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Polícia investiga casos de fotos de menores que vazaram na internet ou aplicativo

Campo Grande News em 23 de Setembro de 2014

Marcelo Calazans/Campo Grande News

Delegada Regina Márcia Mota, da DEPCA, alerta sobre riscos da exposição de fotos íntimas

A DEPCA (Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente), de Campo Grande, recebeu nos últimos meses pelo menos 20 denúncias de menores que tiveram suas imagens íntimas expostas em redes sociais. Em um caso recente, uma menina de 13 anos teve suas fotos divulgadas por meio do aplicativo para smartphones Secret.

Segundo a delegada Regina Márcia Mota, a polícia enfrenta desafios diariamente por causa da tecnologia, já que a cada novo aplicativo lançado, novos tipos de crime surgem. Além do Secret, o WhastApp, o Snapchat e o próprio Facebook têm sido usados para expor imagens de crianças e adolescentes nus, ou em poses sensuais.

“As meninas, em sua maioria, acabam enviando fotos sensuais, ingenuamente, a seus namorados. Quando o relacionamento termina, eles se vingam e espalham as fotos delas pela rede. No caso dos rapazes, muitos dele têm suas imagens vinculadas à mensagens de caráter homossexual”, explicou.

A delegada afirma que quanto mais rápido a polícia for acionada, maiores serão as chances de identificação e punição dos autores. Quando há demora, existe o risco de que as fotos acabem em sites de prostituição, comprometendo ainda mais a imagem e o direito de privacidade das vítimas. Na maioria das ocorrências, os pais só tomam conhecimento depois que o “estrago” já foi feito.

Em um episódio recente, uma menina de 11 anos enviou as fotos para o namorado de 19, que acabou distribuindo entre amigos por meio de redes sociais. Numa outra ocasião, uma garota de 13 enfrentou o mesmo problema – neste caso específico, o autor e todas as pessoas que repassaram as fotos vão responder criminalmente. A pena pode chegar a seis anos.

Diante deste cenário, Mota faz um apelo. “Não divulguem suas fotos. O risco de ser vítima de um crime é muito grande”, disse ela, ressaltando o mau uso das redes sociais e aplicativos. “É um absurdo o que as pessoas fazem com essas redes. Esses canais deveriam ser usados para amizades, para facilitar contato entre as pessoas, mas muitos ainda insistem em usar de forma criminosa”, disse.