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Com pouca participação, audiência pública discute problemas sobre telefonia móvel e internet

Caline Galvão em 22 de Junho de 2016

Para uma plateia de assessores de vereadores e pouquíssimos usuários, a Câmara de Corumbá realizou, no final da tarde de terça-feira (21), audiência pública sobre os serviços prestados pelas operadoras de telefonia celular e internet no município. Estiveram no encontro representantes da Tim, Oi e Claro, além do presidente da subseção da OAB em Corumbá, Roberto Lins, e a diretora-presidente do Procon em Corumbá, Andreá Ulle.  A empresa Vivo e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) também convidadas para a audiência, enviaram ofícios. A gerência da Anatel no Mato Grosso do Sul informou que não pôde comparecer em virtude da atual tramitação orçamentária.

Cada expositor teve 20 minutos para discorrer sobre serviços prestados pelas operadoras de telefonia e os ouvintes tiveram dois minutos para fazer perguntas orais ou enviá-las através de fichas. “O que a gente percebe é que as pessoas têm buscado o Procon mais para fazer reclamações referentes a cobranças indevidas ou alterações de planos que não tinham sido solicitadas, mas outras questões como a queda constante de ligações e ausência de sinal, acabam não sendo feitas. Porém, o que a gente constata, é que as pessoas reclamam no dia a dia, mas não registram isso formalmente”, afirmou Andréa Cabral Ulle, diretora-presidente da Fundação Procon em Corumbá.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Poucas pessoas acompanharam as discussões ontem na Câmara

De acordo com ela, de janeiro a junho, 129 pessoas procuraram a instituição para reclamar de serviços prestados pela telefonia Oi, sendo 50 questões resolvidas no atendimento preliminar, mas 79 problemas tiveram que ser resolvidos através de Carta de Informações Preliminares (CIP), quando o Procon precisa enviar formalmente documento e o fornecedor do serviço tem prazo de resposta. Dessas respostas, muitas vezes derivam audiências de conciliação, quando a resposta não agrada o consumidor. Só da Oi, no ano passado, foram 71 audiências de conciliação e neste ano, até agora, já são 18.

Por problemas envolvendo a operadora Vivo, já são 76 atendimentos neste ano, sendo 24 resolvidos no atendimento junto ao consumidor e 52 através de CIP. Em 2015, foram 16 audiências de conciliação e em 2016, até agora, sete. Da Claro, já são 19 atendimentos este ano, sendo resolvidos 10 em preliminares e 09 em CIP. Dezessete audiências em 2015 e 02 em 2016 foram realizadas com a Claro. Por questões envolvendo a TIM, houve cinco atendimentos este ano, sendo resolvidos um preliminarmente e quatro por meio de CIP, todos por cobrança indevida.  “Os principais problemas das operadoras são sempre os mesmos, a cobrança indevida, a mudança do plano sem autorização, o pedido de cancelamento por insatisfação com o serviço”, afirmou Andréa Ulle ao Diário Corumbaense.

De acordo com a diretora-presidente do Procon, já foram enviados mapas atualizados da cidade com microzoneamento, com previsão de expansão, para que as operadoras façam revisão do polígono de cobertura, tanto para telefonia, quanto para a internet. Mas depois da entrega dos documentos, o município continua insatisfeito. Uma melhoria apresentada foi de cerca de 600 novas portas para a internet, mas é uma demanda que não atende às necessidades dos consumidores de Corumbá. “É um serviço pago e a gente não entende porque a empresa não investe para ter um retorno depois”, concluiu Andréa Ulle.

Ao final, uma das propostas da audiência pública foi o envio de documento ao Ministério das Relações Exteriores relatando a interferência dos sinais de redes bolivianas em território brasileiro, o que segundo as operadoras, prejudica a potência dos equipamentos de telefonia e internet.