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PM inicia ação de combate aos roubos e furtos de motos

Caline Galvão em 13 de Novembro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Policiais militares vistoriaram oficinas que trabalham no conserto de motocicletas

Realizada na tarde de quinta-feira (12), a “Operação Cadeado” teve como objetivo fiscalizar oficinas em Corumbá que trabalham no conserto de motocicletas, a fim de encontrar materiais provenientes de ações ilícitas. Além disso, orientar chaveiros e procurar saber quem são as pessoas que trabalham no setor, a fim de orientá-las a não repassar seu conhecimento a pessoas erradas. A operação faz parte de um plano de ações idealizadas pelo Comando do 6º Batalhão da Polícia Militar para inibir crimes de furtos e roubos de motocicletas na região. A iniciativa foi encabeçada pela coordenação de operações do Batalhão.

Com os casos de roubos e furtos de motocicletas em Corumbá, o plano completo de ações compreende cinco fases que começaram a ser colocadas em prática na última quarta-feira (11), quando foi lançada a primeira etapa do plano. Nessa fase inicial, os policiais tiveram o objetivo de “pressionar” pessoas que são suspeitas desses crimes. “Não é trabalho investigativo, mas temos suspeitos que acreditamos estarem envolvidos nesses casos, temos denúncias e informações e dentro da nossa razão, iniciamos a primeira fase”, explicou o tenente Araújo, chefe de operações do 6º BPM.

Araújo explicou que por meio dessa “pressão”, os policiais foram até onde os suspeitos moram, eles foram abordados, vizinhos foram questionados e está sendo realizado policiamento comunitário onde eles circulam. Na área onde vive o suspeito, as abordagens de pessoas e carros estão sendo mais intensas. “Quando você começa a fazer isso, o pessoal já percebe que a PM está na área. Nós estamos usando toda nossa força de viatura e policiais na rua para combater o furto e roubo de motos”, afirmou o tenente ao Diário Corumbaense.

As segunda e terceira fases juntas estão sendo chamadas de “Operação Cadeado”, realizada na tarde de quinta-feira. A segunda fase corresponde à ação dos policiais em conversar com chaveiros da cidade para alertá-los sobre o conhecimento que eles têm e que pode estar sendo usado para realização de furtos de motos. “Se eles passam esse conhecimento para qualquer pessoa, se não há uma seleção para isso, pode ser passado para quem o utiliza de forma errada. Mas a gente vai também passar a fiscalizar para saber quem são as pessoas que estão trabalhando com isso. O objetivo inicial é apenas conversar com essas pessoas”, explicou o tenente Araújo.

A terceira fase é a de fiscalização nas oficinas de veículos, que aconteceu também na tarde de quinta. “É uma forma de dar o recado que estamos de olho neles e que essas fiscalizações irão continuar”, afirmou Araújo. Um profissional que trabalha em uma das oficinas fiscalizadas afirmou aos policiais que já recebeu ofertas de produtos provenientes de motocicletas roubadas, mas que não aceitou.

A ação desta quinta-feira durou duas horas. A PM fez a checagem de 64 motos em sete oficinas e também esteve em dois chaveiros. O tenente da PM frisou que há ainda mais duas fases do  plano de ações, mas que por enquanto não serão divulgadas.

Sessenta e quatro veículos foram checados em sete estabelecimentos comerciais

Índices de roubos e furtos subiram na região

Nos últimos 14 dias, foram 14 motocicletas furtadas e roubadas em Corumbá, sendo 06 delas recuperadas pela Polícia Militar. Das 08 que não foram localizadas, há grande possibilidade de uma delas ainda circular pela cidade. A PM prendeu quatro pessoas envolvidas nesses crimes. O tenente Araújo explicou que em 2014 o trabalho do 6º BPM foi elogiado pela Secretaria de Segurança Pública porque pelos indicadores, os índices de crimes no geral, estavam praticamente todos positivos, ou seja, apresentavam queda. No entanto, os números deste ano sobre crimes envolvendo motocicletas têm preocupado.

“Estamos observando que está havendo aumento, não só de roubos, mas de furtos também de motocicletas. Quando esses indicadores aumentam, significa que a segurança pública não está sendo eficiente. Estamos usando forças para reduzir esses índices porque se a gente continuar como estamos hoje, vamos cair de posição, apesar de que as cidades de fronteira são mais difíceis de serem comandadas porque dependem de outros órgãos”, afirmou o tenente Araújo a este Diário.

Araújo destaca que do ano passado para cá houve aumento de 28% no número de emplacamento de motos, mais do que de carros em Corumbá. Ou seja, hoje estão rodando na cidade mais motocicletas do que carros. Por conta disso, a probabilidade de haver mais furtos e roubos de motos em 2015 é maior do que no ano passado. Uma das coisas que têm contribuído também para esse aumento de motos é o fato de serem mais baratas e econômicas, e neste período de crise financeira, os brasileiros estão começando a trocar carros por motos, supõe o tenente.

Segundo a PM, peças de motos furtadas ou roubadas são vendidas aqui e na Bolívia

Como se proteger de furtos

O oficial da Polícia Militar afirma que entre 10% e 20% das motocicletas estacionadas no centro da cidade são “convidativas” aos bandidos, não possuem nenhum tipo de dispositivo de segurança. “É só o bandido pegar a moto, tirar o pezinho e sair empurrando. A população precisa entender que ela deve colocar algum equipamento de segurança nessas motocicletas ou fazer com que os próprios itens de segurança da moto funcionem”, alertou o tenente.

Ele afirmou que os motociclistas podem colocar corrente com cadeado a fim de prender a moto de uma forma que trave o veículo; podem colocar travamento para o garfo da moto; devem usar a trava de ignição que alguns modelos já têm. Ele contou que alguns bandidos têm furtado motos com chave micha, que entra em todos os modelos. “O interessante é saber que quanto maior for o segredo da chave, menos chance o bandido tem de furtar a moto, quanto menor o segredo, mais fácil”, afirmou o tenente. Em caso de roubo, ele reitera que o melhor é não reagir e acionar a PM.

“Infelizmente, temos um mercado para essas motos que é a Bolívia. Como as motos de fabricação brasileira são melhores, o bandido quando rouba aqui pega as peças e encaixa nas motocicletas de lá, que na maioria são importadas da China, para dar mais durabilidade a esses veículos. O mercado que essas motos roubadas atendem é esse, desmanchar essas motos e levar para lá e as nossas peças contribuem para o aumento da vida útil das motos deles”, concluiu o tenente Araújo.

 

Galeria: Operação Policia Militar Motos - 2015

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