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Campanha chama população a auxiliar no custeio das ações do Moinho Cultural

Camila Cavalcante em 01 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Instituição lançou campanha para arrecadar recursos, após redução de repasse de parceiros

Há um mês está em andamento a campanha "Abrace o Moinho!", para estimular a população a auxiliar na manutenção dos custos do projeto criado em 2004 e vem transformando a vida de corumbaenses, ladarenses e bolivianos através da arte.

“A iniciativa Abrace o Moinho surgiu devido ao período de crise que o país enfrenta, em todos os setores. Nossos colaboradores tradicionais diminuíram a contribuição e decidimos então, para continuar custeando os trabalhos já oferecidos aqui, chamar a população, física e jurídica, para colaborar, realizando depósitos na conta do Moinho. Há um mês estamos com a campanha aberta oficialmente e ainda há poucas contribuições, porém, como todas as campanhas, ela está no início e acreditamos que esse panorama irá mudar”, afirmou ao Diário Corumbaense, Monica Barbosa Macedo, gestora sociocultural do Moinho Cultural Sul-Americano.

Devido ao corte de repasses, algumas atividades tiveram que ser suspensas no primeiro semestre de 2015, como as aulas de violão e de idiomas, mas a expectativa é que essas aulas voltem a ser oferecidas neste segundo semestre. Atualmente, são 390 crianças matriculadas no projeto.

“Esse é um projeto diferencial, pois as crianças permanecem aqui por oito anos. Elas recebem uma formação continuada e séria de dança e música. Além disso, pelo fato de ocorrer no contraturno, as crianças recebem auxílio nas atividades escolares e apresentam, consequentemente, uma melhora nos rendimentos escolares. É um projeto que subsidia a vida de muitas crianças - elas ficam de segunda a sexta-feira no Moinho -e que acolhe as famílias também”, reforçou Mônica.

Como doar

As pessoas físicas que declaram Imposto de Renda pelo formulário completo, podem destinar até 6% do IR devido. A pessoa jurídica que apura o imposto sobre o lucro real pode destinar ate 4% do IR devido. Também é possível realizar doação via Lei Rouanet, para esta opção, informações detalhadas podem ser obtidas no link: http://www.cultura.gov.br/programa-nacional-de-apoio-a-cultura-pronac- .

Os depósitos bancários devem ser realizados na seguinte conta: Banco do Brasil; Agência: 0014-0; Conta Corrente: 20168-5; CNPJ: 05.420.357/0001-42. Outras  informações podem ser obtidas pelo e-mail: imc@moinhocultural.org.br ou pelo telefone 3231-8436.

As doações podem ser feitas nos valores de R$ 15,00; R$ 45,00; R$ 90,00 e outros valores a serem escolhidos pelo doador. No site http://www.moinho.org.br/ o doador pode escolher as opções e pagá-las, via “pagseguro”, pela internet. As doações podem ser feitas apenas uma vez, ou o colaborador pode escolher para doar mensalmente. Na página, há um guia prático que auxilia na colaboração.

Yanka afirma que Moinho a ajudará a ser médica da Marinha

Alunos buscam formação profissional

As crianças da fronteira Brasil-Bolívia recebem apoio escolar, cursos com referência ao meio ambiente, práticas tecnológicas, além de diversas oficinas e aulas com base teórica e prática de dança e música. Para muitas delas, participar deste projeto, é dar início a um sonho não distante: a formação profissional.

“Meu sonho sempre foi participar do Moinho. Aqui, eu faço minha tarefa pela manhã, além de já ter  aprendido muita coisa sobre música, meio ambiente e respeito ao próximo. Eu pedia para minha mãe tentar me colocar no Moinho e ano passado  consegui . Antes eu ficava muito sozinha em casa, não tinha com quem brincar, algumas vezes eu não entendia minha tarefa porque tinha que fazer sozinha. O Moinho me ajudou muito  e eu preciso continuar estudando, pois quero ser médica da Marinha", contou Yanka Vitório, de 08 anos, que também faz aulas de dança.

Leandro Henrique Rodrigues da Silva, é um dos frutos que estão sendo colhidos pelo projeto. Em 2015, ele se tornou professor de percussão, após estudar oito anos na instituição. “Graças ao Moinho, tenho minha profissão, que é músico. Passei por todas as etapas, fiz um pouco de balé, de música, aulas de tecnologia, além de outros cursos que o Moinho oferece, mas acabei me apaixonando pela bateria e pela percussão. Há alguns anos, toquei com uma banda local e neste ano dei um grande passo, pois deixei de ser aluno e me tornei professor de percussão aqui na instituição. Há muitas crianças que merecem uma chance de se descobrirem, assim como eu me descobri, por isso pedimos às pessoas que contribuam com a campanha”, pediu o professor.

Leandro cursou por 8 anos no Moinho e tornou-se professor de percussão

Como surgiu

No início dos anos 2000, a hoje vice-prefeita de Corumbá,  Márcia Rolon, fundadora do IMC – Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, organizou mostras de dança, trazendo diversas companhias de renome para se apresentar na região. Até então, havia pouco acesso a bens culturais e a população começou a pedir pela criação de uma instituição onde seus filhos se tornassem artistas e pudessem também estar no palco. A partir desta demanda surgiu a ideia de se criar uma escola de artes gratuita, onde as crianças aprendessem dança e música. Além disso, o projeto idealizava uma promoção do intercâmbio cultural com o país vizinho, a Bolívia.

Aproveitando o Programa Monumenta, do Governo Federal, que incentivava a revitalização da área portuária de Corumbá, Márcia e o marido, o coronel Ângelo Rabelo, encontraram o lugar perfeito para o funcionamento do projeto: um moinho abandonado há 20 anos. 

Coral é uma das atividades oferecidas às crianças da fronteira Brasil-Bolívia

Hoje, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano é uma ação social através da arte, que atende crianças e adolescentes, brasileiros e bolivianos, através da formação em música, dança e tecnologia. Também são oferecidos apoio escolar, ensino de idiomas, tecnologia digital, educação ambiental, educação patrimonial e ilhas culturais. As atividades oferecidas pelo Moinho Cultural são gratuitas e os instrumentos, uniformes e materiais utilizados também são fornecidos pelo projeto. Exerce suas atividades em Corumbá, beneficiando também a população de Ladário e de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, na Bolívia.

Além dos beneficiários diretos, que são as crianças e adolescentes que participam diariamente do projeto, o Moinho Cultural atinge positivamente e em diferentes níveis outras pessoas, além de influenciar as políticas públicas, com a inclusão de música e dança nos projetos sociais. Os familiares dos participantes colaboram como voluntários no projeto participam de cursos de geração de renda promovidos pela instituição e assistem às apresentações de música e dança dos filhos. O acesso a bens culturais é promovido através de apresentações culturais para a população de Corumbá e das cidades adjacentes. Além disso, participantes do projeto estão sendo absorvidos pelo mercado de trabalho, o que representa um resultado da formação oferecida. Com informações da assessoria de comunicação do Moinho Cultural. 

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