Marcelo Fernandes em 19 de Abril de 2014
Em Corumbá, a tradição de malhar Judas foi mantida neste sábado de Aleluia, 19 de abril. Mesmo assim, a prática se mantém viva em poucos bairros da cidade. Um dos pontos onde a criançada fez a festa malhando o boneco – que simboliza o traidor de Jesus Cristo – foi o bairro Popular Velha. Com roupas velhas, palha seca, linha e agulha, as crianças montaram os bonecos e os colocaram sentados num sofá.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Crianças do bairro Poular Velha mantiveram a tradição do sábado de Aleluia
O costume de malhar Judas no sábado de Aleluia foi trazido pelos portugueses e espanhóis para toda a América Latina, informa o site Brasil Cultura. Seja na forma de um político; de um dirigente, da fofoqueira do bairro ou qualquer pessoa que incomode, os bonecos de “Judas” são malhados a pauladas, explodidos, queimados, atropelados, enfim, eliminados.
Como bodes expiatórios, é neles que o povo vai extravasando a sua insatisfação com a situação reinante. Embora tradicional, a malhação do Judas está cada vez mais, restrita ao interior do Brasil e é uma prática quase extinta. No começo, o boneco representava a figura do apóstolo Judas Iscariotes; aos poucos, outras personagens foram substituindo o traidor de Cristo, numa manifestação folclórica tradicional, da qual participa toda a comunidade.
Costume de malhar Judas no sábado de Aleluia foi trazido pelos portugueses e espanhóis para toda a América Latina
No Brasil, sabe-se sobre a malhação de Judas desde o século XVIII, quando, no Rio de Janeiro, os bonecos traziam fogos de artifício presos no ventre, que eram acesos no Sábado de Aleluia, e ardiam sob os aplausos frenéticos do povo, como uma vingança à morte de Jesus. A malhação de Judas está incorporada aos costumes dos povos de quase todo o mundo.
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