PUBLICIDADE

Livro abre debate sobre acesso a bolsas de estudo no ensino superior

Dissertação deu origem à obra

Marcelo Fernandes em 15 de Agosto de 2014

A dissertação de mestrado do professor de Matemática Eduardo Henrique Oliveira da Silva, que atua no Núcleo de Tecnologia Educacional do Estado em Corumbá, deu origem ao livro “Financiamento de Bolsas de Estudos para o Ensino Superior – O Programa Universidade para Todos (Prouni) em Mato Grosso do Sul no período de 2005 a 2010”. A publicação foi lançada este mês pela Novas Edições Acadêmicas e pode ser encontrada nos sites das livrarias Morebooks e Amazon.com

No livro, o autor busca as razões que levam os governantes a utilizarem os programas de bolsas de estudos como mecanismo de acesso à educação em diferentes níveis de escolaridade, sobretudo, da educação superior. “A essência é explicar cientificamente porque os governantes implantaram os programas de bolsas de estudo no Brasil todo e, sobretudo em Mato Grosso do Sul. O trabalho discorre buscando justificar as razões de se utilizar no momento presente o porquê da implantação desses programas”, destacou o professor ao Diário Corumbaense.

Estudando a fundo o Prouni em Mato Grosso do Sul, o professor Eduardo Henrique argumenta que esse programa acaba beneficiando instituições particulares. “Ideologicamente o Prouni é apresentado como o Programa Universidade para Todos, no corpo do trabalho questiono, quais são esses todos. Ao mesmo tempo em que têm acesso será que dão continuidade aos estudos? Será que conseguem se manter no nível de ensino superior, uma vez que a classe trabalhadora empobrecida, mesmo estando lá, não tem condições de se manter, haja visto os gastos de custeio desse nível de ensino. O Prouni, na verdade, vai beneficiar as instituições particulares. Na essência do trabalho é isso que busco discutir, por que implantar um programa que visa acesso ao estudante se os beneficiados são os proprietários de universidades particulares”, observou.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

No livro, o autor busca as razões que levam os governantes a utilizarem os programas de bolsas de estudos como mecanismo de acesso à educação

Para o professor mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o programa proporcionou avanços sim, mas é necessário garantir ao acadêmico a chance de concluir a graduação. “Houve o avanço de oportunizar ao jovem da classe trabalhadora o acesso à universidade, e mesmo estando lá, as dificuldades encontradas não garantem a permanência e nem a conclusão do curso. Para estar nesse nível de ensino o acadêmico precisaria de bolsas complementares, além da bolsa de estudo para se manter. Como por exemplo, bolsa auxílio, restaurante, alimentação. É um nível de ensino que requer dedicação quase que integral por parte do estudante”, complementou.

“Temos que pensar em políticas de estado universais, que alcancem todo o jovem brasileiro em idade para cursar o ensino superior. São programas pontuais que visam compensar, de alguma forma, aquele jovem que não tem acesso à universidade pública de qualidade. A tentativa nossa, como professores de escola pública, é lutar  sempre para que os governantes implantem, por meio de políticas públicas, políticas universais de ensino público de qualidade. Isso é garantido pela constituição, o Estado assumiu esse dever, essa tarefa”, afirmou o professor destacando que “o governo tem condições de financiar e o que precisa é conduzir políticas  universais de financiamento para que todo jovem em idade escolar, tenha escola pública de qualidade”, finalizou

O livro “Financiamento de Bolsas de Estudos para o Ensino Superior – O Programa Universidade para Todos (Prouni) em Mato Grosso do Sul no período de 2005 a 2010” foi traduzido para o alemão. O espaço de tempo delimitado diz respeito ao lançamento do programa até o período em que o autor cursava o mestrado.

PUBLICIDADE