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Moradores do Centro América recebem 1ª etapa do Parque dos Ipês

Camila Cavalcante em 24 de Novembro de 2015

Fotos: Camila Cavalcante/Diário Corumbaense

Área antes degradada, foi transformada em espaço para a convivência, esporte e lazer dos moradores

A Prefeitura de Corumbá entregou na noite de segunda-feira (23), a primeira fase do Parque Linear dos Ipês, obra executada entre as ruas Geraldino Martins de Barros e Albuquerque. O investimento foi da ordem de R$ 463.204,38, entre recursos do Município e do Governo Federal.

A área degradada que cerca a linha férrea foi transformada em um espaço adequado para a convivência e a prática esportiva, beneficiando diretamente os moradores dos bairros Centro América, Popular Velha, Maria Leite, Universitário e de parte do Centro. Uma ciclovia também foi implantada na rua General Dutra, que agora é de mão única em uma das vias. Os moradores daquela  rua comemoram a conquista, porque agora não há mais lama, poeira, e sim diversas crianças brincando, pessoas caminhando e  um grupo entusiasmado dançando zumba todas as noites.

“Essa região, se a olharmos dois anos atrás, vamos constatar uma grande mudança. Essa entrega é uma mostra do projeto que já temos aprovado em Brasília, que é o Parque Linear dos Ipês, que vai desde o bairro Aeroporto até o Universitário. A Prefeitura decidiu investir recursos nesta área, mostrando a importância desse projeto para a cidade. Essa era uma região abandonada, e hoje vemos que o espaço já está sendo utilizado e cuidado pela população. Os espaços que estamos entregando devem ser apropriados pela comunidade, é a melhor forma que temos de cuidar do que é entregue pelo município”, afirmou o prefeito Paulo Duarte ao Diário Corumbaense.

Duarte ainda destacou a ação conjunta  das equipes da Fuphan (Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico de Corumbá), da Secretaria de Infraestrutura, da Fundação de Meio Ambiente e da Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte) na execução do projeto.  Nesta primeira etapa, foram realizados os serviços de limpeza e a raspagem de todo o terreno, além da construção de meio-fio, calçamento com acessibilidade e piso tátil, bancos, aparelhos de ginástica e bicicletário. Um amplo trabalho de paisagismo foi realizado no local, onde foram plantadas mudas de ipês roxos que garantirão sombra e a composição do ambiente nos próximos anos. Lixeiras e luminárias foram colocadas ao longo de todo o espaço, assim como placas informativas sobre o local.

A inauguração do espaço contou a apresentação artística da Banda de Música Manoel Florêncio, do grupo da Oficina de Dança, aula demonstrativa de Zumba e show de pagode com Xandão do Cavaco e Banda.

Prefeito Paulo Duarte destacou a importância de os moradores cuidarem do espaço

Moradores se uniram para cuidar do espaço

Antes mesmo da inauguração da Orla dos Ipês, os moradores da rua General Dutra já haviam  se "apoderado" do espaço. Nos finais de tarde, eles se reúnem para o tradicional tereré, realizam caminhadas, andam de bicicletas, conversam e dão o exemplo, cuidando muito bem do ambiente.

Selma Lopes dos Santos, de 44 anos, mora na General Dutra desde que se casou, há mais de 20 anos e hoje integra o grupo de voluntários que ajudam a cuidar do local e a estabelecer a relação da “boa vizinhança”.

“Aqui em frente à minha casa só havia um caminho, não havia acesso de carro e quando abriu o espaço, era poeira, buraco, lama. Esperamos muito tempo pela conclusão deste lugar e hoje ajudamos a cuidar. Meu freezer fica cheio de  água, as crianças vem pedir para beber. Também ajudamos o pessoal do grupo de zumba, fornecemos energia, guardamos materiais, minha casa é quase um ponto de auxílio destas quadras da Orla dos Ipês. Nos sentimos satisfeitos e valorizados com a conclusão e entrega da obra. Agora, estamos na campanha para que todos cuidem e assim possamos continuar a desfrutar desse ambiente que nos trouxe uma grande mudança de vida”, afirmou a este Diário.

Robson tem 16 anos e desenvolve projeto voluntário

Mário Katayama, de 40 anos, sempre morou na General Dutra e para garantir a conservação dos ipês plantados no local, ele adotou 5 mudas e trabalha para que mais vizinhos também façam a adoção. “É um presente de natal antecipado. Essa área do bairro Centro América tinha a necessidade, a carência de investimentos que valorizassem o local e dessem dignidade de vida aos moradores. Ao saber que os ipês foram plantados, eu me prontifiquei a cuidar de cinco deles, e agora peço, converso para que mais vizinhos ajudem a cuidar das plantas e do espaço também. É algo bom, bonito e deve ser mantido desta maneira”, afirmou.

Aos 16 anos, Robson dos Santos Menezes Junior, se voluntariou a dar aulas gratuitas de zumba para os moradores. “Sempre gostei de dança e quando vimos que o local estava terminado e que precisava ser bem ocupado, as mulheres da região que me conhecem, tiveram a ideia  das aulas de dança.  Elas falaram com minha mãe, que me apoiou e agora comemoramos esse sucesso em apenas alguns meses. Fico satisfeito de ver o quanto boa parte delas (moradoras) mudaram de vida, estão mais otimistas, bonitas, vaidosas e felizes. Meu objetivo é ser professor de educação física e assim continuar com esse projeto, que hoje é minha grande motivação”, contou.

“Menos dois quilos e muito mais alegria”, esses foram os benefícios citados por Ecilda Fernandes dos Santos, de 46 anos. “Participo do projeto da zumba desde o começo, e quando vimos o final das obras aqui, nos sentimos estimuladas com o Robson, então, nos reunimos e todos os dias estamos aqui dançando, conversando e brincando. Esse espaço trouxe uma grande mudança de vida para todos, é uma valorização do nosso bairro e de nossas vidas”, concluiu.

Aulas de dança estão entre as atividades desenvolvidas no novo espaço

Galeria: Parque Linear dos Ipês

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Comentários:

André Figueiroa: Gostaria de saber, qual a razão do nome "Parque Linear dos Ipês"? O questionamento se deve ao fato dos parques lineares caracterizam-se como uma intervenção urbanística em áreas degradadas e associadas aos cursos d'água, com o objetivo de proteger e recuperar o ecossistema, conectar áreas verdes e espaços públicos, controlar enchentes e propiciar áreas verdes destinadas a atividades culturais e de lazer" e nesse sentido, não observei nenhuma interface no nome, pois os parques lineares geralmente estão concentrados em nascentes d'água, espaços verdes e são complexos com perímetros fechados, mas com acesso para a população local e turistas. Por outro lado, se restringirem o nome a "Orla dos Ipês", creio fazer mais sentido. Todavia, algum biólogo ou ambientalista poderiam comentar e esclarecer essa questão. Por fim, uma bela iniciativa que além de aplaudida, deve ser cuidada por todos que usarão o espaço para as atividades físicas e de lazer.

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