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Produtores rurais ganham espaço na UFMS para comercialização de produtos orgânicos

Da Redação em 24 de Maio de 2016

Lançada nesta terça-feira, 24 de maio, a Feira de Produtos de Transição Agroecológica já pode ser considerada uma grande oportunidade para que produtores rurais dos assentamentos 72 (Ladário) e Taquaral (Corumbá) comercializem tudo o que produzem em seus lotes. Realizada nos corredores do Campus do Pantanal (CPAN), a iniciativa prima pela disponibilização de produtos orgânicos.

“Trouxe pimenta, queijo, alface lisa e crespa, couve, rúcula, abóbora em pedaços, cheiro verde. É tudo produção do meu sítio, que geralmente vendo nas feiras livres de quarta e sábado, lá em Ladário. Aqui, está valendo a pena para mim”, disse a parceleira Luana de Souza Silva, que mora no assentamento 72.

Fotos: Ricardo Albertoni/ Diário Corumbaense

Produtos vendidosna feira foram todos produzidos nos assentamentos 72 e Taquaral

Outra que estava contente com o volume de vendas era a produtora Luzanira Lima Soares, que também é do 72, na zona rural ladarense. “sendo bom o dia. Trouxe o que produzo lá no sítio”, contou argumentando que a feira nos corredores do Campus do Pantanal é mais uma opção de venda. “A gente produz bastante, estamos procurando espaço. Quanto mais espaço vier melhor para a gente”, afirmou. Na barraquinha, ela vendia laranja, alface, queijo e doce.

Morador no assentamento Taquaral, Armin Beh, disse ao Diário Corumbaense que a Feira Agroecológica pode suprir a lacuna deixada pela Feira do Produtor – que acontecia no Jardim da Independência, que está fechado por conta de obras de reforma daquele local. “Antes eu vendia na Feira do Produtor, que acabou, e agora aqui é outra oportunidade. Os clientes são um pouco diferenciados, mas gostei muito. Está valendo a pena”, afirmou. Ele oferecia em sua banca salame caseiro e geleias de mamão, acerola, jabuticaba, torta de amendoim com goiabada, pão doce e ovo caipira.

Diretor do CPAN, o professor doutor Edgar Aparecido da Costa, contou ao Diário que a iniciativa partiu do princípio de incentivar o trabalho dos assentados com base na produção orgânica e agroecológica. “É mais barata, não há gastos com veneno”, argumentou.

Só podem vender na feira produtores rurais cadastrados na Incubadora Tecnológica

“É um projeto de 2010 com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para levar alternativas de produção para o assentamento 72, em Ladário. Era uma proposta de demonstrar que se as instituições UFMS, Embrapa Pantanal, Prefeituras e o Sebrae se juntassem em torno de uma ideia, poderiam ajudar agricultores a desenvolver alternativas de produção e, ao mesmo tempo, abastecer a cidade com produtos saudáveis. Fomos buscar a ideia da  produção orgânica com base agroecológica no pensamento, porque é mais barata, não há gastos com veneno. É saudável”, completou.

Ele explicou que a Feira de Produtos de Transição Agroecológica faz parte de um projeto desenvolvido pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares do Pantanal e da Fronteira (ITCPPF) e só podem comercializar a produção nos corredores do CPAN “os agricultores que estão cadastrados na Incubadora. São 28 do Taquaral e 16 do assentamento 72”, informou. Nesta terça, participaram 13 produtores, sendo 5 do Taquaral e 8 do assentamento 72. Edgar antecipou que o evento vai acontecer todas as terças-feiras ali mesmo no CPAN, sempre a partir das 08h, e vai até o final deste ano.

Prefeito de Ladário, José Antonio Assad e Faria, esteve no local e avaliou a iniciativa como uma grande chance para escoamento direto da produção pelos produtores dos assentamentos rurais. “É uma nova realidade que se apresenta, diferente daquela com produtividade baixa, dificuldade e sem estrutura de vendas e de comercialização. Oferece, principalmente, um ponto de comercialização, que é a grande novidade. Assim, elimina a figura do atravessador e os produtores vendem diretamente, ficam com a renda da comercialização e isso abre perspectivas de investir mais”, argumentou. As Prefeituras de Ladário e Corumbá são parceiras no projeto da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares do Pantanal e da Fronteira.

Além de diversificada, produção é orgânica e com base agroecológica

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