PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Policiais civis reivindicam valorização da categoria e paralisam atividades por 24 horas

Caline Galvão em 05 de Maio de 2016

Com o objetivo de manifestar a necessidade de valorização profissional, policiais civis paralisaram as atividades nesta quinta-feira (05) em todo o Estado. A categoria protesta contra proposta do Governo do Estado para melhoria salarial. Os serviços nas unidades só voltarão a funcionar normalmente a partir das 08h da manhã de sexta-feira (06). Policiais investigadores, escrivães, peritos papiloscopistas, peritos criminais e auxiliares de perícia fazem parte do movimento.

Segundo o diretor-adjunto de assuntos trabalhistas, aposentados e pensionistas do Sinpol, Israel Leite Bogarin, a categoria luta para estar entre os cinco melhores salários do Brasil e busca a valorização através da incorporação da quarta classe que foi retirada no governo anterior. O início de carreira na Polícia Civil atualmente é através da terceira classe e há um ganho de 20% a cada avanço de classe. “Se ele nos der a quarta classe, ele pode nos dar o aumento de 20%, pode até ser 10% agora e os outros 10% ano que vem”, afirmou Israel Bogarin. A proposta do Estado é pagar o reajuste em três vezes, 6% este ano, 7% em 2017 e 2018 mais 7%, o que foi rejeitado em assembleia.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Apenas 30% do efetivo de todo o Estado trabalha nesta quinta-feira e policiais só atuarão em flagrantes e violência doméstica

“Sábado haverá outra assembleia em Campo Grande, será uma grande greve geral porque o Governo não avançou nas negociações. A inflação já está caminhando para os dois dígitos, então ele deveria dar para nós a inflação acumulada em 16,5%. Nós queremos também a equiparação do nosso salário com o de perito e a promoção automática por tempo de serviço”, disse Israel Bogarin ao Diário Corumbaense. De acordo com ele, apenas 30% do efetivo de toda a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está trabalhando nesta quinta-feira.

De acordo com cartilha de paralisação lançada pelo Sindicato dos Policiais Civis (SINPOL) de Mato Grosso do Sul, durante a mobilização de 24 horas as viaturas só serão utilizadas em casos de crimes em flagrante, apenas o efetivo mínimo irá trabalhar e não haverá escoltas de presos que estiverem na carceragem a hospitais ou consultas laboratoriais, não terá banho de Sol, nem haverá visitação. Os postos de identificação só atenderão idosos, pessoas com necessidades especiais e gestantes.

“A reivindicação da categoria é principalmente da reposição salarial, a respeito da perda com a inflação, principalmente e inclusive de anos anteriores em que isso não ocorreu e a gente busca a valorização da categoria policial”, explicou Antônio Virgínio Maciel, delegado regional do SINPOL. Ele reforçou que nas unidades policiais de Corumbá e Ladário os serviços, nesta quinta-feira, só atuarão em casos de flagrantes e de violência doméstica. Registro de boletins de ocorrência também não será feito.

Conforme o site Campo Grande News, o Governo do Estado se comprometeu em oferecer reajuste escalonado para a categoria, reposicionando entre as seis melhores remunerações do Brasil até 2018; fim da custódia de presos em delegacias até 2018; manutenção da paridade e integralidade por aposentadoria; aumento de vagas na Polícia Civil; criação da 4ª classe com implantação escalonada da diferença; revisão das diárias e ainda o pagamento de abono no valor de R$ 200. No entanto, o sindicato exige aumento do salário inicial de R$ 3.668,00 para R$ 5 mil, mas a proposta do Governo é pagar o reajuste em três parcelas, até 2018. 

Em nota, o Governo do Estado afirmou a este Diário que continua aberto à negociação com as categorias que ainda não aceitaram a proposta de reajuste salarial e o Governo tem demonstrado que, apesar da crise econômica que o País tem enfrentado, faz “enorme esforço” para manter o equilíbrio das contas, pagar suas obrigações em dia e manter funcionando bem os serviços públicos de saúde, segurança e educação.

“Infelizmente, alguns sindicatos isolados preferiram o caminho da radicalização. O Governo lamenta essa atitude e continua aberto ao diálogo. Entretanto, diante da intransigência de algumas corporações, o Governo do Estado continuará firme no compromisso de defender os interesses de toda a população”, encerrou a nota.