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Homem captura jiboia em Ladário e faz sucesso em rede social

Camila Fernandes e Ricardo Albertoni em 24 de Novembro de 2014

“Pantaneiro Mesmo”, é como José Lima, com sorriso no rosto se autodenomina. Popularmente conhecido como Zeca, o trabalhador rural, de 50 anos, fala com bom humor sobre o feito realizado na semana passada, em Ladário, precisamente na rua Riachuelo, próximo à região do Mangueiral.

Ricardo Albertoni

Zeca fala com humor do "feito"; no detalhe imagem do vídeo feito por Eudiney Maia

A ação inusitada registrada em um celular por Eudiney Maia, morador das proximidades, e postada no Facebook em sua página pessoal, rapidamente foi compartilhada e curtida dezenas de vezes. Em um dos dois vídeos postados, onde José de Lima dava até “beijinhos” na cobra, um comentário coloca em dúvida sua coragem. “É uma jiboia, queria ver se fosse uma boca de sapo”, diz, porém, a grande maioria se mostra admirada pela coragem do ladarense. “Esse é pantaneiro”; “Nossa, muito doido”; “Esse zeca manja dos paranauê”, foram alguns elogios entre muitos.

Perguntado pela reportagem do Diário Corumbaense sobre o que motivou a atitude, Zeca respondeu com a simplicidade que é peculiar do homem do campo pantaneiro. “Chegaram e me falaram que tinha uma cobra ali - próximo a uma pousada - como eu sou peão de fazenda, acostumado a ver esses animais, e resolvi pegar ela com a mão mesmo, peguei pela cabeça para ela não fugir, até o Corpo de Bombeiros chegar”, contou.

Reprodução Facebook: Eudiney Maia

Ele diz que não é a primeira vez que pega uma cobra com a mão e ainda dá dicas de como proceder. “Vixe, eu já peguei até cascavel, boca de sapo, você só aperta a cabeça dela e pronto. Na fazenda, aparece muito bicho, ainda mais agora nessa temporada de chuva, eles saem tudo da toca”, afirmou José de Lima.

Às gargalhadas, o quase destemido pantaneiro diz que tem apenas um ponto fraco. “Jiboia é inofensiva, pra mim cobra não é problema, eu só corro de onça, ela não dá pra encarar não”, concluiu José de Lima, que nasceu na Fazenda São Sebastião, na região do Morro Grande.

Bombeiros não recomendam captura de animais

Procurado pela reportagem, o subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros, major Fábio Santos Catarineli, explicou como proceder em situações de avistamento de animais peçonhentos ou silvestres. “A orientação que damos é que a pessoa ligue para o Corpo de Bombeiros no número 193 ou a Policia Militar Ambiental (3231-5201) para que se faça a captura correta do animal. Temos sempre que lembrar que esses animais são selvagens e irão tentar se defender de alguma maneira, se não por picada, por mordidas”, disse a este Diário.

O major ainda destacou que apesar da cobra jiboia não ser venenosa, ela tem outros mecanismos de defesa. “Foi muito perigoso o que esse senhor fez, pois esse tipo de cobra mata por estrangulamento e poderia ter quebrado o braço dele. Nesse tipo de situação, o melhor é chamar o Corpo de Bombeiros, a não ser que seja um biólogo ou veterinário que tenha experiência no manuseio desse animal”, frisou o major Catarineli.

O subcomandante ressaltou que é comum o aparecimento desses animais na época de chuvas, e é preciso estar alerta a terrenos com muito mato e sujos. Neste caso que relatamos, a cobra foi solta no mesmo dia em uma área verde, longe da região urbana.

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