Rosana Nunes em 20 de Fevereiro de 2015
Reprodução Facebook/Flavius Colombo
Em reunião na noite de quinta-feira, representantes de quatro agremiações formalizaram manifesto
A apuração das notas do júri oficial, composto de 18 jurados do Rio de Janeiro e de Corumbá e cuja seleção e contratação foram de responsabilidade da Liesco, causou protestos e perplexidade em muitos, pela incoerência de muitas notas dadas pelos jurados no Grupo Especial. A avaliação do júri sagrou a Império do Morro campeã, com 176,9 pontos; Vila Mamona em segundo com 176 pontos; Marquês de Sapucaí, alcançou 175,5 pontos e a Mocidade da Nova Corumbá teve 175,3 pontos. A campeã do carnaval em 2013 e 2014, A Pesada, com 174,1 pontos e Acadêmicos do Pantanal, com 167,2 pontos foram rebaixadas o Grupo de Acesso.
“Nunca na história do carnaval corumbaense, um desfile e o seu resultado tornaram-se objeto gerador de tamanha polêmica e descrédito. Tal fato pode ser evidenciado pela opinião pública corumbaense, bem como de turistas que assistiram aos desfiles e hoje, demonstram nas redes sociais e através de seus comentários interpessoais, um verdadeiro espanto com o resultado. É claro e notório, que ao entrarmos em uma competição, todos os participantes são sabedores de que poderão sagrar-se vencedores ou não. Porém, perder com verdade na avaliação, é uma dádiva! Já, perder na dúvida, é um crime”, diz o manifesto.
O documento cita que antes dos desfiles, membro da Liesco, entregou às escolas de samba um documento denominado “Critério de Julgamento dos Quesitos”, que, segundo os dirigentes, é um plágio do carnaval de outra cidade e não levou em consideração as especificidades da passarela do samba de Corumbá e pontua algumas situações:
Quesito Bateria - No referido documento, cita-se os recuos como “Setores 09 e 11”, sendo que o recuo do desfile de Corumbá, localiza-se na rua 15 de Novembro com a Avenida General Rondon, nunca anteriormente denominado com setores enumerados. Todavia é sabido que este tipo de nomenclatura é adotado no Sambódromo do Rio de Janeiro, onde os setores são numéricos.
Quesito Alegoria – Uma das agremiações do Grupo de Acesso, recebeu notas 9,5 e 9,8, sendo que três de seus carros alegóricos quebraram e não desfilaram. Portanto, o que foi avaliado?
Quesito Fantasia – Em determinadas alas de uma das agremiações, muitos dos foliões desfilaram de chinelos e outros de sapatilhas. Nessa observação, uma das agremiações, também colocou na avenida uma ala trajando camiseta com estampa em serigrafia (camiseta não é fantasia)
Item Nota – no referido documento denominado – CRITÉRIOS DE JULGAMENTO DOS QUESITOS, consta que as notas devem ser dadas de 9,0 (nove) a 10,0 (dez), sendo que além deste documento, um outro documento (regulamento), circulou, no qual as referidas notas deveriam ser dadas de 8,0 (oito) a 10 (dez). Qual destes documentos tem validade? Tal fato configura-se – INDUÇÃO AO ERRO.
2° - Outro fato intrigante – CRONOMETRAGEM. Foram solicitados à Fundação de Esportes de Corumbá, profissionais para realizarem o trabalho de cronometragem do tempo das Escolas de Samba. Mas, os mesmos foram dispensados por um dos diretores da Liesco, momentos antes do início dos desfiles. Portanto, quem fez a cronometragem? Os diretores da Liesco?
Após enumerar as situações, os representantes das agremiações que participaram de reunião na noite de quinta-feira (19) e decidiram publicar o manifesto, pedem a renúncia da atual diretoria da Liesco. Caso isso não ocorra, as agremiações irão se desfiliar da Liga e fundar outra instituição. A impugnação do resultado oficial do desfile também é solicitada.
“Diante da vergonha, indignação e na tentativa de fazer valer todos os esforços e investimentos da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL E ESTADUAL para manter o nosso carnaval como maior espetáculo é que EXIGIMOS, em nome da ética, a RENÚNCIA da atual diretoria da entidade em questão, para que a mesma possa passar por um profundo processo de reestruturação moral e ética na condução dos trabalhos para o carnaval 2016, bem como a IMPUGNAÇÃO do resultado proferido na tarde de 18 de fevereiro. A não renúncia da diretoria da Liga, implicará na desfiliação das entidades que assinam este documento, como também a Fundação de outra Instituição que passará a organizar um outro desfile”, conclui o manifesto.
O documento será enviado ao prefeito Paulo Duarte; ao presidente da Fundação de Cultura em exercício, José Antônio Garcia, o Tanabi, e à diretoria da Liesco, além das agremiações que não participaram da reunião de quinta-feira.
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