PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Rede Feminina realiza campanha de doação de cabelos e confecção de perucas

Caline Galvão em 30 de Julho de 2015

A Rede Feminina de Combate ao Câncer realizou na última semana, a segunda etapa de doação de cabelos para confecção de perucas. O objetivo é levantar a autoestima das mulheres assistidas pela instituição que perderam seus cabelos por causa do tratamento contra o câncer. Ano passado, a Rede conseguiu confeccionar seis perucas.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Pedrinho Hair é um dos cabeleireiros voluntários da ação

Durante essa segunda edição de doação de cabelos, a Rede Feminina contou com a colaboração, mais uma vez, de dois cabeleireiros profissionais de Corumbá: Gijo Morrone e Pedrinho Hair, ambos são sócios em um salão de beleza. Os dois cortaram as madeixas das voluntárias e deixaram as doadoras com cabelos curtos e belos, por uma boa causa. “Você fazendo esse tipo de ação, contribui para deixar alguém feliz. Fica aquela sensação de dever cumprido, de estar contribuindo de certa forma para o bem de alguém”, afirmou Gijo Morrone.

Já Pedrinho se sente “muito feliz” contribuindo para levantar a autoestima das pacientes, “até porque estou com um irmão em São Paulo com câncer, mas eu já participava da campanha e estou me sentindo muito feliz”. Ele, “com certeza”, acredita que está usando sua profissão para uma causa nobre.

Sabina Acosta da Costa, vice-presidente da Rede Feminina, acredita na importância dessa iniciativa. “É um modo de ajudarmos na autoestima delas, porque nós mulheres sabemos que o cabelo é tudo para a gente, mas durante o tratamento elas ficam carecas, algumas entram em depressão, aí elass vêm e escolhem a peruca da cor aproximada que era o cabelo”, comentou ao Diário Corumbaense. Sabina explica que nas perucas do ano passado, Pedrinho e o Gijo cortaram do jeito que as pacientes quiseram, elas diziam como usavam os cabelos e eles cortaram as perucas como desejavam. No entanto, não foram eles que confeccionaram as perucas.

Após doações, um profissional, também voluntário, vai confeccionar as perucas

Agora em 2015, a Rede Feminina está contando com o apoio do cabeleireiro Régis das Perucas, que trabalha em Goiânia e está no Mato Grosso do Sul para pegar cabelos de todas as redes femininas do Estado. Sabina contou que ele vai levar os cabelos cortados por Gijo e Pedrinho e produzirá as perucas.

Voluntárias e beneficiadas acreditam na importância da ação

A fisioterapeuta Dilma Fonseca, voluntária da Rede Feminina há quase um ano, resolveu doar seus cabelos por achar que o trabalho da entidade é “muito lindo”. “Quando eu soube da campanha, falei: também quero doar, também quero que um pedacinho meu sirva para uma dessas pacientes. É um trabalho muito bonito que eles fazem aqui. Estou indo embora no final do ano, mas eu atendo aqui uma vez por semana, mas atendo com muito amor, elas são muito importantes para mim. O sofrimento delas é muito grande e eu acho que elas merecem essa ajuda”, contou.

A recepcionista Fernanda Medeiros afirmou que já estava com o propósito de cortar o cabelo e quando soube dessa oportunidade, resolveu cortar na Rede Feminina porque, certamente, no salão de beleza seus cabelos iriam para o lixo, mas agora vão ajudar alguém. “O cabelo é uma vaidade e quando a pessoa fica doente e inicia o tratamento, os cabelos começam a cair e principalmente as mulheres ficam tristes, vão ao espelho, olham e percebem que não estão como era antes e fazendo esse gesto para confecção das perucas, já melhora a autoestima delas.”

Uma das mulheres que receberam doação de perucas no ano passado foi Elga Antonia Pereira Coelho, quando precisou ser submetida ao tratamento de quimioterapia. “Eu ganhei essa peruca que me ajudou muito no tratamento porque eu até tinha vergonha, por causa da vaidade.” Elga conta que usou a peruca durante 8 meses e que o artefato ajudou muito durante o tratamento, hoje ela faz apenas acompanhamento médico, mas está curada. “Eu indico que as pessoas continuem doando seus cabelos porque há muitas mulheres que perdem seus cabelos e que precisam das perucas para poder ajudar no tratamento”, pediu.

Cristiane da Silva Campos recebeu em 2014 a peruca da Rede Feminina, mas logo devolveu porque encontrou outra que era mais parecida com a cor de seus cabelos. Cristiane acha a atitude da Rede Feminina “bem legal e importante”. “Eu acho uma ideia muito importante porque a quimioterapia é um processo muito doloroso, não só fisicamente como psicologicamente, deixa a mulher mais frágil.”

Voluntárias apoiam iniciativa que visa melhorar autoestima de pacientes durante quimioterapia

Cristiane lembrou que durante o tratamento não caem apenas os cabelos, mas os cílios e as sobrancelhas também. “Sem o cabelo é muito esquisito, eu acredito que essa doação levanta muito a autoestima das mulheres porque a vaidade feminina é o que mais a gente tem e o cabelo é o que a gente sente mais falta”, afirma. “Durante o processo de tratamento a gente fica muito preocupada, é muito doloroso e tendo uma autoestima elevada, usando uma maquiagem e uma peruca, a gente se sente um pouco mais feliz”, comentou.

Rede Feminina de Combate ao Câncer

A Rede Feminina sobrevive de doações. A divulgação de algumas empresas que estão estampadas na fachada da sede da entidade é o que mantém o aluguel do local. A organização não recebe verbas públicas e tem uma loja onde são vendidas roupas para manutenção das atividades da Rede. Ela conta atualmente com 13 voluntárias e com doações da Receita Federal. A Rede Feminina realiza doação de cestas básicas, uma vez por semana, para as mulheres assistidas pela entidade e todas as quartas-feiras é realizado o festival de prêmios, para estimular o ânimo das mulheres. A campanha de corte de cabelo para produção de perucas é realizada uma vez por ano e teve início em 2014.

Em 2013, a Rede Feminina realizou o primeiro casamento das pacientes. A entidade já ofereceu cursos de maquiagem, para aumentar a autoestima das mulheres, de corte e costura, inclusive há tecidos confeccionados pelas mulheres que estão à venda no local. Em parceria com a Vale, a Rede conseguiu estruturar uma sala para fisioterapia. A entidade já ofereceu curso de gastronomia e há curso de dança do ventre em parceria com a professora Ana Paula, que não cobra nada. Sempre nos eventos de outubro as mulheres do curso de dança se apresentam.

A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Corumbá foi declarada de utilidade pública no dia 08 de julho, por meio de lei publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. O texto foi sancionado pelo governador Reinaldo Azambuja e pela vice-governadora e secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Rose Modesto.

Conforme justificativa do deputado estadual Barbosinha, autor da lei, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Corumbá (RFCCC) é uma entidade civil de direito privado e sem fins lucrativos, que desenvolve um trabalho de grande relevância social no município, por meio de ações e programas de combate ao câncer, além de apoiar as atividades governamentais que visam à promoção da saúde e cuidados preventivos contra essa doença. A lei municipal nº 1956 de 2007, também declarou a Rede Feminina como instituição de utilidade pública em Corumbá.

PUBLICIDADE