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Menores de idade são flagrados pela PM soltando pipa com cerol

Caline Galvão em 03 de Julho de 2015

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

PM ainda apreendeu linhas com cerol enroladas em carretéis improvisados

Por volta das 16h30 de quinta-feira (02), um grupo de crianças e adolescentes foi abordado pela viatura da PM que fazia rondas no bairro Dom Bosco. O fato aconteceu depois que a guarnição foi parada por populares que denunciaram menores utilizando cerol para soltar pipas. Segundo os moradores, outro dia uma menina havia se cortado por causa do cerol.

A guarnição, então, tentou abordar crianças e adolescentes que estavam próximas ao local indicado, no entanto, todos do grupo saíram correndo, abandonando as pipas e as linhas, que estavam enroladas em carretéis improvisados. Somente um adolescente de 14 anos foi abordado pela PM. O pai do menino, ao ser comunicado do fato por celular, compareceu ao local. As linhas apreendidas foram encaminhadas à DAIJI (Delegacia de Atendimento a Infância, Juventude e Idoso)  e o garoto, juntamente com seu pai, também foi levado para a delegacia.

Uso do cerol é proibido por lei

O uso do cerol é proibido no estado de Mato Grosso Sul. A Lei 3.436, aprovada em 19 de novembro de 2007, proíbe a utilização de cerol ou qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas ou similares.

A legislação prevê que para este crime, implica a apreensão do objeto e a aplicação de uma multa no valor de 20 (vinte) Uferms. Se os envolvidos na situação forem menores de idade, quem arca com a penalidade são os pais ou responsáveis. Em caso de reincidência, em período de dois anos, a multa será duplicada.

Comentários:

Prof. Rooney dos Santos Souza: Férias escolares, feriados, finais de semana... e os problemas relacionados com a brincadeira de empinar pipas tornam-se recorrentes, provocados por menores, adolescentes e até alguns adultos, agravados pelo uso de artifícios ilegais com o intuito de aumentar a sensação de "prazer" e "poder" nas famosas "guerras" promovidas no céu da cidade. É comum observar a movimentação de grupos de crianças e adolescentes correndo pelas ruas, pulando muros, invadindo casas, subindo em telhados, escalando postes e torres de transmissão de energia, sem nenhum constrangimento e com total liberdade, pois normalmente não estão assistidos pelos responsáveis. Mas também nota-se que o acesso aos materiais utilizados na confecção das pipas é facilmente promovido em diversos locais da cidade onde, em muitos dos casos, são comercializados de forma clandestina. Sabe-se também que muitas dessas crianças e adolescentes estão sempre dispostos a adquirir os produtos necessários para participar desta brincadeira, e encontram os recursos necessários. Mas, normalmente, não dispõem dessa mesma disposição para investir algum recurso financeiro para adquirir material escolar ou alimento. É apenas uma brincadeira! Sim, se ela realmente fosse praticada com essa característica, de ser uma brincadeira, de forma saudável, com acompanhamento dos responsáveis, em local seguro e com os materiais adequados para garantir diversão e prazer. Porém, o que normalmente presenciamos são crianças, adolescentes ou jovens transformados, transtornados, com um brilho diferente nos olhos que percorrem o céu em busca de outra(s) pipa(s) e que, ao encontrar, passam a enxergar nelas o sinal de um inimigo a ser vencido nas alturas, no espaço ocupado. Assumem uma atitude de enfrentamento a um adversário que merece ser derrubado e capturado. Então, lançam mão do perverso cerol, impregnado nas linhas, para provocar a frustração no outro, derrubar a pipa, o objeto do prazer. De repente surge uma multidão munida de galhos, varas e linhas com pedras ou qualquer outro tipo de material resistente e pesado, que lançam em direção às linhas esvoaçantes que caem das pipas "abatidas"... E, nesses momentos, nos deparamos com invasores de terrenos, que passam sobre diversos obstáculos, tais como cercas, muros, telhados, provocando até mesmo a destruição do patrimônio de outros, e de forma justificada, para capturar a pipa, o "prêmio", a "caça". Tudo ocorre em um cenário de muita gritaria, com muitos revelando total desrespeito à ordem pública, com palavrões e xingamentos de toda sorte, desrespeito às leis de trânsito, correndo no meio das ruas e pelas calçadas, ignorando carros, motos e pedestres, sem regras, sem pudores, muitos sem amores... Passado esse momento, restam os fios que interferem nas antenas e cercas elétricas das residências, interferem nos fios de transmissão de energia e telefonia, nas antenas dos veículos... e ferem as jugulares de pedestres, ciclistas e motociclistas... Depois, restam os esqueletos formados por varetas e fios que balançam ao sabor do vento, presos em fios, nas árvores ou nos telhados... Testemunhas de que em algum momento tudo poderia ter sido apenas uma brincadeira com uma pipa que voava e brincava nas alturas... Pode até ter sido uma brincadeira, sem maiores consequências! Nem sempre foi assim! Nem sempre é assim! Ultimamente não tem sido assim!