PUBLICIDADE

Campanha de vacinação contra raiva em Corumbá começa na segunda-feira

Caline Galvão em 20 de Abril de 2016

A primeira campanha de vacinação de 2016 contra a Raiva em Corumbá começa na próxima segunda-feira (25). A meta do Centro de Controle de Zoonoses é que sejam vacinados 20 mil animais na zona urbana até o dia 24 de junho. Até agora, o vírus foi confirmado este ano em um cachorro, no bairro Guaicurus, e em morcego, no Popular Nova. Outros casos suspeitos foram enviados para exame laboratorial, mas não deram positivo.

Equipe formada por vinte agentes de endemias, dividida em dez duplas, irá percorrer todas as ruas da cidade visitando cada casa onde há animais de estimação. Dessa vez, não haverá auxílio de militares. A partir das 07h da manhã, os agentes darão início à campanha no bairro Nova Corumbá. A equipe vai atuar de segunda a sexta, das 07h às 13h. Em seguida, os agentes seguem para o Guató e Cristo Redentor. Serão cerca de nove dias nesses três bairros para poder seguir para o Previsul, Industrial e Popular Velha.

Arquivo/DC

Vacinação começa pela parte alta da cidade, onde foi confirmado primeiro caso de raiva neste ano

Edir Marques, agente de endemias da equipe de organização da campanha, explicou ao Diário Corumbaense que a vacinação vai começar pela parte alta por causa dos casos já confirmados e suspeitos que existem ali. Depois daqueles bairros, a campanha segue para o Centro América, e parte para o Maria Leite, Universitário, Centro, Beira Rio, Cervejaria, Arthur Marinho, Generoso, Dom Bosco, Aeroporto e Nossa Senhora de Fátima. Depois retorna para a parte alta, prosseguindo para o Popular Nova e Jardim dos Estados, encerrando no Guarani. Serão cerca de 43 dias úteis de trabalho ininterrupto.

“Mais uma vez a participação da população é essencial para que a campanha tenha sucesso. Tem pessoas que ainda pensam que a vacina não é boa porque é do Estado e não fazem questão de abrir a porta, mas, para nós, hoje é fundamental porque o vírus está circulando, está colocando vidas em risco, então é importante que as pessoas participem e a única forma de a gente atingir o máximo possível de residências é as pessoas colaborando, abrindo as portas para a vacinação de cães e gatos”, frisou Edir Marques.

De acordo com ele, como a cidade viveu surto da doença em 2016 e já apresentou casos este ano, é preconizado pelo Ministério da Saúde que haja duas campanhas de vacinação por ano. A próxima acontecerá a partir de outubro. Edir Marques pede que os proprietários não permitam que seus animais saiam de suas residências para passear. “Eu gostaria de pedir a compreensão da população, que mantenha seus animais presos, é essencial que eles estejam sendo monitorados por seus donos e não tenham contato com animais de rua porque o vírus está circulando e vai ficar impossível controlar se tiver animais soltos na rua”, frisou.

Os agentes de endemias vão trabalhar usando formulários que serão preenchidos caso não encontrem ninguém em casa. “A gente vai preencher informando que estivemos no local, mas que não havia ninguém e eles devem entrar em contato com o CCZ para fazer agendamento pós-campanha para vacinar seus animais ou trazer ao CCZ, se tiver condições”, explicou Edir. O Centro de Controle de Zoonoses fica aberto ao público até às 17h, de segunda sexta.

De acordo com o CCZ, quando encerrada a campanha na zona urbana, o município irá enviar os agentes de endemias à zona rural, onde o mesmo procedimento será realizado de casa em casa. Na região ribeirinha, a imunização dos animais acontece através do programa Povo das Águas.

Casos confirmados de raiva neste ano começaram em março

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recebeu confirmação laboratorial do primeiro caso de raiva em 2016 no dia 02 de março, quando a doença foi diagnosticada em um cachorro. O animal, que morava em uma residência no bairro Guaicurus, pertencia a uma senhora que tinha outros cachorros, no entanto, eles tinham livre acesso à rua. Certo dia, ela percebeu que o seu cão, de dois anos de vida, estava tendo hábitos estranhos, mordendo os outros cachorros e o levou ao CCZ. Ela não tinha certeza se o animal havia sido vacinado na última campanha. A vacina tem duração de um ano.

O segundo caso aconteceu no bairro Popular Nova, também parte alta da cidade. A dona de uma casa viu um morcego morto caído ao chão, no quintal, e seu gato brincava com o bicho. Receosa, pegou o morcego e enviou ao CCZ para análise. No dia 17 de março, veio a confirmação de que o morcego estava infectado com raiva. Em 2015 foram registrados 63 casos de da doença, sendo um em humano.

Em casos de animais suspeitos, o CCZ recomenda que as pessoas tenham tenha cuidado ao manusear o animal. Se não souber como pegar o bicho sem correr riscos, é melhor que o isole e acione o CCZ. O Centro de Controle de Zoonoses está localizado no bairro Guanã, na rua João B. Couto. O telefone para contato é (67) 3233-2783.

Os sintomas da doença nos animais:

Qualquer mamífero é capaz de transmitir a Raiva. De acordo com o Instituto Pasteur, o período de incubação do vírus da Raiva é de 15 dias a dois meses. Os cachorros apresentam mudança de comportamento, preferem ficar em locais escuros, ficam agitados e tornam-se agressivos, querendo morder outros animais e o próprio dono. A salivação torna-se abundante, com dificuldade de deglutição, por causa da paralisia dos músculos da deglutição. O latido se torna rouco ou bitonal, por causa da paralisia parcial das cordas vocais. A partir do quarto dia de sintomas da doença, o animal se torna paralítico e chega à morte em 48 horas. Na fase final da doença, ocorrem convulsões, paralisia do tronco e membros. A paralisia começa pelo pescoço e cabeça, muitas vezes o dono tenta ajudar o animal a comer, correndo riscos de se infectar.

Em felinos, na maioria das vezes a doença deixa os animais furiosos. Nos bovinos, o período de incubação do vírus é maior, variando de 30 a 90 dias, ou até mais. O sintoma predominante é a paralisação do corpo. A sintomatologia da Raiva em equídeos, ovinos, caprinos e suínos é bastante semelhante à dos bovinos. Depois de um período de excitação com duração e intensidade variáveis, apresentam sintomas paralíticos que dificultam a deglutição e provocam incoordenação das extremidades. Muitos animais apresentam alteração de comportamento e ingestão de objetos estranhos.