Abertura da temporada, já movimenta turismo de pesca em Corumbá

O início da temporada de pesca volta a movimentar um dos principais setores da economia de Corumbá: o turismo. Mas o momento não é de euforia, mas de expectativa de como será a reação do setor com a instabilidade econômica que o País atravessa. Em fevereiro, quando foi liberado o pesque e solte no Pantanal, algumas empresas receberam grupos que preferem a prática esportiva. “É uma outra forma de olhar o Pantanal e muitos empresários acreditam que é o futuro de qualquer lugar”, disse a presidente da Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo), Joice Carla Santana Marques. Agora, com a pesca liberada, o movimento tende a ser maior. “O setor começou meio acanhado, mas acredito que 2015 vai ser um ano bom, mesmo com o País passando por momentos de  crise”, completou Joice.

Alguns grupos de turistas chegaram a Corumbá na sexta-feira (27) e já partiram rumo aos rios pantaneiros para aproveitar os primeiros momentos de pesca liberada. Caso de um grupo de 20 empresários paulistas, que é liderado pelo aposentado José Cláudio Franco, de 62 anos. “Eu sou o Jack, ‘já que você não está fazendo nada, organiza o grupo de pescaria para nós’. Esse é um grupo de amigos e cabe a mim essa tarefa de organizar tudo pra fazer uma viagem gostosa. Venho para cá pescar há mais de 30 anos”, contou ao Diário Corumbaense.

Já José Ângelo, de 53 anos, veio ao Pantanal outras vezes, mas está é a primeira vez  que viaja a bordo de um barco hotel, reunido com amigos. “Gosto de pescar, mas esse grupo tem familiares e amigos, tenho três primos aqui. Então é mais pela viagem e pela farra com os amigos. Eu já vim para o Pantanal pescar algumas vezes, mas sempre ficava em pousada”, afirmou.

Sobre a alternativa de pescar e levar o peixe para casa e a modalidade pesque e solte, José Ângelo tem a seguinte opinião: “As duas formas são muito boas, o pesque e solte é essencial, mas levar um peixe para casa é muito bom. Acho que tem que ter um pouco de bom senso e fazer as duas coisas”, concluiu.  

“Já tem uns 35 anos que venho pescar e sou muito apaixonado por pescaria. A gente aqui sempre praticou o pesque e solte, na verdade é  bom levar um exemplar, mas ter a consciência de que tem que preservar é muito importante”, completou o empresário Mauro Lúcio do Prado,  de 64 anos.

Licença de Pesca

Os turistas que praticam a pesca amadora ou desportiva devem estar munidos da licença de pesca. Esta autorização permite, com o selo turismo, a captura e o transporte do pescado dentro da cota. A cota de captura é de 10 kg mais um exemplar, respeitando os tamanhos mínimos de captura e cinco piranhas. Obrigatoriamente, o pescador deve se dirigir a um posto da Polícia Militar Ambiental (PMA) para lacrar e declarar seu pescado, quando receberá uma Guia de controle de Pescado. A falta da vistoria e lacre gera apreensão do pescado e multa.

A pesca sem licença não é crime ambiental, porém, é infração administrativa que prevê multa é de R$ 700,00 a R$ 100.000,00, mais R$ 20,00 por quilo do pescado irregular (decreto federal 6.514/2008).