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Profissionais cubanos que deixaram “Mais Médicos” serão substituídos

Caline Galvão em 25 de Julho de 2016

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Um dos médicos atuou na Unidade Drª Lúcia Pereira de Carvalho

Quatro médicos cubanos que atuavam no “Mais Médicos”, do Ministério da Saúde, se desligaram do programa nos meses de maio e junho. Os profissionais atuavam nas Unidades Básicas de Saúde Ênio Cunha I (Cervejaria), Aeroporto II, Angélica Anache (Vitória Régia) e Lúcia Maria (Kadwéus), em Corumbá. Hoje, atuam em Corumbá onze médicos cubanos como clínicos gerais que atuam na Estratégia Saúde da Família.

A secretária de Saúde do município, Desiane Pires, disse que logo que soube do ocorrido, comunicou à coordenação do programa. “No momento que soubemos dessa evasão, nós informamos à coordenação estadual do programa, que é responsável pelo ‘Mais Médicos’”, disse a este Diário, reforçando que os profissionais serão substituídos com a vinda de novos médicos a partir de setembro. A Secretaria de Saúde fez um remanejamento dos médicos que já atuam no programa para suprir as necessidades das Unidades de Saúde.

Secretária de Saúde, Desiane Pires, disse que remanejamento foi feito para não prejudicar atendimentos

A agente de saúde Sílvia Paredes, que atua na Unidade Básica de Saúde Drª. Lúcia Maria Pereira Carvalho, de onde um dos médicos cubanos se desligou, afirmou que “todos gostavam dele”. De acordo com ela, o profissional construiu fortes laços com a comunidade e se dava bem com todos. No entanto, depois de um final de semana, em plena segunda-feira, ele simplesmente não compareceu ao trabalho. “Ninguém sabia que ele tinha ido embora, a gente achava que tinha acabado o contrato”, explicou. Nessa Unidade de Saúde já está atuando outra médica cubana.

Para José Apolinário Soares da Silva, que estava aguardando atendimento no posto de saúde, os cubanos são bons médicos. “São profissionais muito bons, são formados de outras nacionalidades, muito prestativos e no país deles eles não teriam a oportunidade que estão tendo aqui. Como esses programas são voltados para a comunidade, eles atendem bem, passam medicação. Tenha certeza que é um bom convênio para o nosso país”, disse o paciente. Ele afirmou que quanto à comunicação, não há muita dificuldade por eles falarem em espanhol. “Há pouca dificuldade, até porque todos nós somos sul-americanos”, disse.

Médicos não são considerados fugitivos, diz ministério

A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde informou por telefone ao Diário Corumbaense que os profissionais que participam do “Mais Médicos” podem se desligar do programa humanitário a qualquer momento. Os cubanos que decidiram ir embora não devem nada ao Brasil e não são considerados fugitivos. Há vários casos de médicos vinculados ao programa, não apenas cubanos, que se desligam por não desejarem continuar.

A assessoria do Ministério da Saúde explicou que no caso de desligamento antes do término do contrato, assim que os municípios informam ao Ministério a evasão desses profissionais, sejam brasileiros ou estrangeiros, os médicos são notificados a retornarem ao serviço. Caso não respondam à notificação ou não sejam encontrados para receberem o aviso, eles são automaticamente desligados do programa e não recebem mais os benefícios. Se forem estrangeiros, ficam impedidos de atuarem como médicos no Brasil.

Ainda de acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, quando médicos cubanos desistem do programa, a Organização Pan-Americana de Saúde, que tem parceria com o Brasil, providencia novos profissionais para substitui-los. A cada três meses, o Ministério da Saúde abre edital para contratação de médicos brasileiros para o programa, cuja participação dos profissionais é voluntária.

Segundo o portal do Ministério da Saúde, o “Mais Médicos” está fazendo reposição de 1.500 profissionais em todo o País até o fim de agosto. O anúncio foi feito no dia 22 de julho pelo ministro Ricardo Barros durante encontro com médicos brasileiros formados no exterior e cubanos que vão atuar no programa. Desse número, cerca de 600 já estão no país participando do acolhimento e regularizando a documentação antes de se deslocarem diretamente aos municípios de atuação. Entre os médicos que chegaram a Brasília, 300 são cubanos. A previsão é que mais 250 cheguem ainda nesta semana e outros voos no mês de agosto, totalizando 1.200 profissionais de Cuba.

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