Feira de Ciências, Cultura e Tecnologia estimula aprendizado de alunos

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Os projetos foram desenvolvidos durante o ano todo com temáticas diversificadas

Na última quinta-feira (19), alunos da Escola Municipal Almirante Tamandaré, que atende bairros da parte alta de Corumbá, realizaram a primeira Feira de Ciência, Cultura e Tecnologia na instituição. De acordo com a diretora, Geruza Soares de Souza Papa, o objetivo do projeto é auxiliar o professor, trabalhando  a pesquisa dentro do ambiente escolar dos alunos do ensino regular, de 1ª a 9ª séries, além de divulgar e reforçar o trabalho pedagógico da unidade de ensino. “Os alunos trabalharam de forma criativa e investigativa. O projeto aguçou a curiosidade deles, que é o objetivo principal da nossa pesquisa, ou seja, contribuir para o desenvolvimento”, explicou  a educadora.

Toda a comunidade escolar esteve envolvida na realização da feira. Coordenação, direção e alunos desenvolveram projetos durante o ano todo com temáticas diversificadas buscando possibilitar ao aluno aplicar os conhecimentos teóricos na prática, estimulando e motivando  a busca pelo conhecimento. “Fazer com que a teoria que o professor passa na sala de aula passe para a prática foi o nosso grande objetivo, além de estimular o aluno a se interessar mais pelo processo de aprendizagem, aumentando a vontade dele querer aprender. Hoje, manter um aluno dentro da sala de aula por cinco horas, apenas com teorias, por mais que o professor faça uma aula inovadora, é muito difícil . Essa ação, que busca um avanço pedagógico e conta com total empenho dos alunos, nos possibilitou observar a capacidade deles, apresentando excelentes projetos com várias temáticas exploradas por cada uma das salas”, disse ao Diário Corumbaense o coordenador pedagógico, Luciano Rodrigues Duarte.

Uma das salas trabalhou a literatura, mais precisamente, a vida e obra do poeta Manoel de Barros. Além de se aprofundar na obra do poeta mato-grossense, os alunos procuraram reproduzir a vida do artista, recriando em maquetes a fazenda em que viveu no Pantanal, além de objetos como brinquedos artesanais que faziam parte da infância do poeta. “Manoel de Barros veio para mostrar como nossa região é cheia de riquezas, tanto do Pantanal quanto de sua poesia. Tudo que ele colocou em seu trabalho foi para mostrar o Pantanal, a Corumbá, o povo da região. Apesar dele ter nascido em Cuiabá, ele morou em Corumbá e em Campo Grande, foi um pantaneiro como nós, e nada melhor que apresentar aos alunos o nosso poeta. Todo o trabalho foi relacionado com a vida de Manoel de Barros, desde a infância na fazenda até suas poesias”, afirmou Leandro Cavalheiro, professor de matemática e pedagogo que além de dar aula de exatas também ensina produção de texto.

A aluna Paulina de Souza Solis, de 13 anos, foi encarregada de explicar sobre o processo de criação dos materiais. “O pião, o telefone sem fio e o vai-e-vem são alguns dos brinquedos que fizeram parte da infância de Manoel de Barros. Durante esse projeto aprendemos mais sobre o esse artista pantaneiro e também em relação a importância da preservação do meio ambiente pois os objetos foram feitos com material reciclado", explicou Paulina.

Disco de Newton despertou em Wagner e Silvano o interesse pela tecnologia

Em outra sala, mais voltada para o lado tecnológico, a dupla Silvano dos Santos Lemes, de 17 anos, e Wagner Adrian Rondon Franco, de 15, apresentou um dos inventos do cientista e físico inglês Isac Newton, o disco de Newton. Ao entrar em movimento, cada cor do disco se sobrepõe em nossa retina, dando a sensação de mistura. Com velocidade suficiente e com as cores corretas, o disco dá a ilusão de ficar na cor cinza ou branca. O experimento apresentado pelos jovens, que consiste em um pequeno motor elétrico acoplado a um pedaço de madeira e um disco de papel com as cores do arco-íris, fez mais do que o esperado, despertou o interesse dos jovens pelas invenções, estimulando as pretensões de seguir uma carreira no ramo da engenharia. “Tivemos grande auxílio dos professores. É a primeira vez que apresentamos um projeto como esse e nos interessamos muito. Pretendemos saber mais sobre tecnologias como essas e fazer alguma faculdade que seja voltada para esse assunto”, disse Wagner.

Um dos orientadores da dupla explicou a importância da aplicação prática do conhecimento teórico. “O nosso objetivo foi tentar fazer com que os alunos produzissem na prática alguns conhecimentos teóricos tanto de Ciências quanto Matemática. Ao longo do ano foram apresentados conteúdos de parte teórica, desenvolvendo esse conhecimento e hoje está culminando na parte prática, possibilitando um aproveitamento e um aprendizado maior", explicou Luís Donizethe Minzão, um dos professores responsáveis pela orientação do projeto.

Alunos de 1ª à 9ª séries apresentaram ao todo 24 projetos

A sala que expôs Gêneros Textuais, com a participação dos alunos do 5º ano B, oferecia um tour os visitantes, que podiam acompanhar várias estruturas que compõem textos, sejam eles orais ou escritos, aprendidas pelos pequenos. Tímidos, porém com o conteúdo na ponta da língua, eles davam uma verdadeira aula sobre os mais variados tipos de comunicação, com direito a uma lembrança no final da apresentação. Uma das orientadoras do projeto destacou a importância do conhecimento adquirido que ajudou também no desempenho da Prova Brasil de 2015 (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar da Educação Básica).

“Foi um trabalho do ano inteiro, incentivando a leitura, promovendo momentos que eles pudessem realizá-la e trabalhando isso de uma maneira mais prática. Esse projeto busca a leitura e a interpretação dos textos. Todo conteúdo que trabalhamos na sala, caiu na Prova Brasil, como por exemplo em matemática, as figuras geométricas, análise de gráficos e essa metodologia os auxiliou na avaliação. Foi um trabalho extremamente produtivo que acrescentou muito no conhecimento deles e isso é muito gratificante", destacou a professora Luana Dalla de Souza.

Ação aprovada por Andrey Reinaldo Lopes de Arruda, do 5º ano. Ele foi responsável por conduzir o visitante pelo passeio informativo proporcionado pelos colegas. “Foi muito interessante participar e apresentar esse projeto. Todos nós nos esforçamos muito e cada um aprendeu um pouquinho de tudo no final”, concluiu Andrey.

Solidariedade, civismo, cidadania, são alguns dos valores adotados na formação dos alunos da instituição e todos podiam ser observados de alguma maneira entre as atividades. Apresentações artísticas e culturais também integraram a feira, que foi acompanhada ainda por pais e responsáveis. Ao todo, foram expostos 24 projetos.