaventura que retrata a própria Serra do Amolar, o rio, a vegetação do Pantanal e o céu”, disse. O professor tem uma infinidade de textos revelando a sensibilidade dele ao interpretar as mensagens e que fazem aflorar os mais variados sentimentos em quem os lê.

A editora portuguesa ainda publicará outro texto de Gilmar. “Temos o 'Poemário' com o texto chamado 'Algum Poema'. Acredito que seja uma agenda editada pela Pastelaria Studios. O texto foi aceito e vai sair em 2017”, completou.

Nascido na cidade mineira de Araxá, mas radicado em Corumbá há 26 anos – tempo de uma vida – Gilmar Fernandes Martins ressaltou que ao escrever, também busca exaltar o que há de positivo na terra que adotou para viver, onde casou e tem duas filhas. “Tenho vontade de falar bem de Corumbá. Não vamos esconder os fatos, Corumbá normalmente tem ido para a mídia por coisas tristes. Quando é possível que falemos bem da cidade, é preciso que façamos isso. Não estou sozinho nessa vontade de falar bem de Corumbá. Estou acompanhado por muita gente, que me precedeu ou está junto comigo, como Benedito CG Lima, Elisa Costa, escritora que está se desenvolvendo e a excelente poetisa, Marluci Brasil e o professor Deusmar Jatobá Espíndola, que não está mais conosco, mas nos deixou uma obra maravilhosa, além de tantos outros que estão por aí e que merecem que se divulguem o trabalho”, ressaltou.

“Livro ensina e apresenta novos mundos”, diz professor

Com textos publicados em Portugal, o sonho é lançar um livro próprio. “Penso nisso todo dia, mas precisa de investimento. Tenho material para publicar, assim de imediato. Não acredito que seja bom publicar sem boa qualidade editorial. É preciso que se faça isso com pessoas que estejam neste ramo. O material literário já tenho, preciso que essa divulgação seja possível numa boa editora, ou numa que tenha o costume de trabalhar com material literário”, argumentou.

Textos de autoria do professor e escritor Gilmar Fernandes Martins

Professor de Matemática, Gilmar Fernandes Martins afirmou que o fato de ter a carreira construída na área de Exatas, não o impediu de dar asas à imaginação. “O fato de ser professor de Exatas é uma situação completamente irrelevante. A maior poetisa brasileira, em minha opinião e de muitos outros, era uma doceira semianalfabeta, Cora Coralina, de Goiás. Para que você escreva bem, tem que ler muito, ouvir coisas boas, procurar mídias boas, bons livros, músicos bons. Basta que tenha vontade de procurar isso, de ler, não parar de ler. Desde a mais tenra idade, ensinar o filho, irmão, sobrinho a ler. Hoje, nesse momento em que temos uma explosão das mídias sociais, em que as pessoas não têm mais tempo para os outros porque ficam com olho na tela do smartphone, é preciso que as pessoas peguem no livro. O livro ensina muito, ensina ética, ensina relações, um livro apresenta novos mundos. Tudo isso você encontra num livro”, frisou a este Diário.

Concurso Literário Internacional

Como incentivo aos escritores, o professor destaca a participação em um concurso literário. “Participei ano passado com três textos, Maria Preta, Mistério e Desarrazoadas do Segundo Concurso Literário Internacional Justiça e Igualdade Social, promovido pela escritora Marise Andreatta, de Dourados. Vou participar da terceira edição deste ano, já encaminhei os textos para a editora Celeiro de Escritores. Aproveito para convidar aos escritores da nossa cidade para que submetam seus textos. É entrar no site e fazer o encaminhamento. Conversei com a Marise e disse à ela que se os escritores de Corumbá fizerem as inscrições vai ter de fazer uma edição só para Corumbá”, finalizou.