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Condições de tráfego nas ruas de Corumbá geram reclamações de motoristas e moradores

Rosana Nunes e Ricardo Albertoni em 23 de Dezembro de 2014

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Rua Gonçalves Dias é uma das vias mais problemáticas da cidade

Reduz a marcha, vira pra esquerda, direita, esquerda novamente e aguenta o sacolejo. Procedimentos como esses têm feito parte da rotina de quem dirige pelas ruas de Corumbá nos últimos anos. A cada chuva, veículo pesado que passa sobre a via ou tapa buraco e pavimentação mal executados,abrem-se verdadeiras crateras no asfalto e aumenta o prejuízo para os donos de veículos.

"Toda vez eles vêm fazer serviço de tapa buraco, mas aí dá uma chuva e leva embora o material. Isso atrapalha até o movimento do meu comércio, porque as pessoas nem querem passar mais nessa rua, e quando passam veem lama e buraco e nem param"

Armando Martins Tavares - Comerciante

Carros pequenos, médios e até mesmo caminhões, ônibus e caminhonetes tracionadas são prejudicados pela má conservação das ruas em vários pontos da cidade. Na rua Gonçalves Dias, bairro Aeroporto, onde a situação é crítica também devido ao tráfego de veículos pesados que vão em direção à Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados) e à fronteira,  o motorista Ari Luiz Thomas, de 50 anos, relata que frequentemente tem prejuízos, mesmo utilizando uma caminhonete tracionada, indicada para trechos de difícil acesso. “Realmente já trafego há muito tempo aqui e durante todos esses anos foram feitas ações paliativas que não resolvem por muito tempo. Mesmo com um veículo tracionado como o meu, tenho problemas com a manutenção dele, imagine os carros menores que utilizam a rua. Os nossos ‘comandantes’ poderiamver melhor a situação dessa via, tem tráfego de caminhões e várias transportadoras aqui. E não só a Gonçalves Dias, existem vários pontos críticos que precisam ser melhorados”, disse ao Diário Corumbaense.

O comerciante Armando Martins Tavares, de 46 anos, que viu o progresso e a possibilidade de desenvolvimento surgir com o asfalto passando em frente ao seu estabelecimento, hoje vê a chuva levar, além do pavimento, a clientela embora. “Já tem um bom tempo que está assim, ela - a Gonçalves Dias - sempre teve problema, por causa de minador, toda vez eles vêm fazer serviço de tapa buraco, mas aí dá uma chuva e leva embora o material. Isso atrapalha até o movimento do meu comércio, porque as pessoas nem querem passar mais nessa rua, e quando passam veem lama e buraco e nem param”, contou.

Jânio Rodrigues, de 53 anos, critica as operações de tapa buracos, e acredita que deveriam ser feitas ações definitivas para que não haja desperdício do dinheiro público. “Tá péssimo, não tem rua que não tenha buraco em Corumbá, dá despesa demais, é amortecedor que ‘vai pro saco’, pneu que rasga. Tem algumas ruas boas, mas a maioria está desse jeito, falta manutenção constante e fazer uma coisa bem feita. Não adianta jogar esse pouquinho de piche no buraco e na primeira chuva ele sair, ou o carro passar e tirar. Tem que fazer um recapeamento total, só estão gastando nosso dinheiro, coloca hoje e amanhã tem que fazer novamente”, opinou.

Seu Gustavo mantém carro na garagem por causa dos buracos: "só utilizo em último caso"

Para muitos, a paciência se esgotou. O aposentado Gustavo Rondon de Arruda, de 76 anos, pediu para ser entrevistado após rir do fotógrafo deste Diário que fazia imagens do local. “De novo? Aqui não tem jeito não, tenho que juntar todo dia bem cedo pedaçosdos carros que ficam no caminho, tem demais de buraco. Onde já se viu? Tem muito acidente, já teve uns quatro que eu vi, arrumam ‘malemá’, por isso não dura”, destacou.

