Com experiência, família traz para Corumbá criadouro e frigorífico de jacaré

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Fotos: Anderson Gallo

Criação começou em fevereiro e já possui 30 baias, no total serão 240 baias para criação dos jacarés

Após apresentar um grande potencial para criação de jacarés, a família Girardi trouxe para o Mato Grosso do Sul a criação da espécie, que começou em fevereiro deste ano na região de Corumbá. Depois do tempo necessário para o abate dos animais, cerca de dois anos, um frigorífico começará a funcionar em 2016. Além da carne, o couro do jacaré também será aproveitado pelos empresários. 

“A gente já participava de um projeto semelhante a este no Mato Grosso e tivemos lá por oito anos e decidimos trazer para o Mato Grosso do Sul, tendo em vista o potencial produtivo da região”, disse ao Diário Corumbaense um dos proprietários e zootecnista da Caimasul, Willer Cardoso Girardi, de 33 anos.  

Willer falou que a família já está no ramo há 8 anos e resolveu abrir o próprio negócio no Mato Grosso do Sul

Ao vir para a região, os investidores não contavam com o apoio que estão tendo desde sua implantação na cidade, que vê a geração de renda e lucro diretamente terem um salto assim que tudo estiver pronto. Ainda no início, são poucos os funcionários, porém, em sua grande maioria, corumbaenses que aprenderam a lidar com os animais desde a incubadora até a alimentação e manejo nas baias.  

“Não esperávamos o apoio que a gente está tendo, principalmente da Prefeitura de Corumbá e também do Governo do Estado, que nos deram alguns incentivos. Fomos muito bem recebidos aqui no MS pelos órgãos ambientais também. Hoje, a gente está com mais de 25 funcionários diretos e na parte de construção, terceirizados. Assim que a empresa estiver totalmente implantada, vamos gerar cerca de 100 empregos diretos na nossa unidade industrial e empregos indiretos na coleta, transporte e manejo”, afirmou Willer. 

O processo de criação

Para fazer a implantação do criadouro foi feito um estudo ambiental e, após isso, houve a aprovação dos órgãos competentes para que pudesse ser desenvolvido o  empreendimento, instalado na BR-262. Os ovos vieram de fazendas parceiras do grupo, eclodem na própria sede e são encaminhados para as baias.  

No total, foram trazidos 80 mil ovos para a criação

“Inicialmente para trazer os animais é feito um estudo no Pantanal, um levantamento minucioso. Tudo é encaminhado para o órgão ambiental e a partir daí, eles nos dão autorização para fazer a coleta dos animais nas fazendas que são as nossas parceiras. Nesse período de coleta, que é de dezembro a março, a gente busca os ovos, que vêm para cá em uma incubadora para terminar o nascimento aqui na própria fazenda. Nascidos, eles vão para as baias de criação”, explicou o técnico.

Hoje existem 30 baias para a criação dos jacarés no local, mas esse número irá chegar a 240 no total. O réptil chega à idade de abate aos seus dois anos e com peso de 7 quilos. Eles são alimentados uma vez por dia. Já na incubadora nascem, diariamente, cerca de mil novos filhotes, que em até dois dias são inseridos nas baias.

“Hoje em cativeiro já existem 33 mil jacarés e ainda temos vários em nascimento. Temos vários ovos encubados e devemos chegar a 70 mil animais já neste ano. Nós estamos finalizando a construção das baias e aí vai iniciar a implantação dos outros setores, onde será construído o frigorífico e o curtume. Já no final de 2016, a safra deste ano estará totalmente pronta para o abate”, contou Willer Girardi.  

No total foram coletados 80 mil ovos de jacaré nas fazendas parceiras. Eles demoram cerca de 70 dias para nascerem e cada vez que mais animais nascem, a necessidade de mão de obra aumenta, sendo assim gerados novos empregos e renda para o município.