Empurrador colidiu contra pilar lateral
Marcelo Fernandes em 27 de Agosto de 2014
Está restrito o tráfego de veículos pesados sobre a ponte do rio Paraguai, no Porto Morrinho, distante cerca de 70 quilômetros da área urbana de Corumbá. A restrição atinge especialmente veículos com sete eixos ou mais, como caminhões com carga de minério, que não podem cruzar a ponte. A medida foi adotada em razão da colisão de um empurrador paraguaio – que transportava seis barcaças carregadas de farelo de milho – contra um pilar lateral da ponte, ocorrida na madrugada da terça-feira, 26 de agosto.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Choque causou um desnível inicial de aproximadamente 22 centímetros no lado da ponte atingido pela embarcação
Além dessa proibição, como precaução foi montado um sistema de sinalização Pare e Siga ao longo da ponte para controlar o fluxo de veículos; entrou em operação um revezamento que libera intercaladamente o tráfego de cada lado da pista. A passagem de veículos entre quatro e seis eixos é permitida com distância mínima de 300 metros entre eles. Carros de passeio e ônibus podem cruzar a ponte normalmente, dentro do revezamento de pistas.
A concessionária da ponte aguarda a chegada de um engenheiro calculista para avaliar as condições estruturais da ponte após o impacto. Com base nessa avaliação é que será definida a liberação ou manutenção da restrição ao tráfego pesado.
Uma equipe da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) vistoriou o local na tarde da terça-feira, dia 26. “Estivemos no local e verificamos que conforme informações colhidas, a fenda aberta com a batida da barcaça no pilar já havia diminuído aproximadamente três centímetros. Comunicamos ao secretário de obras que se dispôs a mandar uma equipe técnica em obras de concreto para verificar a situação da ponte”, disse ao Diário Corumbaense o diretor executivo da Agesul em Corumbá, Luiz Mário Anache. O choque causou um desnível inicial de aproximadamente 22 centímetros no lado da ponte atingido pela embarcação.
Empurrador e barcaças permanecem atracados na região do Porto Morrinho
O empurrador e as barcaças permanecem na região do Porto Morrinho, atracados alguns metros de distância da ponte. Estão do lado oposto ao da colisão e não comprometem a navegação. A Capitania Fluvial do Pantanal, subordinada ao Comando do 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil, já abriu inquérito para apurar causas e responsabilidades do acidente. A apuração tem prazo de três meses para ser concluída. A carga seguia para Assunção, capital do Paraguai.
Urgência em reparos
Através do seu site, a Prefeitura de Corumbá cobrou “imediata ação” do Governo do Estado e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no que diz respeito à recuperação dos danos causados à ponte sobre o rio Paraguai pela colisão da embarcação paraguaia.
“Para não ocorrer o vivenciado em 2011, quando acidente semelhante, deixou a cidade de Corumbá isolada por quase seis horas e restringiu o transporte por via terrestre, a Prefeitura cobra ações emergências de recuperação. (...) Entre idas e vindas de cobrança de responsabilidades para o conserto entre órgãos federais e estaduais, até o final daquele ano, o reparo não havia sido realizado, vindo a se concretizar apenas em 2012. Devido a esse episódio, o município teve situação de emergência reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, ligada ao Ministério da Integração Nacional”, diz a nota.
Sinalização marca ponto onde houve abertura do vão após colisão de empurrador contra pilar lateral
O Executivo Municipal destaca ainda que o além de colocar em risco os usuários “o funcionamento da ponte com avarias, afeta negativamente a cadeia econômica da cidade em diversos níveis, desde o transporte de minério, uma das principais atividades do Município, até o abastecimento de produtos de consumo como alimentos, passando ainda pelo viés turístico no qual a ponte é um atrativo, bem como ligação com a cidade”.
Acidente anterior
Em 08 de maio de 2011, o empurrador Doña Carmen de bandeira paraguaia transportando 16 barcaças de farelo de soja bateu contra o pilar central da ponte. Com a colisão um vão de cerca de 20 centímetros abriu-se na estrutura da ponte e o tráfego de veículos foi interditado por questões de segurança. A cidade ficou isolada por quase seis horas. A ponte é o acesso terrestre que liga o município ao resto do país.
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