Com um veículo novo na garagem, ele diz preferir não tirar o carro para passear, e só utilizar em último caso para não ter mais gastos com manutenções por causa dos buracos. “Tenho carro e quase não tiro da garagem por causa de buraco. Pago quase R$ 800 de IPVA, seguro, pago IPTU e não vejo retorno. Já fiz três vezes manutenção no meu carro, que é ‘zero bala’. Vem reportagem, tira foto, filma, e daí eles – a Prefeitura - vem e arrumam, mas fica não demora muito e voltam os buracos”, disse revoltado o aposentado.

Manutenções caras

Para quem acha que Corumbá é só mais uma cidade do Estado com péssimas condições de tráfego, o motorista de carreta, Alex Rodrigues diz o contrário . “Em virtude da minha profissão visito várias cidades de Mato Grosso do Sul e posso dizer que a situação do asfalto em Corumbá está complicada. Está um caos, só esse ano fiz duas vezes manutenção na barra de direção, pivô, suspensão. Se você desviar é perigoso você atropelar uma pessoa; se desvia pro outro lado pode bater em outro veículo, o negócio é passar pelo buraco e tomar o prejuízo no bolso. Falta competência e boa vontade pra fazer uma manutenção duradoura na cidade. Ainda tenho um carro e uma moto, e nenhum dos dois veículos escapa. Além da queda que é o pior, a moto tem a fragilidade do aro que é de alumínio e amassa com facilidade. Já quase caí, no bairro Universitário, estava com uma pessoa na garupa e quase nós dois fomos pro chão”, relatou à reportagem.

Leonil teve de trocar a suspensão e fazer o alinhamento do veículo

Em uma oficina especializada em suspensão, alinhamento e balanceamento, o proprietário diz que existe um gasto normal do veículo, porém, as condições das vias que eles trafegam influenciam no tempo de vida útil das peças. “Não tem como eu dizer se o movimento aumentou por causa dos buracos, principalmente porque é época de fim de ano, e os serviços aumentam em virtude disso, mas posso dizer que o desgaste de peças, principalmente da parte da suspensão, é maior quando se enfrenta muitos trechos ruins, como é o caso das ruas da cidade.

Para o soldador Leonil da Cunha, 48 anos, que trouxe o veículo à oficina, o jeito é fazer os serviços aos poucos, já que o valor das trocas é alto. “Por causa das condições das ruas estou fazendo essa troca. Tem um mês que troquei a suspensão de um lado e agora vou ter que trocar o outro. Vou gastar mais de R$ 200 trocando a peça e fazendo o alinhamento. Estou usando peça de segunda mão, se usasse nova, o preço ficaria inviável”, contou.

Comentários:

WANDERLEY COSTA: ISTO É UMA VERGONHA, CORUMBA COM 226 ANOS DEVERIA SER UM CIDADE TODA LIM PA SEM BURACOS, AONDE FOI PARAR O DINDIN DO ASFALTO.

edu alves vasconcelos: não adianta ônibus novo pra andar em velhos buracos

FABIO MENDES LACERDA: Vejam o lado bom, temos uma excelente oportunidade de negócio em Corumbá...Fábrica de amortecedores de veículos, clientes nunca vão faltar!

mauricio pereira goulart: A situação das ruas de Corumbá/MS perpassa por decisões políticas que alimentam as operações tapa buracos, a custa da contribuição dos munícipes e de toda a população. Não se faz planejamento de abertura de galerias, de urbanização localizada ou de recapeamento com textura suficiente para aguentar o trânsito que vem em processo contínuo de incremento. Faltam, da Prefeitura - incluindo sr. Prefeito e secretariado, a responsabilidade na definição dos trabalhos de recapeamento e a fiscalização dos trabalhos executados pela empreiteira contratada. Trata-se de Contrato Público que deveria ser, ao menos, fiscalizado e não ser sumidouro de dinheiro público. Devemos cobrar de Prefeitos e dos Vereadores, bem como, presidentes de associações e dos bairros, uma resposta imediata e concreta. Em síntese: respeito.

João Luiz de Paula Gonzalez: Parabenizo o Diário Online pela "IMPARCIALIDADE" nas abordagens dos fatos que acontecem em nossa cidade. Quando a imprensa omite tais fatos, parece jogar sujeira para baixo do tapete. É preciso alertar que nem tudo está bem na cidade conforme divulgação oficial. Saúde, segurança, esporte (cadê as demais modalidades além do futebol?) e tantos outros assuntos. Continuem assim.