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Ex-balconista cria arroz na chapa e volta a ter renda depois de se deparar com o desemprego

Caline Galvão em 21 de Junho de 2016

Setenta reais que se tornaram sete mil reais por mês. Este é o saldo da empreitada realizada por um casal de desempregados que viu na culinária uma forma de voltar a ter renda e garantir uma vida melhor. A união de dois quilos de arroz, uma chapa, bacon, calabresa e muita criatividade, mudou a vida da corumbaense Cleonice Vargas Mecias, que já patenteou a ideia do arroz na chapa e hoje é oficialmente microempreendedora individual. Com ajuda de seu marido, Antonio Franco, já tem garantido clientes em três pontos da cidade e atraído turistas que passam pelo Porto Geral aos domingos.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

A ideia do arroz na chapa surgiu quando o desemprego bateu à porta

O arroz na chapa surgiu durante o Festival América do Sul, realizado em agosto do ano passado. Dona Cleonice, que já foi balconista, contou que na época estava desempregada e seu marido também, então teve a ideia de fazer um arroz diferente. “É uma invenção minha. Na época, eu estava com setenta reais e falei ao meu marido para a gente investir comprando em material para fazer o arroz. Aí ele disse: ‘Como assim, arroz na chapa?’ Eu expliquei que seria um tipo de carreteiro, só que não levaria carne, levaria bacon e calabresa. Com esses setenta reais, comprei os ingredientes e fiz, cheguei lá no Festival e vendi tudo. Todo mundo estava curioso e daquele dia para cá fui investindo mais”, relatou Cleonice ao Diário Corumbaense.

Ela contou que depois de ter vendido dois quilos no festival preparou mais arroz, cerca de cinco quilos, e vendeu tudo. Percebendo o sucesso, criou três pontos de venda. De segunda a quinta-feira, das 18h às 22h, ela comercializa o produto na esquina da rua Rio Grande do Sul com a Sete de Setembro, no bairro Cristo Redentor, em um local de propriedade da mãe dela. Nas sextas-feiras, o arroz na chapa marca presença em frente à praça da Nova Corumbá e no sábado, das 17h às 21h, está na feira do Maria Leite. Aos domingos, dona Cleonice oferece o alimento no Porto Geral, das 14h até às 21h30.

Com arroz e macarrão na chapa, casal de comerciantes fatura entre sete e oito mil reais por mês

Dona Cleonice, que passou 25 anos trabalhando como balconista, e o marido Antonio Franco, que por 30 anos foi motorista e ficou desempregado no final de 2014, estão tirando mensalmente entre sete e oito mil reais com a venda do arroz na chapa. “Isso eu trabalhando três vezes na semana, agora que estou de segunda a segunda, vai subir mais”, afirmou Cleonice. Segundo ela, somente na segunda-feira de carnaval vendeu mais de 30 quilos de arroz e faturou R$ 1.900,00. Hoje, até o irmão dela está ajudando no negócio, a função dele é cortar as verduras. Ela disse que assim que terminou o Festival América do Sul, foi ao Sebrae e abriu uma firma em seu nome por meio do Microempreendedor Individual (MEI).

Depois do sucesso do arroz, agora dona Cleonice está oferecendo macarrão na chapa, mas só no ponto do Cristo Redentor. “Meu espaço é pequeno, então fica difícil oferecer o macarrão nos outros pontos. Como esse espaço é maior e é da minha mãe, dá para fazer o macarrão, por enquanto, todas as quintas-feiras vai ter macarrão na chapa”, explicou. A porção do arroz é vendida por R$ 7,00 e o macarrão por R$ 10,00 e pode ser degustada no local ou o cliente pode levar para casa.

Antonio Franco disse que quando ouviu pela primeira vez a ideia da esposa não fez restrições, até porque não havia alternativa. “A gente não teve escolha porque eu estava desempregado e ela também. Eu não me arrependo de ter começado o negócio. Na verdade a gente não tinha esse projeto, foi uma coisa que a gente criou por necessidade”, afirmou o marido de Cleonice que confessou nunca antes ter trabalhado com produtos do gênero alimentício.

Clientes aprovaram a ideia e fazem divulgação do produto aos amigos

Odenir de Souza, encarregado de obras, resolveu ir com o filho experimentar o arroz na chapa no ponto do Cristo Redentor. “Um amigo meu da Nova Corumbá perguntou se eu já tinha comido macarrão ou arroz na chapa e eu disse que não porque a gente só usa a chapa para fazer carne assada, aí ele falou que era muito gostoso, então eu resolvi experimentar”, afirmou o cliente. Logo após comer a primeira garfada do arroz, Odenir confirmou o sucesso da ideia da dona Cleonice. “Muito gostoso. Aprovado”, garantiu.

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