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“Segunda chance” às roupas usadas vira moda e brechós investem na ideia

Camila Cavalcante em 24 de Junho de 2015

Quem nunca usou a frase: “estou guardando esta roupa para usar depois de perder os cinco quilinhos que faltam!”, que atire a primeira pedra. Todos têm uma peça, da qual se tem apreço e se faz questão de guardar, até quando não se sabe, mas que ela fica guardada, isso fica. Pois é, mas  “guardar para depois” as roupas, está saindo de moda e tomando espaço uma nova campanha: “Dê uma segunda chance à sua roupa usada”. Essa ideia está fazendo sucesso em Corumbá, tanto, que motivou a abertura de  Brechós na cidade.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Noemi criou o brechó "Encantto" em fevereiro e comemora boas vendas nos últimos meses

Na rua 13 de Junho esquina com a Frei Mariano, por exemplo, encontra-se o Brechó Encantto, que tem feito sucesso e  vendendo mais de 60 peças em apenas um dia. “O brechó partiu de uma mudança em minha vida. Perdi muito peso e muita roupa. Cheguei a doar duas caixas de roupas e ainda sobraram muitas, umas 60 peças. Então, minha irmã me deu a ideia de vender a um custo baixo, afinal, eram peças de boa qualidade e sem uso. No começo fiquei um pouco resistente, mas depois decidi arriscar. Coloquei as roupas na frente de minha casa e quando dei por conta, já havia vendido boa parte. Depois, amigas começaram a trazer, mais pessoas começaram a me procurar e não tive como segurar a situação, o brechó se oficializou, cresceu e hoje atendo diariamente. Já tenho centenas de peças para crianças e adultos”, contou ao Diário Corumbaense, Noemi Bachega.

Os preços são a partir de R$ 5,00 e alcançam a casa dos R$ 100,00. Vestidos, shorts, blusas, casacos, camisetas, bermudas, saias, são diversas as peças e os estilos. O sucesso, afirma Noemi, é a forma de atendimento. “Atendo minhas clientes com muita calma, deixo que elas olhem o que há no brechó, são roupas bem cuidadas, de boa qualidade e estão acessíveis. Invisto no bom atendimento para garantir a freguesia. Recebo as roupas de várias pessoas, elas entram em contato comigo via facebook, ou trazem as peças na loja e eu as compro, ou faço consignação. Meu tempo de venda está sendo de dois dias. Ofereço as peças no facebook e, dentro de dois dias, elas já estão vendidas, é um sucesso que comemoro com orgulho” frisou.

Também na área central de Corumbá, funciona o Brechó “Estilo Vintage”. “Em fevereiro abri minha loja de usados, com roupas de amigas que trouxeram para revenda em consignação e desde então não parei mais. Gosto dessa ideia de segunda chance, de aproveitar as peças, por isso só utilizo roupas que estão em bom estado, faço uma seleção. Adquiro peças até da Bolívia quando posso. Além do brechó, trabalho com peças de uma amiga de Campo Grande, ela trabalha (desenha e costura) com a ideia de Vintage, de uma moda mais retrô, e coloquei em prática essa ideia, o espaço em que  coloquei o brechó, é de total inspiração Vintage. De fato, podemos adquirir peças usadas, de qualidade e com preços acessíveis”, afirmou a empresária Bianca Scotti, que tem a loja situada na rua Major Gama.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Bianca Scotti é a dona do brechó "Estilo Vintage", na Major Gama

No Brechó da Mari, localizado na Avenida Santa Cruz, próximo a Esplanada da NOB, é possível encontrar além de roupas, alguns móveis e eletrodomésticos. “Comecei postando fotos de roupas que minhas amigas não usavam mais, elas deixavam comigo e eu postava. Isso foi crescendo e passei a ter um brechó em casa. Depois, comecei a adquirir minhas peças, e hoje também faço um serviço até de ajuda. Eu pego móvel e eletrodoméstico de conhecidos em consignação e depois repasso o dinheiro a eles. Já peguei móveis de pessoas que foram embora da cidade, não tiveram tempo de vender, euvendi e foi um bom negócio para mim e para eles. Estou gostando dessa área de vendas e pretendo investir em mais peças”, afirmou.

A empresária Kedelaine Sales Ramos, 31 anos, aprova a ideia de que “se não serve para mim, com certeza seve para o próximo”. Ela estava visitando o Brechó Estilo Vintage e já escolhia algumas peças para aquisição.

“Amo a ideia de poder repassar adiante as roupas, e até os objetos que não nos servem mais. É uma forma de estímulo, de valorização às peças, ao nosso dinheiro investido, e à questão de se viver bem. Gostei muito da loja Estilo Vintage, ela chama a atenção, é um local aconchegante, que nos estimula tanto a comprar as peças de outras pessoas que não servem mais, como de repassar as nossas”, afirmou.

É possível encontrar a ideia de “segunda chance” circulando com total sucesso nas diversas redes sociais. No WhatsApp, a moda é criar grupos para troca de roupas usadas e até vendas a baixo custo. Além do fácil acesso, esse tipo de venda traz comodidade, pois as postagens, tanto no Whats quanto no Facebook, e até no Instagram, trazem fotos com detalhes das peças, preços, tamanhos e valores, que inclusive podem até ser negociados. O que importa é se sentir bem com a roupa, não importa o valor nem a marca, ou seja, há sempre uma segunda chance para um a roupa “brilhar”.

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