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Corumbá registra mais de 300 focos de incêndio nos 5 primeiros dias de agosto

Lívia Gaertner em 06 de Agosto de 2012

Agosto começou, em Corumbá, com números alarmantes. Somente entre os dias 1º e 05 deste mês, o município pantaneiro registrou 316 focos de queimadas, superando os 243 ocorridos em julho. Os dados são da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e comprovam o que a população e a natureza vêm sentindo nos últimos dias. Os ventos conduzem até à cidade a fumaça trazendo, além do cheiro característico, muita fuligem que se espalha pelas casas, piorando ainda mais a sensação de "secura" dos dias com baixa umidade do ar e altas temperaturas.

O quadro gera muito trabalho para o Corpo de Bombeiros, que atua com mais frequência na área urbana, onde a prática da queima de lixo espalha o fogo descontrolado por terrenos baldios. Os incêndios geram chamados não apenas para o combate do fogo, mas também para ajudar em problemas de saúde. Muitas solicitações de pessoas com problemas respiratórios também tem chegado aos bombeiros através do telefone de emergência 193.

Fotos: Diário Online

Brigadistas podem pedir reforço para combater grande número de incêndios na região

O Prevfogo, que atua no município desde 2008, tem a tarefa com sua brigada de incêndio de controlar as chamas em área rurais no Pantanal, onde o hábito cultural de renovar as pastagens com o uso do fogo se torna extremamente danoso não apenas para a flora, mas também para a fauna, uma vez que muitos animais se tornam vítimas das chamas que se alastram sem controle.

O chefe da brigada do Prevfogo em Corumbá, Nélio Alves da Costa, explicou ao Diário que o trabalho dos 28 brigadistas tem sido intenso nos últimos dias, porém a proporção que o fogo avança deixa em desvantagem a ação daqueles que buscam combater as chamas.

"Como os focos de incêndio são muitos, a gente tem que monitorar o que está causando mais problemas e dividir o contingente em equipes para atendê-lo. Nosso material não é o suficiente, não digo em quantidade, mas a logística nossa não atende a demanda de focos que temos no Pantanal hoje", disse ao classificar como preocupante o quadro instalado na região.

"Se essa situação persistir ou agravar, nós vamos ter que buscar reforços com outras brigadas do estado e também com outras instituições que possam nos ajudar, principalmente com o apoio aéreo", comentou o chefe da brigada local ao lembrar que o período de estiagem apenas começou e deve seguir até outubro.

Apelo

Na última semana, os brigadistas estiveram combatendo incêndios de grandes proporções em trecho próximo a BR-262, na região de Porto Morrinho e Porto Esperança, com a ajuda do Corpo de Bombeiros. Para extinguir todos os focos de incêndio encontrados na região, o chefe da brigada estima que apenas a atuação da natureza, com a chegada de chuvas, seria eficaz, entretanto, de acordo com o Climatempo, não há previsão de chuva para os próximos dias em Corumbá, o que faz com que o apelo do bom senso seja reforçado junto à população.

Corumbá já registra mais de 800 focos de queimadas este ano

"Em hipótese alguma com essa estiagem não se deve colocar fogo em lugar algum seja para renovar pasto, para queimar lixo porque, de uma hora pra outra, o incêndio avança em grande proporção", pediu o brigadista. Os focos de queimadas também se multiplicam na margem esquerda do rio Paraguai, de onde, diariamente é possível observar da cidade, os pontos de fogo.

Se considerarmos o período anual, Corumbá vence disparado as demais cidades do Estado com relação aos focos de incêndio. Até o dia 05, foram 828 espalhados por todo o território municipal. Em segundo lugar, porém, distante na proporção registrada em Corumbá, aparece a cidade de Porto Murtinho, com 31 focos. Aparecida do Taboado teve apenas 21, enquanto Jateí, 16.

A população pode denunciar a autoria de queimadas criminosas para a Polícia Militar Ambiental pelo telefone (67) 3231-5201, que é a instituição competente para investigar e punir quem pratica esse crime tão prejudicial para o meio ambiente e o homem.