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Delcídio promete governo tecnológico e de inclusão digital

Confira entrevista em vídeo do candidato petista

Campo Grande News em 28 de Julho de 2014

O candidato do PT ao Governo do Estado, senador Delcídio do Amaral, abre rodada de entrevistas do site Campo Grande News dos postulantes ao cargo do governador André Puccinelli (PMDB). Dos seis candidatos, o petista é o único que já disputou o comando de Mato Grosso do Sul, em 2006 (quando acabou derrotado pelo atual governador). Ele promete um "governo tecnológico e de inclusão digital".

Marcelo Calazans/Campo Grande News

Delcídio declarou que um forte viés social será a marca de seu governo

Delcídio defende um governo com forte viés social, com políticas estaduais de inclusão da população em situação de vulnerabilidade. E prega interação cada vez maior entre os entes da Federação. “Há de ter um preparo para correr atrás dos recursos do Governo Federal, e o governo estadual precisa ser o indutor, para mostrar o caminho das pedras para conseguir esse dinheiro”, declara o senador.

Na entrevista, que durou 45 minutos, o petista respondeu questões que estão sendo usadas por seus adversários, como sua gestão à frente da diretoria de Energia da Petrobras. “Quem quis me desgastar, quebrou a cara”, disse.

O senador também falou sobre a indicação do deputado estadual Londres Machado, parlamentar em seu 11º mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, como vice-governador em uma chapa que prega renovação e mudanças. “ É irresponsabilidade invalidar tudo o que foi feito para trás. Temos que reconhecer o que as pessoas fizeram de bom”, alegou.

Prometendo um governo tecnológico e de inclusão digital, o corumbaense Delcído do Amaral quer, aos 59 anos, ser o petista que vai reconduzir o partido ao cargo maior do Executivo sul-mato-grossense.

Confira a entrevista na íntegra:

Transcrição dos principais trechos da entrevista:

Projeto partidário – Eu tenho um projeto diferente (do que foi executado pelo ex-governador Zeca do PT), até porque tenho outro tipo de leitura. Sou corumbaense, engenheiro civil, estudei e morei fora do país, tenho outra leitura de governo e do papel do Estado. Cada governador tem um estilo e um jeito de atuar. Um viés social importantíssimo será a marca do meu governo.

Economia e incentivos fiscais – Trabalhei intensamente nesse projeto (como senador) juntamente com o ministro da fazenda, Guido Mantega, em uma proposta para acabar com a guerra fiscal, que é ruim não só para os Estado, como para a Federação. Apresentamos um projeto de redução gradual, visando a unificação da alíquota, com a criação de dois fundos. Um de compensação para as perdas dos Estado, e outro de desenvolvimento regional, para investimentos em diferentes regiões do país. Mas, essa é uma questão que será equacionada pelo Congresso.

Investimentos – Não adianta atrair investimentos se você não preparar os municípios, com educação, saneamento, infraestrutura e programas de Estado para qualificar a mão de obra. O investimento vindo para o Estado precisa priorizar as pessoas que aqui vivem.

Infraestrutura, transporte e logística – Esse é um ponto extremamente importante. Mato Grosso do Sul não pode ficar de costas para o Oceano Pacífico, para o Paraguai, Bolívia ou o Chile. Precisamos resolver questões de segurança pública com políticas rigorosas para a Fronteira, respeitando sempre as vocações regionais. Mato Grosso do Sul tem que se internacionalizar. Temos uma posição privilegiada, do ponto de vista geográfico, e isso tem de dar competitividade para aquilo que produzimos aqui. Somos cercados por dois grande rios, o Paraguai e o Paraná. Nós temos um estudo que aponta que o retorno mais rápido para os investimentos nessa questão, são na hidrovia do Paraguai e na revitalização da antiga ferrovia Noroeste. Temos as ferrovias que o Governo Federal vai construir, que darão alternativas para o grande potencial que nós temos.

Rodovias – A privatização das rodovias federais foi uma decisão acertada. Além da BR163, nós temos a BR 262 e BR 267 que podem ser concessionadas. Concordo também com a proposta de leiloar rodovias estaduais. Sou à favor das PPP´s (Parcerias Públicos Privadas). Se nós dermos condições, vamos atrair investimentos de fora, como os chineses que estão construindo fábricas em Chapadão do Sul e Maracaju.

