Camila Cavalcante em 23 de Março de 2012
Sepultado no início da tarde desta sexta-feira, 23 de março, no cemitério Nelson Chamma, em Corumbá, o corpo de Françoise Steffani Silva de Oliveira, 12 anos. Ela havia desaparecido na manhã de quinta-feira, 22 de março, no bairro Popular Velha e foi encontrada morta no início da noite, vítima de estupro seguido de asfixia, em um matagal próximo ao Senai, no bairro Maria Leite, na saída de Corumbá para a BR-262.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Online
Sepultamento ocorreu no início da tarde no cemitério Nelson Chamma
Familiares, amigos, conhecidos, colegas de escola e vizinhos, acompanharam o velório e o sepultamento da menina, que era estudante da escola municipal Fernando de Barros. Todos demonstravam revolta e perplexidade com tamanha brutalidade. "Steffani era uma menina muito doce. Ajudava a todos, não tínhamos queixa alguma dela. A dor que sentimos é inexplicável. É tanta dor, tanta revolta, que apenas nos despedimos dela e queremos que a Justiça seja feita. Entregamos nas mãos de Deus. Queremos que a Justiça divina e terrena seja feita, pois não é justo uma pessoa dessa ficar solta e quem sabe fazer a mesma coisa com a filha de outras pessoas", disse Ivanete da Silva, tia da garota.
"Estamos sem chão. Eu e minha esposa, estávamos na Delegacia aguardando notícias, tínhamos esperanças de que nossa filha seria encontrada viva, porém, quando soubemos o que havia acontecido, não tivemos mais condições de fazer nada. Parece que não é real; minha esposa está em estado de choque, ela não consegue falar com ninguém", relatou ao Diário, o pai de Steffani, Agnaldo Ibarra de Oliveira.
Steffani era a mais velha de quatro filhos do casal. "Minha filha foi tirada de dentro de minha casa, isso é o que mais me revolta. Se meus filhos não estão seguros em casa, onde estarão então? Não sabemos se vamos conseguir levar a vida, é uma situação que uma pessoa jamais pensa em passar. A Steffani era a que ajudava tanto eu quanto a mãe. Conversávamos muito, ela era muito minha amiga. Até futebol jogávamos junto, ela gostava muito de brincar de futebol com os irmãos", lembrou o pai.
Abalados, amigos e familiares acompanharam o sepultamento de Steffani
Ser arquiteta. Esse era o grande sonho profissional de Steffani. "A última conversa que tive com ela foi sobre estudo, no dia anterior. Ela me disse que queria ser arquiteta, desenhar casas. Hoje, o sonho acabou, foi embora, não existe mais. Um dia minha filha sonhava, no outro, a encontro morta. A única coisa que pedimos é que a Justiça seja feita. Que essa pessoa pague pelo que fez não só com a minha filha, mas com a minha família; é como se um pouco de cada um de nós tivesse morrido também. Que a justiça seja feita o mais rápido possível, é apenas isso que queremos", concluiu Agnaldo.
Investigação
A delegada Priscila Anuda Quarti Vieira, titular da Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso, disse ao Diário que a equipe investiga o caso, mas não adiantou detalhes para não comprometer pistas. O suspeito que chegou a ser detido na noite de quinta-feira, foi liberado. De acordo com a delegada, não houve provas que o ligassem ao crime.
Steffani desapareceu na manhã de quinta, enquanto ajudava a mãe, Lucinéia da Silva, nos afazeres domésticos. Um homem foi até sua casa e perguntou se ela conhecia alguma "Vanessinha". A menina chegou a perguntar para a mãe se ela conhecia tal pessoa; Lucinéia disse que não enquanto falava ao telefone celular dentro da casa. Depois, a garota não foi mais vista. Uma vizinha relatou que viu Steffani conversando com um homem no portão. Ele era baixo, moreno, tinha uma bicicleta preta e vestia uma calça jeans azul e uma camisa também azul.
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