Ministro da Defesa afirma que implantação definitiva do Sisfron será prioridade em 2017

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, esteve neste sábado (18) em Corumbá para conhecer as atividades desenvolvidas pelas Forças Armadas, em cooperação com os órgãos de segurança pública governamentais, durante a Operação Ágata 11. Jungmann acompanhou atividades desenvolvidas em alguns pontos de fiscalização estabelecidos para esta operação. No início da tarde, conversou com jornalistas no cais da Flotilha e falou sobre necessidade de efetivo, cortes orçamentários nas Forças Armadas e afirmou que o Sisfron é a solução para os problemas da fronteira oeste do Brasil.

Na coletiva, o ministro disse que a Operação Ágata 11 é um “sucesso” porque consegue inibir a continuidade do crime, além de realizar apreensões. Para ele, a operação “representa um esforço em termos de segurança de se reduzir a taxa de criminalidade que se inicia aqui e que vai alcançar as nossas cidades”.

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Ministro da Defesa afirmou que a Operação Ágata 11 inibe crimes e realiza apreensões

O ministro disse ainda que a solução para a fronteira é a implantação definitiva do projeto estratégico organizado pelo Comando do Exército. “Acho que nós temos que querer mais e querer mais para mim é, sobretudo, implantar de forma definitiva o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (Sisfron)”, afirmou.  De acordo com ele, através do sistema, haverá maior monitoramento e controle de delitos, além de atender ao principal objetivo do Ministério, que é a defesa do Brasil. “Eu saio daqui satisfeito com o resultado, com o trabalho realizado pelas Forças, mas também pelas organizações parceiras, como a Polícia Federal, Receita Federal, PM, Ibama, Polícia Rodoviária Federal que colaboraram conosco, mas ao mesmo tempo desejo que a gente tenha uma solução permanente e essa solução atende pelo nome de Sisfron”, afiançou o ministro.

Sobre a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), projeto concebido por iniciativa do Comando do Exército, Jungmann afirmou que ele terá prioridade em 2017, mas que já começou a funcionar de maneira experimental. “Nós já temos funcionando alguns dos equipamentos e o sistema de uma forma ainda experimental, por exemplo, em Ponta Porã ele já existe, já tem equipamentos suficientes. E na próxima segunda-feira (20), à noite, nós vamos apresentar um satélite israelense de baixa altitude, essa ferramenta tecnológica é importante porque ele tem um grau de precisão de meio metro, ele fica a aproximadamente 500 quilômetros de altitude, podendo baixar a 450 e tem um altíssimo grau de definição. O que vamos querer daqui para frente é poder ter esse equipamento, que vai funcionar para as Olimpíadas, também funcionando juntamente com radares, com vans, com a nossa Marinha, atuando de forma conjunta para você ter uma fiscalização e monitoramento das fronteiras. Para 2017, eu coloco como prioridade a ampliação dos recursos para que a gente possa dar passos largos na implantação definitiva do Sisfron”, afirmou o ministro.

Questionado sobre o número de servidores federais na fronteira, ele afiançou que não é apenas de interesse da população o aumento do efetivo, mas também das Forças Armadas. “Uma coisa que as Forças Armadas querem é dispor de orçamento que nos permita ter pessoal qualificado para atender às demandas, então a nossa luta será uma luta política junto ao Congresso para que a gente possa dispor de recursos para atender a vocês e também às nossas necessidades, porque essa imensidão que temos aqui de fronteira, mais de dois mil quilômetros que temos que estabelecer fiscalização e monitoramento, evidentemente que pede mais recursos, mas isso depende do Congresso Nacional, depende da gente conseguir fazer ampliar esses recursos. Da minha parte, saio daqui convencido que é uma prioridade e que nós vamos lutar por isso”, afirmou o ministro da Defesa.

Raul Jungmann disse que a situação orçamentária das Forças Armadas está sendo recuperada

No dia 14 de junho, em entrevista a jornalistas do Rio de Janeiro, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, comandante da Marinha do Brasil, afirmou que a instituição estaria “vulnerável” por causa de cortes orçamentários que prejudicaram projetos estratégicos. Com relação a esse comentário, o ministro da Defesa Raul Jungmann respondeu ao Diário Corumbaense que a situação financeira das Forças Armadas está sendo restaurada.

“Nós temos que levar em conta a crise que o país vive e nós tivemos um contingenciamento de recursos realmente muito duro, isso evidentemente coloca a nossa capacidade operacional em condições mínimas, mas o que eu quero dizer é que estamos recuperando orçamentária e financeiramente. Nós tivemos cortes de 11 bilhões para algo em torno de 6,7 bilhões e já conseguimos recuperar para algo em torno de 9,5 ou 9,8 bilhões. Eu acredito que poderia agora dizer da resposta do comandante de que nós recuperamos condições mínimas para poder operar nossa Marinha, obviamente também a Aeronáutica e o Exército. Agora, isso tudo muito aquém das necessidades que temos de tocar os nossos projetos estratégicos, mas conseguimos também recuperar o nível mínimo operacional para as Forças”, afirmou o ministro.

Com relação à desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira em Corumbá, Jungmann afirmou a este Diário ainda não ter conversado com o comandante do Exército Brasileiro, o general de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, mas acredita que a decisão foi baseada em muitos estudos. “Não sentei ainda para conversar com o comandante do Exército a esse respeito, mas, de fato existe essa proposta, mas vou sentar com ele e discutir para saber da determinação e da necessidade, sem sombra de dúvidas deve ter obedecido a uma série de estudos e decisões, mas eu, na próxima semana, vou conversar com o comandante Villas Bôas a esse respeito”, disse.

O Ministro da Defesa esteve acompanhado durante todo o dia por diversas autoridades militares, como o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; comandante de Operações Terrestres, General de Exército Araken de Albuquerque; o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho; o Chefe de Operações Conjuntas (EMCFA-MD), general do Exército Gerson Menandro Garcia de Freitas; Comandante Militar do Oeste, General do Exército Paulo Humberto Cesar de Oliveira e o comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar.

A Operação Ágata foi iniciada no dia 13 de junho com o propósito de, com a cooperação e com a interoperabilidade entre os Órgãos de Segurança Pública e as Forças Armadas, combater os crimes transfronteiriços. O Ministério da Defesa, em função da proximidade dos Jogos Olímpicos – Rio 2016, optou por realizar esta mobilização em toda a faixa de fronteira terrestre e em áreas específicas da fronteira fluvial.