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No segundo dia de greve, adesão de professores ainda é mínima em Corumbá

Caline Galvão em 28 de Maio de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Em grande parte das escolas estaduais, aulas ocorreram normalmente pela manhã

No segundo dia de greve dos professores da rede estadual de ensino, em Corumbá a situação não foi diferente de ontem. Em todas as escolas, as aulas estão ocorrendo, com adesão mínima de docentes. As escolas estaduais no município contam com 700 professores, entre efetivos e convocados, além de 400 profissionais do setor administrativo.

“As aulas estão normais. Conversei ontem com os professores do período noturno e eles afirmaram que não vão aderir  à greve. Hoje, pela manhã, também todos os professores vieram trabalhar. Só falta saber dos professores do período vespertino”, afirmou a diretora Rosângela Aparecida de Senna, da Escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos.

Na Escola Estadual Carlos de Castro Brasil, “100% dos professores trabalhando”, segundo a diretora Jussara Souza. Pelas informações do secretário da Escola Estadual Rotary Club, Ariovaldo Benites, a situação nessa instituição não é diferente, as aulas correm normais. Já na Escola Estadual de Octacílio Faustino da Silva, apenas uma professora do turno da noite aderiu à mobilização, segundo o diretor Antônio César Coelho Assad.

A diretora da Escola Estadual João Leite de Barros, Maria Araújo, informou ao Diário Corumbaense que, até a manhã de hoje (28), apenas três professores e um administrativo entraram em greve, e as aulas seguem normais. Na Escola Maria Helena Albaneze, em torno de 5% dos professores aderiram à greve, conforme o diretor Waldir de Arruda Souza.  Já na Escola Estadual Gabriel Vandoni de Barros, as primeiras aulas desta quinta-feira ocorreram como o de costume, segundo o diretor Sérgio Nepomuceno.

Por enquanto, apenas na Escola Estadual Júlia Gonçalves Passarinho, mais de 10% dos professores aderiram à paralisação. “Temos 78 professores na escola. Desses, até agora, dez aderiram à greve. A maioria deles é mais do Ensino Fundamental do que do Médio”, afirma a coordenadora Nelly de Araújo. As aulas na escola seguem, contudo, com algumas aulas vagas, por conta da ausência dos docentes grevistas. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Escola Estadual Dom Bosco.

Nas escolas, onde houve adesão de alguns professores, alunos foram liberados mais cedo

SIMTED

Segundo Luízio Espinoza, presidente do SIMTED (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Corumbá, grupo de professores grevistas está indo em todas as escolas com o objetivo de esclarecer os motivos da greve e mobilizar mais educadores. “Com isso, a gente está conseguindo mais adesão”, afirmou Espinoza.  “Acabamos de sair de uma escola agora e os professores entenderam o recado e os administrativos também estão entendendo”, completou.

Na tarde de quarta-feira (27), o SIMTED realizou assembleia de professores na quadra de esportes da Escola Estadual Júlia Gonçalves Passarinho, onde cerca de 80 docentes estiverem em reunião discutindo sobre a adesão à greve. Como resultado do encontro, ficou resolvido que o sindicato realizaria assembleias contínuas, durante os dias que durar a paralisação em todo o Estado. As assembleias ocorrerão sempre às 08h e às 15h. Também ficou acertado que os docentes participarão de carreata nesta sexta-feira (29) de manhã, juntamente com os professores da UFMS, que também estão com indicativo de greve para o dia 15 de junho. O intuito é mobilizar mais docentes e esclarecer à sociedade os motivos da paralisação.

Os motivos da paralisação

A proposta do Governo era postergar a integralização do piso nacional de 40 para 20 horas, de 2018 para 2022. A medida exige mudança na lei aprovada em 2013, penúltimo ano da gestão do ex-governador André Puccinelli(PMDB). Os professores também não aceitaram a proposta de reajuste de 4,37% em outubro deste ano e o repasse do reajuste nacional do piso em janeiro de 2016. “O atual governador quer derrubar a lei 4464 dizendo que é inconstitucional, sendo que essa lei foi aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador anterior”, frisou Luízio Espinoza.

Outro ponto rejeitado foi a manutenção da data-base dos servidores administrativos em maio. Eles tiveram aumento dos salários em dezembro do ano passado e teriam reajuste zero neste mês. Neste caso, a categoria ficaria sem correção nos salários por 16 meses. A proposta do Governo era elevar o salário para 73,79% do piso em outubro deste ano. Pela proposta, nos próximos sete anos, os salários teriam correção de 3,74% em outubro de cada ano.

A greve e o Enem

Dependendo da quantidade de docentes que estarão em greve, os alunos do Curso Estadual Preparatório para o Ingresso na Educação Superior (CIES) ficarão sem aulas. “A carga-horária normal do aluno, deve ter 200 dias letivos. Os professores irão repor essas aulas. Já o cursinho é um contrato que o professor tem. Evidentemente, se esse professor aderir à greve, então, o cursinho, como não é carga-horária do aluno, ele poderá ser prejudicado”, explicou Luízio Espinoza.

Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Educação (SED) informou que “nenhuma entidade de classe está autorizada a falar oficialmente em nome do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Além disso, a SED informa que a greve realizada pela Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado (FETEMS) não obteve adesão de todas as escolas estaduais, e muitas permanecem funcionando normalmente”.

Também reforça que as aulas prejudicadas devido à greve da FETEMS serão devidamente repostas, após o cumprimento do calendário escolar de 2015.

“Reafirmamos o compromisso do Governo do Estado com a qualidade da Educação e o respeito com os profissionais da área. Neste aspecto o nosso comprometimento respalda-se em ações responsáveis, que garantam a aprendizagem dos nossos alunos”, conclui a nota.

 

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