PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Em Corumbá, greve agora atinge todos os bancos públicos e privados

Caline Galvão em 08 de Outubro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A greve bancária é unificada entre setores público e privado e atinge todo o País; funcionários reivindicam aumento de 16%

Depois dos bancários do setor público (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) cruzarem os braços desde terça-feira (06), funcionários dos bancos privados aderiram à greve em todo o País nesta quinta-feira (08) em Corumbá. Na cidade, clientes das agências do Itaú, Santander e Bradesco, se depararam apenas com caixas eletrônicos à disposição, mas muitos deles não estavam abastecidos.

O vigilante Sérgio Rojas foi até o Bradesco por volta das 10h25 e não conseguiu realizar saque no caixa eletrônico. “Eu vim ver saldo, se tinha dinheiro em conta, mas no caixa eletrônico não tem nada, não tem dinheiro no caixa”, garantiu. O presidente do Sindicato dos Bancários de Corumbá, Agostinho Colombo, explicou ao Diário Corumbaense que a responsabilidade de manter os caixas automáticos abastecidos é dos bancos e não do sindicato. “Os caixas eletrônicos são de livre acesso, mas quem tem que manter o dinheiro neles é cada banco, os bancos é que são responsáveis pelos caixas eletrônicos”, reforçou.

Agostinho também esclareceu que essa greve é unificada no País e tanto os bancários do setor público quanto os do setor privado estão parados por tempo indeterminado. As reivindicações de ambos os setores são as mesmas. “Só vamos marcar assembleia quando houver proposta, que até agora não teve”, disse Agostinho.

Os bancários alegam que mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, os bancos lucraram bastante no primeiro semestre. Dados do Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam para lucro de R$ 36,3 bilhões nos primeiros seis meses de 2015, favorecendo os cinco maiores bancos do País: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco e Santander. O crescimento foi de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os bancários afirmam que os bancos ofereceram reajuste salarial de apenas 5,5%, muito abaixo da inflação do período, de 9,88%, o que representaria perda de 4% aos bancários. Eles reivindicam 16% de aumento.

Bancários do Bradesco, Itaú e Santander não estão realizando atendimento interno

Enquanto a greve não for resolvida, o militar Bruno Pinheiro pode ficar sem pagar as contas e sem dinheiro no bolso. “Eu vim sacar e retirar uma conta que foi bloqueada, só pode fazer isso diretamente com o gerente e eu não consigo porque está em greve. Eu espero que essa greve termine rápido porque eu acho que como caiu o pagamento na minha conta, eu não recebi porque foi bloqueada. Fica complicado porque começo de mês sem pagamento não tem como, a gente não anda”, afirmou Bruno, ao sair do Itaú.

Juciane Gonçalves, operadora de caixa, acredita que essa greve vai prejudicar bastante a empresa na qual trabalha. “Eu vim realizar depósito, mas não consegui. A nossa empresa trabalha com depósitos, então, isso atrasa demais o processo de trabalho. Eu espero que essa greve se resolva logo, o quanto antes, melhor”, comentou Juciane.

Reivindicações dos bancários

Os bancários em todo o País reivindicam, além do reajuste salarial de 16%, incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, o piso de R$ 3.299,66; Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82; vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788,88 ao mês para cada. Os servidores querem igualdade de oportunidades com o fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência.

Além disso, querem melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários e o fim das demissões, além de mais contratações. Os bancários reivindicam também maior prevenção contra assaltos e sequestros com permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas e abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários também são solicitações.

PUBLICIDADE