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Mostra pedagógica das escolas em período integral revela inovações na educação de Corumbá

Camila Cavalcante em 25 de Novembro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Encontro possibilitou apresentação dos projetos desenvolvidos este ano pelas escolas integrais

Corumbá conta atualmente com seis escolas que funcionam de forma experimental em período integral: Escola Municipal Experimental da Educação Integral Luiz Feitosa Rodrigues; Escola Municipal Experimental da Educação Integral Rachid Bardauil; Escola Municipal Experimental da Educação Integral Tilma Fernandes Veiga e Centro Integrado de Educação Infantil Valódia Serra; Escola Municipal Rural Experimental de Educação Integral Eutrópia Gomes Pedroso; Escola Municipal Experimental da Educação Integral Monte Azul e Escola Municipal Experimental da Educação Integral Polo de Porto Esperança. Estudantes e professores dessas unidades de ensino se reuniram na terça-feira (24), para dividirem experiências.

A secretária de Educação, Roseane Limoeiro, destacou que a implantação das escolas experimentais em período integral é um novo momento na educação. “Temos a consolidação da Política da Educação Integral no município de Corumbá e estamos gradativamente implantando a educação integral nas escolas da Reme. Hoje, temos seis escolas que funcionam das 07 horas da manhã até às 16 horas, onde servimos três refeições aos alunos, com uma matriz curricular diferenciada. Após esse horário, os professores ficam na escola até às 16 horas para realizar planejamento e suas atividades em coletivo. Todas essas escolas obtiveram em pouco tempo, um aumento significativo em todos os seus níveis de aprendizagem, como as melhores notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Essa é uma construção coletiva, com formações continuadas e essa formação é um momento de troca de informações entre os professores, os gestores, entre a rede, para juntos, compartilharem as metodologias e sucesso obtidos”, apontou a secretária ao Diário Corumbaense.

A secretária destacou que há possibilidade de em 2016, mais uma escola rural passe a funcionar em período integral. “Temos previsão de aumentar mais uma escola do campo, estamos fazendo este estudo desde o início do ano. O que nos impede no momento é a estrutura física, porém, estamos fazendo essa ampliação. Temos meta do Plano Nacional de Educação e também do Plano Municipal de que daqui a alguns anos todas as escolas da rede municipal de ensino funcionem em período integral de ensino.

No encontro cada escola teve um tempo determinado para apresentar seus projetos. As seis escolas juntas, somam cerca de 1.500 alunos estudando desde as séries iniciais, como berçários, até o 9º ano do ensino fundamental. Esses estudantes viveram práticas diversificadas em seu cotidiano e revelaram momentos de descobertas. “Ficamos deslumbrados com tantos projetos dinâmicos neste ano de 2015. Os alunos vivenciaram visitas ao campo, participaram de esportes radicais, visitaram patrimônios históricos, realizaram experiências práticas, e além disso, conseguiram incluir a família nestes projetos também. Esse primeiro encontro vem para dividirmos todo o trabalho realizado ao longo de 2015, entre as escolas de período integral”, concluiu Roseane Limoeiro.

Cada unidade de ensino destacou ações realizadas durante 2015

Exposição

Mais de 50 projetos foram apresentados no Sesc Corumbá durante a 1ª Mostra Pedagógica. A primeira unidade de ensino a se apresentar foi a escola rural Eutrópia Gomes Pedroso, representada pelo professor Lourival Monteiro de Moraes. “Neste ano de 2015 vivemos grandes experiências com nossos alunos, tivemos um projeto de educação física que levou os alunos a práticas educativas de conhecimento corporal e respeito ao meio ambiente. O professor Fábio levou os alunos a fazerem trilhas pela área ao redor da escola, os apresentou aos esportes radicais, como o rapel. Foi um momento de muitas descobertas e conscientização. Eu desenvolvi o projeto Cartolas, onde levamos o desenvolvimento da leitura e incentivamos a construção de histórias pelos próprios alunos. Tivemos a partilha da cultura do campo, com a cultura da cidade, através do projeto de Hip Hop, bem como neste ano, todas as quartas-feiras, os alunos levam até a escola o que produzem em casa e colocam à venda, é um estímulo à manutenção da agricultura, da produção e da administração da venda”, salientou ao destacar os projetos desenvolvidos pela escola.

O gestor da Escola Municipal Experimental da Educação Integral Tilma Fernandes Veiga e Centro Integrado de Educação Infantil Valódia Serra, Jonathan Gonçalves dos Santos, enfrentou neste ano o desafio de estar à frente de uma escola em período integral. “Atendemos desde crianças de 09 meses até adolescentes do 9º ano. A escola está inserida em uma área muito marginalizada da cidade e ela vem nesse sentido de motivação, de inovação e de auxiliar os alunos em uma nova perspectiva de vida. Desenvolvemos um projeto de sustentabilidade, onde recolhemos a água dos aparelhos de ar-condicionado e reutilizamos para lavagem do pátio e também para regar algumas plantas de um outro projeto intitulado 'Escola Vila Verde Plante essa ideia'. Observamos que a taxa de aprovação dos alunos melhorou significativamente depois da implantação do sistema integral, bem como alunos que estão desenvolvendo o amor pelo estudo e pelo ambiente onde vivem”, afirmou.

A aluna Maria Paula Cristina da Silva Ramires, 13 anos, é da escola  Tilma Fernandes, e  afirmou que ficar os dois períodos na escola não a agradava. “Estou há dois anos no Tilma e quando comecei a estudar lá, eu não queria, pois achava muito enjoativo ficar dois períodos na escola, mas hoje eu vejo o quanto é bom. Pela manhã, tenho aulas normais, de português, matemática, e à tarde, participo de oficinas, me divirto com meus amigos e tenho aulas de reforço. Isso me ajudou a melhorar as notas, não gostaria de sair de lá no 9º ano”, disse a menina já pensando no futuro.

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