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Esposa deve pedir por delação premiada em visita a Delcídio hoje

Campo Grande News em 29 de Novembro de 2015

Divulgação

Senador Delcídio Amaral e a esposa Maika

A esposa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Maika do Amaral Gomez, deve visitar neste domingo (29) o marido preso desde a última quarta-feira (25), na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ela é vista como uma das principais defensoras da estratégia de delação premiada que está sendo avaliada pelo senador.

Segundo o Portal Uol Notícias, em conversas reservadas nos últimos dois dias, o entorno mais próximo do senador considerou pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró. Na conversa, Delcídio relata suposta pressão a ministros do Supremo Tribunal Federal em busca de um habeas corpus para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, pai de Bernardo.

Na visita que deve fazer ao marido, Maika deve discutir o assunto da delação com o Senador. Ela tem dito que o marido não pode pagar sozinho por erros cometidos pelo PT e pelo Planalto - Delcídio era líder do governo até ser preso pela PF na quarta-feira. Na delação, Delcídio contaria o que sabe sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobras em troca de benefícios concedidos pela Justiça.

Em depoimento prestado a Polícia Federal na última quinta-feira (26), Delcídio citou a presidente Dilma Rousseff, de maneira espontânea, pelo menos três vezes. "A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul", afirmou o senador.

Delcídio também foi questionado sobre a delação de Fernando Baiano, já que a polícia encontrou uma cópia do documento, que é sigiloso, no gabinete do senador . Em depoimento, Delcídio disse: “Que tomou conhecimento das declarações de Fernando Baiano que implicam o declarante, o que ocorreu, inicialmente, a partir de matérias veiculadas na imprensa e, passado algum tempo, por trechos dessas declarações que foram levadas à liderança do governo no Senado, possivelmente através de algum servidor do gabinete que as obteve com algum jornalista”.

As citações de Baiano eram sobre “a aquisição de sondas pela Petrobras ou a compra da refinaria de Pasadena”, ainda conforme o depoimento do senador. No entanto, as buscas e apreensões na casa, escritório e gabinete de Delcídio, foram pedidas pelo procurador-geral da república, Rodrigo Janot, pois em gravações feitas pela PF, o senador dizia que teve acesso ao documento da delação. Para o procurador, o repasse do documento é fruto de um “canal de vazamento”, que deve ser investigado.

A informação sobre a apreensão da delação de Baiano foi confirmada ao jornal O GLOBO pelo advogado Délio Lins e Silva, que defende o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira Rodrigues. Diogo deve ser solto hoje (29), já que teve prisão temporária decretada.

O acordo de delação precisa ser acertado com a Procuradoria-Geral da República e, depois, homologado pelo STF.