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Ministro quer solucionar conflito em 5 áreas de Mato Grosso do Sul

Campo Grande News em 02 de Setembro de 2015

Marcos Ermínio/Campo Grande News

Ministro afirma que vai mudar estratégia para tentar resolver conflito

Governos federal e estadual e representantes dos índios vão definir cinco áreas de conflito em Mato Grosso do Sul como prioridade para tentar resolver o impasse entre índios e produtores rurais. A estratégia foi definida nesta quarta-feira, com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e levando em consideração o fracasso das negociações da fazenda Buriti em Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande.

Tanto o ministro quanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deixaram claro que a situação de conflito da fazenda Buriti não se resolveu devido à intransigência dos proprietários rurais, que não aceitaram o valor da indenização. Diante disso, eles decidiram mudar a estratégia para tentar resolver a situação de cinco áreas.

Dessa forma, será formada uma comissão com representantes do governo federal, estadual e dos índios, que na semana que vem vão se reunir em Brasília. Os grupos terão de chegar a um acordo sobre cinco áreas prioritárias de conflito em Mato Grosso do Sul. "Cada uma delas será discutida e mediada. Não dá para saber qual será a solução,e nem se ela será única para todas", disse o ministro Cardozo.

Durante a reunião, o ministro chegou a afirmar que "existe a possibilidade de indenização", mas que vai depender dos limites legais e financeiros da União. Eduardo Cardozo veio ao Estado para tentar pacificar o conflito entre índios e fazendeiros, que se acirrou com a morte do indígena Semião Vilhalva, 24, no sábado (29) na área Ñande Rú Marangatu, em Antônio João.

No local, são 9.317 hectares, cuja demarcação chegou até a ser homologada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Porém, a situação está travada na Justiça até hoje, devido a recursos impetrados pelos produtores ao longo dos anos.

O governador concordou com o ministro sobre o impasse da fazenda Buriti , disse que as discussões foram um erro na época e que desta vez aposta na compreensão de índios e fazendeiros. "Temos certeza que com boa vontade temos solução para ambas as partes", disse Reinaldo, que também é proprietário rural.

Já o indígena Lindomar Terena, representante da APIB (Articulação dos povos indígenas do Brasil), afirma que os índios são contra a presença do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na região de conflito e que não estão satisfeitos com a reunião, já que aprenderam que a mesa de diálogo não funciona. "Já tivemos experiência de que a mesa do diálogo não é o caminho. Estamos em um momento em que uma liderança morre, então descem as autoridades para o estado", disse o indígena.