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Práticas educativas dão oportunidades de recomeço a reeducandas

Fonte: Notícias MS em 19 de Agosto de 2014

Parceria estabelecida entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Prefeitura de Corumbá está garantindo a realização de aulas de pintura, violão e capoeira para reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”. A iniciativa trabalha a arte e a cultura como meio de reinserção social.

A ação é desenvolvida pelo projeto “Caminhos da Cultura”, da Fundação Municipal de Cultura de Corumbá. “A diretora-presidente foi sensível em atender-nos com a extensão do projeto do município”, destaca a assistente social do presídio e idealizadora da iniciativa, Gisela Nunes.

Para a assistente social, ao ofertar tais práticas educativas se proporciona oportunidades reais de mudança. “Se bem aproveitadas, podem transformar o comportamento de uma pessoa, diminuir as dificuldades no reingresso ao mercado de trabalho e ainda a reincidência criminal”, afirma Gisela.

Cada oficina acontece uma vez por semana. Nas aulas de capoeira, por exemplo, as alunas aprendem a cantar cantos africanos especialmente criados para esse tipo de atividade, e a tocar os instrumentos mais tradicionais, como berimbau, chocalho feito de sementes e pandeiro. Na roda de conversa, são informadas das regras de convívio, respeito e tolerância.

“O jogo de capoeira visa aprimorar o controle emocional, no qual precisam ter cuidado com os movimentos para não machucar o outro, ao contrário de estimular e incentivar a agressividade e a violência”, explica o mestre Pernambuco, responsável pelo ensino da capoeira na unidade prisional.

De acordo com a diretora do presídio, Anelize Lázaro de Lima, apenas internas de bom comportamento podem participar das aulas. “Fazemos uma seleção rigorosa”, garante.

No curso de pintura, as detentas transmitem para as tela todas sua emoções e criatividade, mas através de técnicas precisas que as proporcionam um meio de sobrevivência caso optem em se tornarem artistas plásticas quando deixarem a prisão. No de violão, é a música a responsável por levar transformação a vida das mulheres encarceradas. A cada nota aprendida, a reflexão sobre as possibilidades de uma vida longe do mundo da criminalidade.

É o que garante a reeducanda Veridiane Nazi, 25 anos, uma das participantes. Segundo ela, as aulas estão sendo muito interessantes. “Transmite calma, e é uma oportunidade de aprender, para se manter financeiramente”, assegura.