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Após constatação de erros em avaliação de jurados, criação de nova entidade ganha força

Rosana Nunes e Daniela Ramos em 22 de Fevereiro de 2015

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Cinco das escolas de samba filiadas à Liesco participaram de encontro no sábado

A possibilidade da fundação de uma nova entidade carnavalesca em Corumbá vai ganhando força. Tudo porque a apuração das notas do júri oficial, composto de 18 jurados do Rio de Janeiro e de Corumbá e cuja seleção e contratação foram de responsabilidade da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba), causou protestos e perplexidade em muitos, pela incoerência de notas dadas pelos jurados no desfile do Grupo Especial. A avaliação do júri sagrou a Império do Morro campeã, com 176,9 pontos; Vila Mamona em segundo com 176 pontos; Marquês de Sapucaí, alcançou 175,5 pontos e a Mocidade da Nova Corumbá teve 175,3 pontos. A campeã do carnaval em 2013 e 2014, A Pesada, com 174,1 pontos e Acadêmicos do Pantanal, com 167,2 pontos foram rebaixadas o Grupo de Acesso.

“Nunca na história do carnaval corumbaense, um desfile e o seu resultado tornaram-se objeto gerador de tamanha polêmica e descrédito. Tal fato pode ser evidenciado pela opinião pública corumbaense, bem como de turistas que assistiram aos desfiles e hoje, demonstram nas redes sociais e através de seus comentários interpessoais, um verdadeiro espanto com o resultado. É claro e notório, que ao entrarmos em uma competição, todos os participantes são sabedores de que poderão sagrar-se vencedores ou não. Porém, perder com verdade na avaliação, é uma dádiva! Já, perder na dúvida, é um crime”, diz um manifesto divulgado a partir de uma reunião ocorrida na quinta-feira (19).

No sábado (21) houve novo encontro com a participação de representantes de cinco das dez escolas filiadas à Liesco: A Pesada, Caprichosos de Corumbá, Imperatriz Corumbaense, Mocidade da Nova Corumbá e Unidos da Major Gama. A Vila Mamona também acompanha o andamento das discussões, mas ainda não definiu posição.

Reprodução

Justificativas que causaram ainda mais revolta em componentes de agremiações

Justificativas dadas por jurados para tirar pontos das apresentações, causaram ainda mais revolta. Em uma delas, o jurado cita que na ala da Mocidade “brinquedos modernos: os games over” um componente estava tirando fotos de celular. Só que a Mocidade, cujo enredo homenageou a Marinha do Brasil, não trouxe em seu desfile esta ala, que na verdade era da A Pesada, que levou para a avenida a temática infantil.

Outro erro de avaliação do jurado, foi quando cita “ala dos índios” no desfile da A Pesada. No entanto, a agremiação também não apresentou esta ala.

Requerimento à Liesco

No encontro de sábado ficou decidido que A Pesada, com a anuência das outras agremiações participantes, vai encaminhar à diretoria da Liesco requerimento solicitando informações sobre os jurados (quem são, de onde vieram, qual a formação) e ainda a renúncia dos diretores da Liga e dos membros do Conselho Deliberativo, para que a mesma possa passar por um profundo processo de reestruturação moral e ética na condução dos trabalhos para o carnaval 2016. Mas, independente de renúncia ou não, as entidades se mobilizam para se desfiliar e fundar outra instituição.  

“Queremos um carnaval melhor e com ética, transparência na aplicação da verba pública, porque a Liga é presidida de uma forma que todas as dez escolas não têm acesso ao seu estatuto e não sabem quem são os jurados, quem coordena e de onde vêm. Então, paralelamente estamos estudando  a criação de uma nova liga, que realmente abrace seus associados com clareza e transparência”, explicou Edenir de Paulo, diretora de relações de institucionais da A Pesada.

Após o envio do requerimento, as agremiações irão aguardar a manifestação da Liesco. Se não houver resposta, a assessoria jurídica vai recorrer à Justiça. Nova reunião das agremiações está marcada para o dia 28 de fevereiro para dar andamento aos procedimentos.

 

Comentários:

Antonio Ferreira: Carnaval é importante sim, é parte da nossa cultura e é importante também para a economia da cidade. O fato de estarmos discutindo a falcatrua da comissão julgadora não impede que nos preocupemos também com outros problemas. Deveria mesmo é anular as notas desses jurados...e considerar que as escolas que subiram para o primeiro grupo continuem no primeiro grupo, e aquelas escolas que foram "derrubadas" por essa comissão "julgadora" sejam então trazidas de volta ao primeiro grupo já para o próximo carnaval...isso está longe ainda de corrigir a injustiça feita, mas ameniza de alguma fora a situação....

Wagner Luis Weber: Ah se dos males este fosse o menor...