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Bancários continuam em greve e Fenaban mantém proposta inicial de 5,5%

Caline Galvão em 13 de Outubro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Bancários mantêm greve unificada em todo o País e não há previsão para término

Há exatamente uma semana, os bancários em todo o País cruzaram os braços por melhores condições de trabalho e salário. Iniciada com os bancos da rede pública no dia 06 de outubro, os bancários de instituições particulares aderiram ao movimento no dia 08. Todos os bancos em Corumbá estão em greve e são grandes as filas de clientes nos caixas eletrônicos.

Segundo o representante do Sindicato dos Bancários de Corumbá, Agostinho Colombo, nenhum banco privado ainda retornou às suas atividades, bem como os públicos, que continuam parados. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não se pronunciou quanto às reivindicações dos trabalhadores. “Só vamos sentar na mesa de negociação para conversar quando tiver alguma proposta para podermos avaliar porque não adianta reunir todos os bancários em assembleia para ter que novamente juntá-los sem ter condições de dialogar”, disse Agostinho.

Um dos diretores da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB/SPMS), Nelson Costa Leite, estava no Bradesco orientando os clientes quanto à greve. “Nós estamos representando os bancários e lutando por melhores condições no serviço de atendimento à população. Ainda não há nenhuma assembleia marcada e os bancos continuam com a proposta de 5,5% de aumento e 2,5 de abono, o que rejeitamos”, disse Nelson. O Sindicato dos Bancários de Corumbá é associado à FEEB/SPMS.

Por volta das 10h30 da manhã desta terça-feira (13), os caixas eletrônicos continuavam sendo pouco abastecidos. No Santander, por exemplo, só havia possibilidade de sacar notas de R$ 10,00 e apenas um caixa disponibilizava notas de R$ 20,00. Já no Itaú, da Delamare, dos quatro terminais disponíveis, em um deles a função de saque não funcionava. Enquanto isso, no Bradesco, as filas eram grandes nos caixas automáticos. No Banco do Brasil, da 13 de Junho, os caixas eletrônicos não disponibilizavam todas as notas e alguns não estavam abastecidos, a exemplo do que vem ocorrendo desde o início da greve.

Clientes enfrentam filas em caixas eletrônicos para realizar operações

Os bancários alegam que mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, os bancos lucraram bastante no primeiro semestre. Dados do Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam para lucro de R$ 36,3 bilhões nos primeiros seis meses de 2015, favorecendo os cinco maiores bancos do País: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco e Santander. O crescimento foi de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os bancários afirmam que os bancos ofereceram reajuste salarial de apenas 5,5%, muito abaixo da inflação do período, de 9,88%, o que representaria perda de 4% aos bancários. Os servidores reivindicam 16% de aumento e mais segurança no local de trabalho. A greve não tem previsão de término.

De acordo com informações da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) continua aberta ao diálogo e às negociações. A proposta inicial é que os bancos pagarão abono imediato de R$ 2.500,00 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar salários praticados em 31 de agosto de 2015 em 5,5% que, segundo a FENABAN, é um reajuste em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses. No entanto, depois da negativa dos bancários em aceitarem essa proposta, a FENABAN não realizou nenhuma outra contraproposta, o que levou à deflagração da greve unificada no dia 06 de outubro.

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