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Munir associa operação à sua candidatura a prefeito de Ladário

Bens da família do vereador foram apreendidos pela PF

Da Redação em 12 de Julho de 2012

Procurado pela reportagem do Diário para falar sobre a Operação Kalifa's que cumpriu mandados de busca e apreensão em Corumbá e Ladário nesta quinta-feira, 12 de julho, o vereador Munir Sadeq Ramunieh (PMDB), candidato a prefeito de Ladário, disse estar sendo vítima de uma ação política. Segundo Munir até os veículos que teria usado na campanha para vereador e que naquela época haviam sido apreendidos e depois liberados pela Justiça voltaram a ser levados pela Polícia Federal, "apesar de eu ter provado a licitude da compra".

"Investigar é um direito da Polícia Federal, mas também não é o direito deles fazerem o que estão fazendo hoje, num ano político. Sofri a mesma situação que esta no ano em que fui candidato a vereador, no ano de 2008. Alguns dos veículos que foram apreendidos hoje, que estão em meu nome, já foram apreendidos na última operação pela Polícia federal, foram liberados pela Justiça porque eu comprovei a licitude dos bens e agora, que estamos novamente no período eleitoral, realizam a mesma situação. A meu ver, isso é política", disse Munir.

Anderson Gallo/Diário Online

Vereador afirma ser vítima de perseguição política

Entre os veículos apreendidos estão o carro particular do vereador; o caminhão de som que usa para divulgar eventos e que provavelmente usaria para fazer propaganda política; o caminhão tanque que transporta combustível para o seu posto e até um barco. A maior parte desses veículos foi levada no início da tarde para Campo Grande, já que a Operação está sendo realizada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Financeiros, sediada na capital do Estado.

Mas além dos veículos foram cumpridos outros mandados que sequestraram bens imóveis, segundo o delegado Dante Lemos que coordena a operação Kalifa's. A polícia não informou se a casa do vereador estaria nessa relação. "Todo o meu patrimônio e o da minha família estão declarados no Imposto de Renda, cabe ao delegado investigar", disse Munir. Havia um mandado para a apreensão de 1.400 cabeças de gado que não foram encontradas. "Cabe ao delegado procurar esse gado. A família vai apresentar a prova da venda do gado. O que a Justiça me pedir de documentos eu vou apresentar. Temos origem de tudo o que temos. A família está disposta a apresentar toda documentação exigida", garantiu.

A Operação Kalifa's, garante a PF, está investigando a família de Munir desde 2008, por lavagem de dinheiro a partir da suspeita de que o patrimônio da família não bate com os ganhos auferidos por ela. Segundo o delegado Dante Lemos, cinco pessoas da família são investigadas, mas ele não quis confirmar os nomes. A julgar pelas ações e apreensões, seriam Munir e os dois irmãos dele, que ele próprio, Munir, disse serem proprietários da Boate Babilônia, ou seja, Sandro e Samir Sadeq Ramunieh, mas ainda não há nada a respeito das outras duas pessoas. "O Kalifa´s Motel nunca pertenceu ao Munir, a Babilônia pertenceu, porém, eu me afastei em 2006", frisou o vereador.

Munir afirmou que irá "ganhar" dinheiro com essas ações policiais, já que não seria dono de nenhum dos empreendimentos. "A única notícia que eu tenho dos crimes que eu sou acusado, é que eu pretendo ganhar dinheiro com essas acusações, pois os meus negócios e da minha família vão bem". Ele afirmou que tanto ele quanto a família irão entrar com ações contra órgãos de imprensa que por ventura desvirtuaram as informações passadas pela polícia ou que o ligaram a administração de casas noturnas.

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