Homenagens a São Pedro são encerradas com tradicional procissão fluvial

Como os festejos de São Pedro foram divididos em dois dias de celebração neste ano, a procissão fluvial encerrou as atividades em louvor ao santo padroeiro dos pescadores na tarde desta segunda-feira (29), dia oficial dedicado a São Pedro.  Os devotos saíram em procissão da Capela do santo, no bairro Cervejaria, até a orla portuária. Pelo menos 50 pessoas participaram da demonstração de fé e devoção.

“São Pedro é um símbolo muito importante nas passagens bíblicas, ele deixou de ser pescador de mar, para pescar homens para ouvirem a palavra de Cristo. São Pedro é aquele que arrebanha o povo de Cristo. Seu barco tem um grande simbolismo, ele representa a igreja, aquela que acolhe a comunidade conquistada por São Pedro. Essa procissão fluvial simboliza isso, celebra a atividade de São Pedro para Cristo”, disse ao Diário Corumbaense o padre Jair Marques de Araújo.

Há mais de 30 anos a tradição se repete: devotos peregrinam desde a capela de São Pedro, no bairro Cervejaria, até o Porto Geral. No local, o andor confeccionado com recursos recolhidos durante o mês de junho pela bandeira do santo, é colocado dentro de uma embarcação. Fogos anunciam o início da procissão que segue da orla portuária até o barco que leva São Pedro para abençoar as águas do rio Paraguai.

No domingo (28) houve missa, batizados e quermesse na comunidade de São Pedro, quando 600 quilos de pescado foram vendidos para comemorar a data dedicada ao santo. Já nesta segunda-feira, houve a primeira procissão pela manhã, da casa da devota, dona Ivone Moraes, a responsável pela organização da procissão fluvial e pela arrumação do andor, até a capela. Ela, mesmo com problemas de saúde por conta da idade, afirmou que a devoção a São Pedro, que a move a arrecadar doações para a festa e a manter a tradição na cidade.

Pela primeira vez acompanhando a procissão, estava a primeira-dama e diretora-presidente Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico de Corumbá, Maria Clara Scardini, que carregou “as chaves” de São Pedro. “Já havia participado das missas em homenagem a São Pedro, da festa, mas não da procissão ainda. Mas neste ano, reservei o tempo e fiz questão de participar, afinal, são muitos desejos e agradecimentos. Um dos principais desejos é que São Pedro sempre olhe por nossa cidade”, afirmou a este Diário.  

Dona Faustina Santos, de 87 anos, fez questão de caminhar da Cervejaria até o Porto Geral, agradecendo por uma graça alcançada. “Há três anos sofri um acidente grave, fiquei um bom tempo sem andar, de cadeira de rodas. Pedi com muita fé a São Pedro que eu queria voltar a andar, que eu queria minha saúde de volta e ele me atendeu. Sempre fui devota dele e hoje, venho para agradecer às minhas graças, agradecer nunca é demais”, afirmou ao caminhar fielmente ao lado da bandeira de São Pedro.

Havia muitos pescadores presentes na festa, como Ramão Silva, de 59 anos, que carregou o andor de São Pedro. Sempre orando, ele pediu prosperidade nas águas do rio Paraguai e agradeceu pelo ano de pesca. “São Pedro tem sido muito bom com nós pescadores, ele tem nos dado muitas bênçãos, colocando sempre peixes em nossas embarcações, por isso faço questão de vir agradecer primeiro, e depois, pedi que ele abençoe mais um ano de serviço”, concluiu.

A procissão fluvial seguiu até a divisa com o município de Ladário e retornou para o Porto Geral.