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Rede social vira sala de questionamentos pela “falta de porta” para instalação de internet

Camila Cavalcante em 26 de Maio de 2015

“-Alô, gostaria de solicitar a instalação de internet em minha casa.

- Qual a cidade, por favor?

-Corumbá, Mato Grosso do Sul.

-Lamento informar, mas no momento não disponibilizamos de porta para essa região”

O diálogo ilustra o problema enfrentado pela população de Corumbá que quer habilitar o serviço de internet da empresa Oi Velox, por meio de telefonia fixa. A empresa é a única a oferecer a internet banda larga na região. Após colocar o problema em discussão em uma página do Facebook, o leitor Vitor Salvidar, entrou em contato com a redação do Diário Corumbaense, sugerindo o assunto como pauta.

A postagem “bombou” com dezenas de comentários de pessoas que vivem o mesmo problema de Vitor, que tenta há meses conseguir uma instalação, porém, não obteve resultados. “A resposta é sempre a mesma: ‘não há disponibilidade para sua residência’,  sendo que o vizinho ao lado possui. Disseram que se eu contratar o Oi Fixo fica mais ‘fácil’ conseguir a banda larga, porém não há nenhuma garantia ou prazo. Assim fica complicado, nem uso telefone fixo”, questionou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Empresa diz que instalação do serviço de banda larga depende de uma análise prévia da capacidade da central

Os comentários relataram as mais diversas situações na rede social. Uma senhora contou: “ O meu (instalação) demorou 7 meses. Cansei de falar, de ligar,  um dia acordei muito irritada,  liguei, falei montão e falei que não queria mais. Aí, dois dias depois instalaram o meu (internet), que é de 5 Mb”.

Outra consumidora afirmou que esperou seis meses pela instalação. “Demorou 6 meses pra ter disponibilidade da minha casa e olha que o padrão é na rua abaixo e demorou 6 anos pra conseguir 10 megas porque não tinha disponibilidade. O segredo é ligar constantemente e dizer que vai reclamar do serviço no Procon, uma semana você consegue”, afirmou.

“Comigo foi assim, pedi a instalação do fixo e da Internet juntos, depois de 2 dias instalaram o fixo, já a Internet eu tinha que ligar todos os dias quase na Oi e me falavam que também não tinha disponibilidade pra minha residência e tal... passaram-se 2 meses e depois de muitas ligações e pedidos de cancelamento é que resolveram instalar a minha Internet”, afirmou outra usuária.

Os consumidores se mostram muito irritados com os serviços ofertados em relação à internet. “Acontece o mesmo comigo, já tenho o fixo e a internet há uns 5 meses e desde então quero aumentar a velocidade, mas quando ligo na bendita Oi apenas me dizem que ainda não tem portabilidade e quando tiver vão me ligar!! Detalhe: quando contratei o serviço me garantiram que após uma semana já teria a portabilidade, estou até hoje esperando!!”, revelou uma consumidora na postagem.

O Diário Corumbaense entrou em contato com a empresa Oi e obteve a seguinte resposta da Assessoria de Imprensa do órgão: “A Oi informa que a banda larga fixa Oi é um serviço prestado sob a outorga do Serviço de Comunicação Multimídia, em regime privado, sem obrigações de universalização. A companhia esclarece que a instalação do serviço de banda larga da Oi depende de uma análise prévia da capacidade da central a qual ele está ligado e da infraestrutura do endereço em que o serviço será habilitado. No Mato Grosso do Sul, foram instaladas de janeiro a abril aproximadamente 1,6 mil portas de acesso à internet banda larga. A Oi estuda constantemente a expansão do serviço, de acordo com critérios técnicos e mercadológicos. Para o município de Corumbá está prevista a ampliação de 290 novas portas até o mês de julho”, concluiu a assessoria.

Procon recebe reclamações e orienta atenção aos usuários

Além da reclamação por “falta de portas”, outra questão que chama a atenção foi o frequente relato dos consumidores de que “se você instalar um telefone fixo, e adquirir os pacotes de serviço, é mais fácil obter a porta para a instalação da internet”, o que caracteriza uma “venda casada”,  uma prática ilegal.

A diretora-presidente do Procon de Corumbá, Andréa Cabral Ulle, explicou sobre os principais fatores que cercam a abertura de portas de internet na cidade. A primeira delas, é sobre a aquisição de linha telefônica para a liberação da porta.

“Para que as pessoas tenham a internet, elas necessitam de uma linha telefônica, porém, os atendentes que realizam essas vendas, não devem oferecer nenhum pacote promocional, nem adicional. É importante frisarmos para o consumidor que ele necessita adquirir uma linha de dados, que é apenas para a instalação da internet, se ele quiser, ele pode adquirir pacotes, isso não deve ser obrigatório para a instalação da internet”, explicou Andréa.

“O Procon de Corumbá tem participado das reuniões do Conselho de usuários da Oi,  sabemos que a empresa trabalha com suas vendas através dos telemarketings, e o que pode ocorrer, é os atendentes, que necessitam cumprir metas de venda, podem estar ofertando algo além do que é permitido. O cliente deve estar ciente de que a linha básica é suficiente para o serviço de internet. E se sentir-se lesado, deve denunciar o caso”, orientou.

“A disponibilidade de porta para a instalação só ocorre efetivamente após verificação nos armários de telefonia, que são aquelas grandes caixas que ficam nas esquinas. Aqui em Corumbá, já estamos em processo de saturação de portas e inclusive, o que foi colocado pela empresa é que nos próximos meses haverá a abertura de mais portas. Em Brasília, no dia 02 de junho, haverá uma nova discussão e informada a necessidade de ampliação de portas para o nosso município”, anunciou a diretora-presidente do Procon.

O órgão tem recebido reclamações e busca junto à Oi soluções para cada caso. “As pessoas que se sentirem lesadas devem procurar o Procon. Recebemos queixas de pessoas que estão pagando pela linha telefônica e não possuem disponibilidade da internet, ou seja, ele já possui um cadastro na linha de espera e deve ter prioridade na abertura da porta. Outro fator que devemos alertar é que a empresa não pode cobrar pelo serviço de internet sem que esteja instalado”, alertou Andréa Ulle.

O órgão de defesa do consumidor do município, que fica localizado na rua XV de Novembro, 400 e atende pelos números: (67) 3907-5433 (67) 3907-5437.

Comentários:

MARIA DE LOURDES G S MACEDO: Boa tarde! Meu caso foi diferente. Pedi uma transferencia de endereço, consultou CEP, tudo ok. Mas..qdo foram instalar,NAO TINHA armarios disponiveis. TRES tecnicos foram na residencia, ruas laterais ver se tinha algum vazio, casa para alugar, desligariam a vazia e ligariam minha linha. NADA Entrei com processo por danos morais....aguardando... boa sorte pra nós.