Terra Notícias em 20 de Outubro de 2014
Em dezembro de 2013, uma criança de 2 anos de uma pequena vila do sudeste do Guiné se tornou a primeira vítima do surto atual de ebola, tendo contraído a doença após comer carne de morcego que fora caçado por sua família. Desde que o vírus começou a ser transmitido de pessoa para pessoa, mais de 8 mil foram infectadas. As informações são do The Independent.
Brent Stirton / Getty Images
Carne de animais silvestres é bastante comum em países africanos que não têm recursos
Em surtos passados, o comércio de carne de animais silvestres também foi apontado como ‘culpado’ pela transmissão do vírus, especialmente entre as pessoas que capturam e abatem os animais que estariam infectados. O virologista Jonathan Ball disse que a infecção pode acontecer de forma direta, após o contato com o sangue – como quando os caçadores são mordidos ou arranhados pelos morcegos frugívoros (comedores de frutas). Além disso, a Organização Mundial de Saúde tem considerado que estes morcegos podem ser os hospedeiros naturais do ebola.
A alimentação de carne de animais selvagens, como macacos e morcegos, é comum em países africanos onde o surto mais atinge: por ano, cerca de 5 milhões de toneladas desta carne são feitas de alimento na região do Congo, por exemplo. Porém, a solução contra a doença não é tão simples quanto proibir a prática, já que a África não tem uma infraestrutura de gado como o oeste, voltando sua cultura de comer carne aos animais de caça, uma vez que está disponível e acessível.
Restringir o comércio de carne de animais silvestres é o ideal, mas deve-se salientar que a transmissão de doenças de espécie-a-espécie é rara, pois, o dano real é feito quando os seres humanos infectados entram em contato com outras pessoas. Por tudo isso, os cientistas da Universidade de Cambridge defendem a educação dos caçadores africanos que, em sua maioria, não apresentaram conhecimento sobre o perigo existente em práticas de caça.
“Trabalhar com as comunidades locais para ajudá-las a encontrar soluções eficazes e sustentáveis, de acordo com suas necessidades econômicas, deve ser um compromisso de longo prazo”, disse Marcus Rowcliffe da Sociedade de Zoonoses de Londres.
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