Campo Grande News em 02 de Setembro de 2015
Marcos Ermínio/Campo Grande News
Ministro afirma que vai mudar estratégia para tentar resolver conflito
Tanto o ministro quanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deixaram claro que a situação de conflito da fazenda Buriti não se resolveu devido à intransigência dos proprietários rurais, que não aceitaram o valor da indenização. Diante disso, eles decidiram mudar a estratégia para tentar resolver a situação de cinco áreas.
Dessa forma, será formada uma comissão com representantes do governo federal, estadual e dos índios, que na semana que vem vão se reunir em Brasília. Os grupos terão de chegar a um acordo sobre cinco áreas prioritárias de conflito em Mato Grosso do Sul. "Cada uma delas será discutida e mediada. Não dá para saber qual será a solução,e nem se ela será única para todas", disse o ministro Cardozo.
Durante a reunião, o ministro chegou a afirmar que "existe a possibilidade de indenização", mas que vai depender dos limites legais e financeiros da União. Eduardo Cardozo veio ao Estado para tentar pacificar o conflito entre índios e fazendeiros, que se acirrou com a morte do indígena Semião Vilhalva, 24, no sábado (29) na área Ñande Rú Marangatu, em Antônio João.
No local, são 9.317 hectares, cuja demarcação chegou até a ser homologada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Porém, a situação está travada na Justiça até hoje, devido a recursos impetrados pelos produtores ao longo dos anos.
O governador concordou com o ministro sobre o impasse da fazenda Buriti , disse que as discussões foram um erro na época e que desta vez aposta na compreensão de índios e fazendeiros. "Temos certeza que com boa vontade temos solução para ambas as partes", disse Reinaldo, que também é proprietário rural.
Já o indígena Lindomar Terena, representante da APIB (Articulação dos povos indígenas do Brasil), afirma que os índios são contra a presença do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na região de conflito e que não estão satisfeitos com a reunião, já que aprenderam que a mesa de diálogo não funciona. "Já tivemos experiência de que a mesa do diálogo não é o caminho. Estamos em um momento em que uma liderança morre, então descem as autoridades para o estado", disse o indígena.
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