Concurso de Bandas de Percussão atraiu grande público ao Poliesportivo

Um dos concursos culturais mais esperados do ano aconteceu na tarde e noite de sábado (26), no ginásio do Complexo Poliesportivo, localizado na rua Porto Carrero, em Corumbá. O Concurso de Bandas de Percussão, edição 2015, teve vitória da banda Padre Ernesto Sassida, na categoria juvenil, e da banda Carlos de Castro Brasil, na infanto-juvenil. O público superlotou a quadra que estava com todas as 3.500 cadeiras preenchidas e centenas de pessoas em pé. A Guarda Municipal teve que ser solicitada para impedir a entrada de mais pessoas, por questões de segurança. Mais de quatro mil pessoas assistiram ao concurso.

O prefeito Paulo Duarte destacou Corumbá como “berço da cultura” lembrando também da entrega realizada na sexta-feira (25), da nova academia de música da banda Manoel Florêncio. “É impressionante o talento para a arte e para a cultura que tem o povo corumbaense, até porque banda de percussão não é só saber tocar um instrumento, é saber dançar também. Nós vimos coreografias belíssimas, o concurso visa fortalecer a arte e a cultura corumbaense”, afirmou Duarte ao Diário Corumbaense destacando também a reforma do poliesportivo. “O poli era um espaço que estava sem nenhuma condição de uso, você vê essa quadra hoje superlotada e nesse espaço multiuso, a participação efetiva de escolas de Corumbá e algumas de Ladário, é incrível. Corumbá é o berço da cultura, indiscutivelmente”, pontuou.

Para a presidente da Fundação de Cultura, vice-prefeita Márcia Rolon, “esse concurso é um momento de união de todas as pessoas em prol de suas escolas, momento da família ver o lado cultural da escola e principalmente mostrar que arte, educação e cultura caminham juntos, porque é muita disciplina que uma banda de percussão tem, sem falar da musicalidade, que é mais um aprendizado que faz com que a formação educacional com certeza amplie”, afirmou.

Liliane Mendes estava sentada em meio ao público aguardando a apresentação de sua sobrinha, baliza que se apresentou pela Escola Ângela Maria Perez. Ela afirmou que era a quarta vez que assistia a um concurso de bandas. “Eu acho que é um incentivo para os jovens, é mais uma atração para Corumbá. É bom porque para eles é uma aprendizagem e os incentiva para a música e para a cultura”, disse.

“Todos os anos eu venho porque os meus filhos participam também. Eles acabaram de tocar no Ângela Maria Perez e há muito tempo participam desses concursos e eu estou sempre presente”, afirmou dona Augustina Ayala, que prestigiava o evento com a família. “Eu tenho nove filhos, sete são homens, e os sete já tocaram em fanfarras, dos setes filhos eu posso dizer que entreguei para a sociedade novos cidadãos de bem”, assegurou. “Não foi porque eles tocaram em fanfarra que eles se desviaram do caminho, muito pelo contrário, a fanfarra é o lugar que eles têm para se divertir, para interagirem, para fazerem amizade e assim sair das ruas”, garantiu.

Concurso busca unir cultura com ação social através de doações

A organização do concurso solicitou que os estudantes e o público trouxessem alimentos e materiais de higiene para serem doados. A princípio, toda a doação seria destinada à Associação de Pais e Amigos de Prevenção e Assistência aos Usuários de Drogas de Corumbá e Ladário (Aclaud), que resgata jovens do vício das drogas. No entanto, como a doação ultrapassou uma tonelada, a organização do concurso resolveu entregar a metade para o projeto e a outra parte será doada a outras instituições. “Esse é o momento agora, mudar o foco desses meninos, tirá-los dessa visão e trazê-los para a música”, afirmou Márcia Rolon.

No final das apresentações, antes de serem anunciadosos vencedores da categoria juvenil, o prefeito Paulo Duarte, junto com a primeira-dama, Maria Clara Scardini e a vice-prefeita Márcia Rolon, entregaram à Aclaud as doações. “Nós unimos um grande evento, uma festa no mês de aniversário da cidade, com a doação de alimentos a fim de ajudar instituições que tanto fazem por Corumbá”, afirmou Duarte.

A Aclaud administra a Fazenda do Senhor Jesus, unidade terapêutica onde atualmente 10 pessoas estão sendo tratadas no local. “Mais importante do que a gente receber isso, é participar de um município onde os seus governantes se preocupam com as pessoas menos favorecidas. O alimento para nós é de suma importância porque principalmente nos primeiros três meses, que é o período de desintoxicação, o dependente químico troca a droga por alimento, preenchendo o vazio deixado pelo vício”, explicou Cândido Antônio Pinheiro Martins, presidente da associação fundada pela saudosa Laura Martins.