Rosana Nunes em 09 de Fevereiro de 2016
Fotos: Anderson Gallo e Alejandro Brown/Diário Corumbaense
Comissão de frente representou "Gênese África", solo onde floresceu o grão saboroso
“Gênese África - solo onde floresceu o grão saboroso”, assim a Império abriu seu desfile com a Comissão de Frente. Seus 12 integrantes mostraram que nos primórdios da existência, a África fez brotar em seu chão o café e representaram o surgimento dessa bebida aromática com riqueza e vigor. Elemento cênico “Raízes do primitivo cafeeiro” completou a Comissão, que teve a cor dourada como predominante.
Ala das Baianas representou, em laranja e preto, as “Guerreiras Abissínias”. A Abissínia seria o solo primitivo do café, local de uma paisagem que mais parece uma miragem de tão bela. As baianas eram as guardiãs dos costumes que guardavam a força e magnitude do café.
Primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Wellington Provenzano (Juruna) e Mary Bruno, com fantasias “Ouro Negro” mostraram que o café tem valor comparado ao ouro por conta das riquezas que gerou. Casal veio com fantasias em preto e dourado com acabamentos em pedras, strass e grãos de café.
Primeira ala, dos “Árabes e a expansão do comércio” contextualizou a chegada do carro abre-alas na apresentação. Denominado “Nas mil e uma noites das Arábias, o café difundiu-se para o mundo”, mostrou que o café se expandiu mundo afora a partir da Arábia, onde era usado como moeda por conta do valor do grão. Além da Coroa, símbolo da escola, alegoria trouxe a réplica de um castelo árabe com esculturas de sultão e camelos. Cinco dançarinas representaram a dança do ventre. Ala “A Riqueza do Egito” se seguiu ao carro.
Verde e rosa pantaneira se inspirou no café para defender título
Bateria da Império do Morro, com 100 ritmistas, trouxe para a avenida o “Exército Persa”, defensores do forte império que era denominado como imortais pelos gregos. A Pérsia teria sido o primeiro país a torrar o grão do café. Fantasias tiveram como cores predominantes o dourado, preto, prata e branco. Rainha de bateria, Lucila Victório, encenou a “Rainha Persa”. Num ritmo marcante, bateria entrou no recuo da rua 15 de Novembro, fez paradinha e coreografias. Espaço foi completado por alas das Passistas; dos “Mercadores Holandeses, a cobiça além-mar” e “O poder de Constantinopla”.
O primeiro carro alegórico veio para o desfile com a representação da “Bebida profana que a fé renegou”. Alegoria lembrou que em certo momento histórico, o café era considerado alucinógeno e o produto deveria ser excomungado por ser obra do diabo. Em sua estrutura, carro trouxe as faces do bem e do mal, além de esculturas de igreja e castelo medieval.
Ala do “Papa Clemente” lembrou passagem que o papa Clemente VIII provou o café e decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã”. Componentes usaram fantasias nas cores vermelho e dourado. Desfile seguiu com alas “Soldados Ingleses”; “Rei Sol e o luxo da corte do Rei Luís XIV.
Rainha Lucila Victório, à frente da bateria com ritmo marcante do mestre Ninho
Segundo carro alegórico representou “No vai e vem das marés o café desembarca nas Américas”. Com cores prata, marrom e branco, alegoria mostrou a expansão do comércio marítimo que provou ao café alcançar maiores projeções, chegar às Américas e consequentemente ao Brasil.
Passado o carro da chegada do café às Américas, desfile verde e rosa seguiu com passagem das alas “Carimbó”, “A lavoura e a mão de obra escrava”, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira representando “Imigrantes e o cultivo do café”, e ala “Barões do Café”.
Com alegoria “Império do café e a política que reinou no Brasil”, o desfile da atual campeã estabeleceu a chegada do café em terras brasileiras. Carro mostrou a importância do café na vida política e econômica do país. Alegoria teve formato de um salão imperial, retratou a exuberância e a pujança do café naquele momento histórico brasileiro.
Sequência final do desfile apresentou as alas “Tecendo novos rumos”, “Cerveja, um brinde ao sucesso” e “Cafeicultores transformando a terra em riqueza” e o tripé “Nos trilhos do progresso, o gigante polo industrial”. Carro “Da semente à xícara, o café nosso de cada dia” encerrou a passagem da Império do Morro pela avenida General Rondon. Alegoria valorizou o trabalho no campo e trouxe esculturas de espantalhos e de um agricultor, encerrando apresentação apoteótica em busca do bicampeonato.
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