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Conselho da UFMS aprova criação de curso de Medicina em Corumbá

Da Redação em 24 de Março de 2016

O Conselho Universitário (COUN) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) aprovou na quarta-feira, 23 de março, o projeto de criação e implantação do curso de Medicina no Campus do Pantanal (CPAN) em Corumbá.  O COUN é a instância final na definição da política universitária, é um órgão de jurisdição superior da UFMS, de caráter deliberativo, normativo e consultivo. Agora, a proposta será cadastrada na plataforma do Ministério da Educação (sistema e-MEC), que terá 90 dias para responder se aprova ou não a criação do curso em Corumbá, que também será analisada pelo Ministério da Saúde.

Na página que o CPAN mantém na internet, a aprovação pelo COUN foi informada. Nela, a direção do Campus cita que o projeto atende “a Resolução nº 3, de 20 de junho de 2014, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina” e que a cidade “se enquadra nos critérios de criação de novos cursos de Medicina”. Diz ainda que as chances existem, mas “não são tão generosas” e, por conta disso, é preciso “apoio de toda a comunidade acadêmica, civil e principalmente política de Corumbá, Ladário e de Mato Grosso do Sul” para “sensibilizar o MEC para reconhecimento da necessidade de um curso de Medicina em Corumbá”.

A nota da direção do Campus do Pantanal, publicada em seu site, pede apoio da população nessa empreitada, porque avaliadores do MEC e do Ministério da Saúde também vão analisar “o que as redes sociais estão comentando. Certamente vão querer saber se a sociedade sabe desta proposta, se apoia ou não” a criação do curso de Medicina no Campus da UFMS em Corumbá, que teve “uma proposta que partiu de baixo para cima, sem ser partidária. Com uma ideologia clara: formar médicos com as habilidades e competências em acordo com as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais, mas, fundamentalmente, aptos para atuar em nossa região, dadas suas características particulares (Pantanal, Fronteira)”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Se aprovado pelo Ministério, CPAN deve implantar curso de Medicina no ano que vem

No início deste mês, o diretor do Campus do Pantanal, o professor doutor Edgar Aparecido da Costa explicou ao Diário Corumbaense que o projeto do curso de Medicina do CPAN foi trabalhado há pelo menos um ano por uma comissão formada por representantes das Prefeituras de Corumbá e Ladário, da Fiocruz, da Associação Médica de Corumbá e do Governo do Estado. “As características que esse curso terá atendem a nova portaria conjunta do MEC e do Ministério da Saúde, que é o médico da família”, disse o diretor.

Ele esclareceu que a criação do curso foi baseada na política do programa “Mais Médicos”, do Governo Federal, que abriu a oportunidade para a implantação de cursos no País, inclusive com a destinação de recursos. “O projeto que foi construído está bem feito; as características da região, por ser de fronteira e ter mais de 100 mil habitantes. Temos 1,2 médicos por cada mil habitantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe que sejam 2,5 médicos por cada mil habitantes. Estamos longe dessa média pretendida pela OMS. Temos características que nos dizem respeito a uma possível aprovação do curso”, argumentou o diretor do CPAN informando que o pacote de aprovação inclui 60 professores, 30 técnicos e infraestrutura. “Solicitamos o que aconteceu em Três lagoas, que foi um bloco com dois andares para salas de aulas e laboratórios a serem construídos”, completou.

“Se for aprovado, temos a garantia que os recursos virão e que vamos poder começar a fazer a construção. Temos uma infraestrutura mínima que é possível começar, que seriam quatro salas de aula, alguns laboratórios equipados, que são o da biologia e o da psicologia. Sem isso, a gente não consegue instalar. Vamos usar toda a rede de saúde do município, não apenas o hospital. É uma nova característica desse curso, em que o aluno vai viver a realidade do município, do Pantanal, dos assentamentos e unidades de saúde. A grade curricular é diferenciada, adaptada à região de fronteira e às unidades de saúde”, contou o diretor do CPAN explicando também que o curso é de seis anos e o número de vagas é estabelecido por conta do número de leitos hospitalares disponíveis na cidade. “Com base nisso conseguiríamos abrir, nesse momento, 30 vagas para o primeiro ano. Ampliados os leitos, podemos ampliar vagas”, complementou.

O professor Edgar Aparecido da Costa reforçou que é preciso “mobilizar apoio político para sensibilizar o ministério da importância do curso de medicina para cá. Não basta um projeto tecnicamente bem feito sem um apoio político. Prefeitos, governador e as bancadas estadual e federal serão muito importantes”, frisou.

Residência

Equipe formada pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Santa Casa de Corumbá e a Associação Médica de Corumbá (AMC) conseguiu no início deste mês a implantação do curso de Residência Médica em Saúde da Família na cidade.

O projeto foi pré-aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). “Ainda temos um longo e difícil caminho a percorrer, mas estamos otimistas que já no ano que vem conseguiremos trazer esse curso para Corumbá”, afirmou a secretária municipal de Saúde Dinaci Ranzi. O grupo de trabalho é formado pelos médicos Walter Breno Salazar, Wilson Baruki, Nabil Omar, Domingos Albaneze, diretor clínico da Santa Casa, Cristiano Xavier, diretor-presidente da Junta que administra a Santa Casa, e a professora doutora Cláudia Araújo.

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