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Atraídos pelos preços mais baixos, consumidores têm optado pelo comércio popular

Ricardo Albertoni em 27 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Na feira livre, verduras e hortaliças podem ser encontradas por 1 real

Desde a época da vovó, o termo “fazer a feira” tem o significado de encher a geladeira economizando. Com o surgimento de vários supermercados, a praticidade das compras em qualquer horário e as formas de pagamento, além da correria do dia a dia, mesmo que nunca tenha sido deixado de lado, esse costume diminuiu. Mas, com a crise econômica, batendo na porta dos consumidores, elevando os preços em todos os setores, a palavra economizar tem se tornado o grande trunfo. 

As feiras livres, antes frequentadas grande parte pelas vovós e donas de casa, hoje recebem, homens, empresários e até mesmo os mais jovens, que buscam produtos mais em conta, tanto para o abastecimento da casa, quanto até mesmo das empresas, garantindo muitas vezes a condição de continuar prestando o serviço, já que sem a famosa “pechincha”, o lucro não seria suficiente para continuar oferecendo o serviço da mesma forma. 

O aposentado, Paulo Rodrigues, de 55 anos, faz promoções para gerar uma renda extra. Realizando pesquisas constantes, ele conclui que a maior parte dos ingredientes tem que ser comprada na feira, para não acabar perdendo dinheiro. “Geralmente eu comprava no mercado, mas ultimamente, pelas pesquisas, está compensando comprar aqui. Trabalho fazendo promoções,  e alguns produtos não tem condições de comprar no mercado. A mandioca  estava R$ 2 lá (mercado) e hoje, aqui (feira), comprei por R$ 1,50. Alho e cebola, no mercado estão  8, 7 reais e aqui você encontra pela metade do preço. Se não pesquisar acaba levando prejuízo”, disse o aposentado a este Diário

Catharina Suarez, 67, feirante há 39 anos explica que dos produtos que vende, comprados de carretas vindas de várias partes do país, apenas o alho é um produto que apresenta grande variação entre feiras e mercados – cerca de 50%. Ela traz da Bolívia e isso permite flexibilidade na negociação com a clientela. Sempre que pedem, os clientes ganham descontos. 

Consumidores têm variedade de opções e preços no comércio popular

Donos de restaurantes e fornecedores de marmitas também têm frequentado as feiras livres. Diante da possibilidade de oferecer preços mais competitivos aos clientes, Kátia Regina Martins, de 47 anos,  que trabalha no ramo de marmitas é frequentadora assídua de feiras e revela estar sempre atenta aos preços para não sair no prejuízo. “Aqui eu compro muito mais que no mercado, até mesmo o dobro. Um quilo de cebola, por exemplo, que custa seis reais lá, aqui eu pago três, além de batata, pimentão, que no mercado estão custando até o triplo do preço daqui. Em todos os supermercados não compensa. A partir desse ano percebi isso, pois deixei de comprar no cartão e o custo caiu pela metade. Comprando na feira sobra até pra levar frutas para as crianças”, afirmou. 

Supermercadistas apostam em qualidade atendimento

Se por um lado, as feiras livres oferecem preços mais baixos, os supermercados apostam em qualidade de produtos e atendimento. Em entrevista ao Diário Corumbaense, o gerente geral de uma rede de supermercados, Edson Bernal, explicou que pelo aspecto cultural e social, as feiras têm grande importância, mas  acredita que os cliente sabem da diferença de qualidade, e que, muitas vezes, os produtos mais baratos podem não compensar.

Grande aliado do consumidor é a pesquisa de preços

“Vejo da seguinte forma, a feira tem alguns produtos mais baratos que o supermercado, isso é fato, mas não garante  a qualidade e a procedência que o supermercado oferece. Nossos produtos vêm do CEASA de Campo Grande e seguem todos os critérios de qualidade antes de ir para a mesa do consumidor. Eles são selecionados e oferecem uma durabilidade maior. Por exemplo, a maçã e a laranja, que passam por todo um tratamento antes de chegar ao cliente“, frisou. 

O gerente explicou que em muitos casos, pelo fato de os supermercados comprarem em grande volume, podem oferecer produtos de qualidade e mais baratos que as feiras livres. Aí entra a importância da pesquisa de produtos, o grande aliado da economia.  

“Existem alguns produtos com grande diferença de preço, só que  temos os impostos, os funcionários, a estrutura para o cliente. Mas, sabemos que o consumidor percebe o diferencial que os supermercados oferecem”, explicou o gerente destacando que a as formas de pagamento, principalmente com cartão de crédito, o que não é oferecido nas feiras, são também diferenciais para o cliente fazer a opção. 

Seja na feira livre, ou nos supermercados, a qualidade e o preço levam os consumidores às compras. Quem souber combinar isso, ganhará essa batalha. Pois o consumidor só levará uma sacola cheia para casa, se o valor não pesar no bolso.

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