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Número de óbitos por Influenza chama atenção no País; 89 já morreram em MS

Caline Galvão em 27 de Julho de 2016

O último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Governo do Estado informa que Corumbá tem sete casos confirmados de gripe Influenza B e dez de Influenza A do tipo H1N1, além de 76 notificações de síndrome respiratória aguda grave. Em todo o Mato Grosso do Sul, já foram confirmados, desde o início de janeiro, 870 casos de H1N1, 95 de Influenza B, 03 de Influenza A não subtipado e 08 de H3N2. No Estado, já são 89 óbitos devido ao Influenza e em Corumbá são três mortes.

A coordenadora da Vigilância em Saúde de Corumbá, Viviane Ametlla, afirmou que os casos de Influenza B no município não estão associados a pessoas que tiveram contato com o estudante de 12 anos que morreu vítima da doença em 26 de junho. “Os casos confirmados de Influenza B estão espalhados pelo município, teve no bairro Aeroporto, Dom Bosco, até na região do Paiaguás, na área rural, e ainda no Guaicurus, Cervejaria. Então, não estão relacionados ao contato com o paciente”, explicou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Ministério da Saúde realizou campanha de vacinação em abril e maio

Ela informou também que dados mais atuais indicam que já são 85 notificações de síndrome respiratória aguda grave e três materiais de pacientes foram coletados para análise laboratorial. Viviane lembrou que Corumbá conseguiu alcançar a meta de vacinação em crianças (80,85%) e já chegou aos 77,36% em gestantes. Essas duas categorias não conseguiram alcançar o mínimo estabelecido de 80% durante o período da campanha, realizada de 30 de abril a 20 de maio.

Pelo boletim epidemiológico, as confirmações de gripe Influenza aumentaram no período de maio, com 301 confirmações, e junho, com 468, em todo o Estado. Viviane explicou que isso se deve ao inverno.  “É devido ao período de sazonalidade do inverno que este ano está mais prolongado e intenso, bem diferente dos anos anteriores, tanto é que o pico foi em junho. Agora a gente começa a ter um declínio das notificações”, esclareceu.

Aumento de casos da gripe e óbitos é explicado por fenômenos imprevistos

Mas o que chama atenção nos dados é que 2016 é o ano em que mais óbitos causados pela doença estão sendo registrados. Só este ano, o Influenza já matou no Mato Grosso do Sul 89 pessoas, enquanto no ano passado apenas 07 haviam falecido em decorrência da doença. Em 2009, logo quando aconteceu o surto da gripe no Brasil, foram 27 óbitos no Estado e em 2014 foram registradas 29 mortes. Os anos de 2010 e 2011 não apresentaram mortes pelo vírus Influenza, mas em 2012 houve oito óbitos e 15 mortes em 2013 no Mato Grosso do Sul.

Por H1N1, foram confirmadas duas mortes em Corumbá e uma por Influenza B. Lívia Melo, gerente-técnica de doenças endêmicas da Secretaria de Estado de Saúde afirmou ao Diário Corumbaense que há explicações para que este ano o número de casos, e consequentemente maior a quantidade de óbitos, esteja tão alto em todo o Brasil. No Estado, o principal motivo para o aumento desse número foram as comorbidades.

De todas as mortes pelo Influenza no Mato Grosso do Sul, 87,5% das vítimas fatais apresentavam doenças crônicas, como pneumopatias, cardiopatias, imunodeficiência/imunodepressão, doenças hepáticas, neurológicas, renais e diabetes. “A maioria desses pacientes já tinha outras comorbidades que quando associadas à infecção pelo vírus Influenza levaram a óbito. Uma minoria era composta por pacientes que não tinham essas comorbidades”, afirmou Lívia Melo. Dos óbitos, seis eram crianças maiores de cinco anos e 27 eram adultos maiores de 60 anos. Por causa da gripe, dois indígenas, uma gestante e uma pessoa com Síndrome de Down faleceram.

Outro fator para o aumento dos casos e óbitos devido à doença é que o vírus passou a circular mais cedo. “A sazonalidade deste ano foi muito diferente dos vírus respiratórios que estamos acostumados. Os vírus respiratórios circulam no Brasil entre maio, junho e julho. Este ano, eles começaram a circular no País em janeiro, inclusive o primeiro caso quando a gente definiu que estava circulando o vírus foi em Corumbá, nosso primeiro caso e primeiro óbito”, lembrou a gerente-técnica. A sazonalidade foi antecipada no Brasil e ainda permanece, ou seja, está durando muito mais tempo do que nos anos anteriores.

A terceira causa apontada  de doenças endêmicas foi a vacinação que chegou quando o vírus já estava circulando. O objetivo da campanha de vacinação é imunizar a população em abril para estar protegida nos meses de maio, junho e julho. No entanto, como o Influenza começou a circular em janeiro, pegou de surpresa o Ministério da Saúde. “As pessoas foram vacinadas durante a sazonalidade, o que não é o correto porque você precisa imunizar as pessoas antes que os vírus comecem a circular, só que como a gente não tinha como prever, nem o Ministério da Saúde, a vacinação começou em abril”, explicou Lívia. Como as pessoas estavam sendo vacinadas no meio da circulação do Influenza, a imunização não fez o efeito como era o esperado.

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