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Queimadas urbanas agravam período seco em Corumbá

Caline Galvão em 13 de Agosto de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

PMA e Fundação do Meio Ambiente alertam para prejuízos à saúde e ambientais, além de multa

Neste período de estiagem no Pantanal, não apenas as queimadas florestais em Corumbá têm aumentado, mas também as queimas a céu aberto, na área urbana, provocadas pela própria população. Quase todos os dias, o Corpo de Bombeiros tem sido chamado para apagar fogo geralmente colocado por pessoas que acreditam que, através da queima das folhas e galhos, estão limpando terrenos vizinhos ou o próprio quintal. No entanto, essa atitude apenas prejudica o meio ambiente e a saúde das pessoas.

O comandante da Polícia Militar Ambiental (PMA) de Corumbá, Cleiton Douglas da Silva, recomenda que as pessoas juntem todo o material, como folhas e galhos, e esperem pela coleta pública de lixo. “Apesar de o fogo ser uma cultura das pessoas, já foi provado que é nocivo para o meio ambiente e para a saúde, sobretudo na área urbana porque essa fumaça vai rapidamente ter prejuízo para os vizinhos, que é como normalmente chega para nós na ocorrência”, explica.

O comandante Cleiton comenta que nesse período há uma soma do fogo da região do Pantanal, na zona rural, quando não há como se evitar que a fumaça chegue até a cidade, o que é agravado pelo fogo na área urbana.“É importante que as pessoas tenham ideia que não basta reclamar do fogo que colocam no Pantanal. Quando você queima seu lixo, queima sua folhinha lá na frente ou no quintal da sua casa, também está contribuindo para esse mal que você mesmo reclama”, frisa o comandante da PMA.

Ele ressalta também que para que a PMA possa multar administrativamente e punir o autor da queima a céu aberto é necessário que haja o flagrante, o que é muito difícil nesses casos. Algumas vezes as pessoas telefonam para a PMA, mas no ato do registro da ocorrência, o autor do fogaréu já não está mais no lugar do fato. No entanto, ele pede para que a população denuncie essas ações, caso saiba quem são os autores.

Foto enviada por leitor

Nem o lixo do ponto de entrega voluntária escapou do fogo

“A pessoa deve ligar aqui na Polícia Militar Ambiental, se ela souber da autoria. A gente precisa da autoria para poder levar à responsabilização, se a pessoa viu quem colocou, se o autor está no local, ligue imediatamente para a Polícia Militar Ambiental porque nós vamos enviar uma equipe policial e o autor será responsabilizado administrativamente, vai incidir sobre ele multa de uma a cem uferms que é a unidade fiscal, que está no valor de R$ 21,56”, informa o comandante Cleiton. Nessa proporção, a ação de queima a céu aberto não entra na seara criminal, só na administrativa, por isso é apenas imputada multa, a pessoa não fica fichada criminalmente. O telefone da PMA é 3231-5201.

Moradores devem esperar pela coleta setorizada

Geralmente as queimas são realizadas em terrenos baldios, quintais e jardins por moradores que acreditam que com essa ação estão limpando a área. No entanto, nem mesmo os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) espalhados pela cidade escapam desse tal ato de limpeza. O Diário Corumbaense recebeu foto enviada por um leitor que registrou o momento que estava sendo queimado o lixo dentro de um PEV no bairro Popular Velha, em local bastante movimentado por ter dois supermercados.

Moradores precisam esperar pela semana que o caminhão de coleta de galhos e entulhos passa pelo bairro

A diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, Luciene Deová, assegura que a Prefeitura Municipal está fazendo sua parte notificando os proprietários dos terrenos para eles façam a limpeza, não há necessidade de os moradores realizarem queimadas nesses terrenos. “As pessoas têm que saber que a Prefeitura está fazendo a parte dela e os órgãos de fiscalização estão notificando os proprietários para fazer a limpeza, não precisa colocar fogo porque não limpa, só causa diversos problemas”, afirma.

Luciene Deová também solicita que os moradores denunciem para a Fundação de Meio Ambiente os autores dessas queimas ao ar livre, pois esse fogo provocado só prejudica a cidade inteira. “Essas queimadas são causadas durante um período seco, onde a baixa umidade relativa do ar é constante, e prejudica as pessoas que têm problemas respiratórios, há também o perigo aos voos comerciais, pois pode causar acidente porque a cidade fica com pouca visibilidade. O fogo provocado também porque gerar danos materiais como também ferir pessoas, já que esta queimada pode ficar sem controle”, ressalta.

Luciene recomenda que os moradores coloquem as folhas e galhos em sacos, baldes, caixas de papelão ou contêineres para que a empresa responsável pela coleta desse material possa recolhê-lo. “Se a empresa da coleta não recolher, pode ligar para a Fundação que vamos pedir para notificar a empresa”, garante Deová ao repassar o telefone 3907-5342 para contato.

Em Corumbá, a coleta setorizada de galhos é separada por semanas. Quem desejar que o material como folhas e galhos seja retirado da sua residência deve esperar pelos dias corretos. Na primeira semana do mês, os moradores dos bairros da parte alta e do centro da cidade (da rua América para cima) recebem a coleta de galhos setorizada. Já na segunda semana do mês é a vez das residências dos bairros Universitário e Maria Leite.

Quem mora no Borrowiski, Beira Rio, Cervejaria e na parte baixa do centro de Corumbá (da rua América para baixo) recebe a empresa de coleta de galhos na terceira semana do mês. Já na quarta semana, o caminhão de coleta passa pelos bairros Dom Bosco, Generoso e Arthur Marinho.