Da Redação em 29 de Outubro de 2014
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Corumbá e Ladário foram as primeiras cidades do interior visitadas pelo governador eleito após a eleição
“O dinheiro é um só, não tem dois dinheiros”. A frase serviu para demonstrar a pré-disposição de Reinaldo Azambuja em sanear as finanças do Executivo a partir da diminuição de cargos de confiança, que segundo ele, elevam em muito a folha de pagamento do Estado. “Tendo mais dinheiro nós poderemos, por exemplo, chamar policiais da lista de espera do concurso realizado recentemente”, afirmou, atentando para o fato de que a realização de um novo concurso não será necessária, até porque também oneraria os cofres públicos.
O aumento do contingente das polícias foi apontado por Azambuja como “urgente e inevitável” no combate à violência. A interligação de câmeras é outra proposta para a implantação da patrulha eletrônica, modelo adotado em São Paulo que vem surtindo excelentes resultados. “E com relação às fronteiras, eu vou cobrar o Governo Federal. A presidente Dilma precisa melhorar a atuação das polícias Federal e Rodoviária Federal”, afirmou.
Na área da saúde, as promessas de campanha foram reiteradas e a justificativa foi de que elas vieram a partir de um levantamento feito nos municípios de Corumbá e Ladário, onde a população apontou suas principais necessidades. “Se a prioridade é implantar o Hospital Regional em Corumbá, assim o faremos, desta forma estaremos dinamizando a qualidade do atendimento ao cidadão. Também vamos reativar a Maternidade de Ladário, como prometemos anteriormente”, afirmou.
O fortalecimento dos portos de Corumbá e Ladário e a industrialização de matérias-primas da região também foram focos da coletiva. Reinaldo Azambuja disse da importância do escoamento da produção através da hidrovia Paraguai/Paraná e do aproveitamento da malha ferroviária, cuja revitalização também vai buscar. Com relação ao minério extraído do maciço do Urucum, ele afirmou que “nós não podemos mais ficar exportando minério, temos que beneficiar a nossa matéria-prima aqui mesmo”.
Aumento do contingente das polícias foi apontado por Azambuja como “urgente e inevitável”
Corumbaense pode compor equipe do novo governo
Contando com a presença de empresários e políticos das duas cidades pantaneiras, a coletiva foi concorrida e, em alguns momentos, efusiva. A plateia chegou a se manifestar diante de perguntas de jornalistas e de respostas positivas do governador eleito. Azambuja disse que sofreu quando foi prefeito de Maracaju e tinha um governador de oposição ao seu partido e que, por isso mesmo, vai governar sem cores partidárias. “Vou procurar a todos para um pacto, farei uma reunião para conversar. Com aqueles que quiserem, trabalharemos juntos, os que não quiserem, paciência, mas trabalharei para o povo da cidade mesmo que sem parceria do prefeito”, disse ao revelar que já conversou por telefone com os prefeitos de Corumbá, Paulo Daurte, e de Ladário, José Antonio Assad, ambos do PT, e reforçou a proposta de pacto pelo desenvolvimento.
Durante a campanha, o tucano que governará Mato Grosso do Sul entre 2015 e 2018, prometeu que seria o representante de Corumbá e Ladário. Isso foi logo após, 05 de outubro, quando as duas cidades pantaneiras não conseguiram eleger nenhum deputado federal ou estadual. “Se não tem representantes daqui, eu serei o representante do povo corumbaense e do povo ladarense”, e voltou a confirmar essa pré-disposição durante a entrevista coletiva.
Perguntado sobre a possibilidade de levar alguém da região para a sua equipe de governo, ele disse que ainda não tem pensamento formado a respeito. “Não dá para ficar montando equipe antes de ganhar a eleição. Vou pensar nisso agora e, pode até ser, existem bom nomes, mas se não acontecer, eu estarei lá para defender vocês”, confirmou. Com isso, apesar de ter tido pouco mais de 23% dos votos válidos de Corumbá e Ladário, apenas, o governador eleito já demonstra que não trabalhará com revanchismo.
Reinaldo Azambuja está pescando no Pantanal a bordo do barco-hotel Indiaporã, onde deve ficar até o fim de semana. Ele vai tirar esses dias para descansar e deve aproveitar o silêncio do meio ambiente pantaneiro para meditar. Quando voltar, Reinaldo vai se debruçar na transição de governo e na formação da nova equipe administrativa de Mato Grosso do Sul que assumirá com ele em 1º de janeiro de 2015.
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