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Fiscalização nas regiões de fronteira é luta continuada, diz ministro

Camila Cavalcante em 29 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Ministro Jaques Wagner após desembarcar do navio Leverger

Com o propósito de conhecer as atividades desenvolvidas pelas Forças Armadas Brasileiras durante a Operação Ágata 9, na região de fronteira com a Bolívia, deflagrada no dia 22 de julho, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, esteve nesta quarta-feira (29) em Corumbá e Ladário. Ele veio acompanhado do comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira; comandante do Exército, general-de-exército Eduardo Villas Bôas e do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Nivaldo Luiz Rossato. A comitiva foi recepcionada pelos prefeitos Paulo Duarte (Corumbá) e José Antonio Assad e Faria (Ladário). O ministro visitou as instalações do Exército Brasileiro em Corumbá, embarcou no Navio de Transporte Fluvial “Almirante Leverger” e participou de Ação Cívico-Social que entregour obras de reforma da escola municipal Francisco Mendes Sampaio, em Ladário. 

Em entrevista coletiva, o ministro falou sobre os objetivos da operação.  “A Operação Ágata é um momento de maior envolvimento das forças militares e da defesa. Estamos monitorando aproximadamente 4 mil quilômetros das nossas fronteiras, onde foi empregado cerca de 10 mil profissionais militares, além das Polícias Federal e Rodoviária Federal e é claro que as atividades desenvolvidas na Ágata vêm para ficar. Um exemplo disso é a aquisição dessa embarcação Leverger,  que foi pensada para transporte de profissionais da Marinha do Brasil em proteção às nossas fronteiras fluviais. Agora registro que uma ação mais definitiva é o Sisfron (Sistema Integrado de Fronteira), que estamos desenvolvendo para a proteção das fronteiras e que fica à cargo do vice-presidente (Michel Temer). Temos aqui uma fronteira longa, entre seca e natural. Hoje temos a tecnologia e podemos contar com ela para garantir a soberania e combater o tráfico de armas, de drogas e de pessoas”, afirmou. O Sisfron citado pelo Ministro, é um sistema integrado de sensoriamento, de apoio à decisão e de emprego operacional cujo propósito é fortalecer a presença e a capacidade de ação do Estado na faixa de fronteira.

Esta foi a primeira visita do ministro Jaques Wagner a Ladário e Corumbá. Questionado sobre cortes de recursos e possível aquisição de uma nova embarcação hospitalar para a região, ele lembrou dos cortes orçamentários e afirmou acreditar que esse plano que pode duplicar os atendimentos médicos, possivelmente será executado em 2016.

À frente do ministério desde janeiro de 2015, Jaques Wagner apontou que a Ágata visa além de combater os crimes transfronteiriços, propiciar melhoria de vida à população. “A Ágata é um momento onde concentramos mais a ação de repressão, porém, no dia a dia das Forças Armadas, o trabalho é constante, não se limita apenas à essa operação. Ficou claro que após a Ágata em geral, é o momento de muita apreensão e a bandidagem tenta abastecer o que ficou sem abastecimento nesse período. Os resultados da Ágata 2013 e 2014 foram positivos em toneladas de apreensão de contrabandos, armas e drogas e espero que em 2015 consigamos realizar também”, afirmou.

“Essa operação tem duas vertentes, que é a repressão ao crime e o apoio à população ribeirinha, pois sabemos da dificuldade dos prefeitos e que o próprio Governo do Estado tem em fazer um atendimento em região distante que, muitas vezes, só e acessível pela via fluvial, então essa é uma marca bastante importante das ações e mais prazerosa porque cuidamos da nossa gente”, disse o ministro em coletiva.

Para ministro, monitoramento nas regiões de fronteira não é tarefa simples

Questionado por este Diário sobre mais investimentos na área de segurança da fronteira, ele apontou que as tecnologias avançadas são os investimentos em questão. “Para a área de fronteira, estamos ampliando nossa área de radares de interceptação de aeronaves. Essa é uma luta continuada que vamos ampliando a área ferramental e tecnológica para dar uma cobertura à altura. Insisto que não é simples, pois temos fronteira seca, fluvial, natural e são muitos quilômetros a serem monitorados. Somente esse trecho que estamos tomando conta aqui é igual ou um pouco maior do que a fronteira México/Estados Unidos. Estamos trabalhando muito bem e a cada dia temos uma vitória”, destacou.

Já no término da coletiva, Jaques Wagner anunciou a compra de novos caças para o país. As 36 aeronaves serão usadas para defesa aérea, policiamento do espaço aéreo, ataque e reconhecimento. Segundo o ministro da Defesa, o governo brasileiro recebeu nesta semana representantes do governo sueco e ficou acordado que o Brasil pagará uma taxa de juros de 2,19% ao ano no contrato. No início das negociações, segundo a pasta, a taxa era de 2,54%, o que implicaria custos maiores ao governo brasileiro. “Foram três dias de negociações finais e a proposta foi aceita. É fundamental para a FAB, para a engenharia aeronáutica do Brasil para a Embraer, pois vamos entrar num mundo com a tecnologia avançada”, concluiu Jaques Wagner, que chegou à região no final da manhã e permaneceu até o meio da tarde.