Turismo – Estamos muito aquém de um turismo de 1º mundo. Bonito é um espetáculo, um turismo que já caminha para um nível de 1º mundo. Eu consegui, junto à Petrobras, liberar recursos para fazer esgoto em 100% da cidade de Bonito. Já no Pantanal, por anos só tivemos um turismo de pesca, de outras coisas depreciativas, que não geravam renda para a região. Nós precisamos atrair turistas contemplativos, que é aquele que gasta, e não podemos ter vergonha de forma gente para falar outros idiomas, porque o turista que vem de fora quer ser bem tratado. Temos que suar a camisa e ter ousadia para colocar Mato Grosso do Sul no turismo de 1º mundo.

Pantanal – Nós temos de pensar em sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Quanto vale a preservação do pantanal? O bioma pantaneiro é o lugar ideal para se consolidar uma universidade e um centro de estudos mundial. Defendemos que o campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) se transforme no campus da Universidade do Pantanal. Temos de trabalhar a questão da preservação trazendo recursos de fora. Corumbá tem um potencial e vocação internacional, temos que ter coragem para viabilizar isso.

Londres Machado – Eu aprendia a ser uma pessoa que reconhece o valor de cada cidadão. O Londres é articulador político muito forte, e ajudando muito na construção política. É irresponsabilidade invalidar tudo o que foi feito para trás. Temos que reconhecer o que as pessoas fizeram de bom. O grupo do Delcídio vem com muita experiência para desenvolver um programa de governo moderno, tecnológico e de futuro.

Tecnologia - O meu governo será marcado pela ampla utilização da digitalização, será um governo tecnológico, com projetos consistentes para levar telefonia e tecnologia para todo o Estado. Vamos descentralizar as ações governamentais para desafogar Campo Grande. Para se ter uma ideia, nos dutos do gasoduto Brasil-Bolívia, responsável por 15% da arrecadação do Estado, correm cabos de fibra óptica, que podemos potencializar levando dados, tele proteção, voz, queremos levar internet e redes digitais para todos. Outra ideia é um cartão onde cada cidadão vai poder marcar consultas e cirurgias.

Educação – Em Paranhos, por exemplo, existe um sistema pioneiro de lousa digital. Nós temos que integrar os jovens e crianças para que se beneficiem do que está acontecendo no mundo. E eu não estou inventando a roda, são iniciativas que deram certo em outros Estados. Temos condições até de socializar o Iphone.

Questão Agrária – O Estado tem que recuperar sua função de planejamento, respeitando a vocação de cada município e região. Há de ter um preparo para correr atrás dos recursos do Governo Federal, e o governo estadual precisa ser o indutor, para mostrar o caminho das pedras para conseguir esse dinheiro. Temos que oferecer uma assistência técnica e a garantia de comercialização dos produtos, e inclusive a moradia.

Gestão fiscal – Não sou irresponsável para prometer o impossível. Eu sei o tamanho da dívida do Estado. O papel de um governador precisa ser de coordenar e planejar, de montar um secretariado técnico, garantir a descentralização e dar suporte aos municípios. É por isso que defendo tanto o municipalismo, sem esquecer de integrar os governos estadual e federal.

Fronteira e Segurança Pública – É claro que precisamos de mais policiamento e armamentos, mas em segurança pública é preciso tecnologia, videomonitoramento, inteligência. Segurança se faz com gente qualificada. Para a fronteira precisamos de uma política de Estado, em parceria com os países vizinhos, com projetos semelhantes de desenvolvimento, e para tudo isso é necessário investimentos.

Petrobras – Estão tentando requentar fatos ocorridos lá atrás. Parece que fui eu quem comprou a refinaria de Pasadena (EUA), mas isso foi em 2006, e eu já era senador desde 2002. Não há nada como os fatos. O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou as contas da diretoria da Petrobras que eu participei, sem registrar prejuízos. Quem quis me desgastar quebrou a cara.

Saúde – Temos que otimizar os espaços já existentes, que estão ociosos. Contratar equipamentos e pessoal para o que já existe, e depois adotar uma série de procedimentos.

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